Uma década de Lungs e a arte nascida do caos

(Foto: Reprodução)

Jho Brunhara

“Não deve existir nada melhor que isso”, Florence Welch canta em South London Forever, faixa presente no seu álbum de 2018, High as Hope. A música distante temporalmente de seu primeiro disco não poderia estar mais próxima a nível emocional. Em um relato nostálgico e fiel a sua conturbada adolescência e início da juventude no sul de Londres, a cantora britânica resgata na canção todos os sentimentos de euforia, impulsividade e frustração que a moldaram no início da carreira e possibilitaram a existência de seu mágico e caótico debut, Lungs. Dez anos depois de vir ao mundo, o primeiro trabalho de Welch ainda é um grande exemplo de sua capacidade de transformar a desordem de um coração em uma obra de arte.

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50 anos de Abbey Road e o fim da estrada dos Beatles como Beatles

(Foto: Iain Macmillan)

Maria Carolina Gonzalez

Em setembro de 1969, John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr encerravam juntos uma jornada que perdurou por sete anos intensos. Abbey Road – último trabalho que os Beatles fizeram, embora não seja o último a ser lançado – nasceu em meio ao caos, às desavenças e às rupturas que os quatro viviam até se reunirem novamente no lendário estúdio. Mesmo com as diferenças, o quarteto de Liverpool mostrou muito entusiasmo para assim completar, de forma brilhante, a longa e sinuosa viagem que transformou os Beatles… em Beatles.

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5 anos de Queen Of The Clouds: o desabafo de uma estrela autêntica

Queen Of The Clouds, o álbum de estreia da cantora sueca Tove Lo, lançado em setembro de 2014, é completamente uma experiência, seja por conta das letras que retratam um amor do surgimento ao fim, ou pelas produções que entregam uma obra muito bem lapidada e que é recomendável para qualquer fã do gênero pop.

(Foto: Reprodução)

Caio Savedra

O conceito do título – “rainha das nuvens”, em tradução livre -, reforça um dos motivos da autenticidade – uma das características que mais marcam seus trabalhos – da cantora: depois do lançamento de seu primeiro EP em março do mesmo ano, Tove viu sua carreira decolar e oportunidades aparecerem, ela se sentia no topo do mundo, mas sem deixar de sempre tentar dar um passo para trás e analisar o quadro geral, tomando ciência de que este é o seu mundo agora.

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Fleabag é coisa de gênia

A trilha sonora vem acompanhada de corais dominicais, recheando o mergulho na religião que a temporada aborda (Foto: Reprodução)

Vitor Evangelista 

A TV atual está repleta de shows idealizados por indivíduos com um tato único. Seja a surreal Atlanta de Donald Glover, passando pela dramédia teatral Barry de Bill Hader e chegando no cósmico urbanista Boneca Russa de Natasha Lyonne. Todos esses seriados transbordam originalidade e um talento excepcional em reinventar situações problemas já batidas na arte. Mas nada, repito, nada, chega perto da dolorosa poesia de Phoebe Waller-Bridge em sua Fleabag.

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Taylor Swift quer amar para sempre

Capa do lover
(Divulgação)

Leonardo Teixeira 

“Ás vezes as coisas não se quebram, elas se estilhaçam. Mas quando você deixa a luz entrar, estilhaços de vidro brilham”. A cena da carta do longa Alguém Especial (2019), filme que bombou na Netflix, deve ter emocionado muita gente. Após o término de um relacionamento de 9 anos, a protagonista escreve sobre seu luto e o futuro incerto, sem a pessoa com que ela esperava passar a vida. “Nós somos mágica. Para sempre”.

É uma cena linda e dolorida. “Se cuide, meu querido. Só existe um de você”, Jenny (Gina Rodriguez) conclui. Quando se ama alguém, por tanto tempo, essa pessoa se torna um lugar de conforto. E passa a ser parte essencial da sua vida. A ideia de perder essa pessoa é desesperadora, já que é fácil esquecer como era a vida antes dela. E é exatamente esse vazio que Taylor Swift teme seu novo disco, Lover.

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Morte e Vida Severina: Companhia Estável de Dança de Bauru evoca toda força poética de João Cabral de Melo Neto

O espetáculo com coreografia inédita de Arilton Assunção estreou em 1º de setembro, mas dia 14 marcou a abertura da mostra do Festival de Artes Cênicas (FACE) de Bauru, neste ano em sua 8ª edição.

Ensaio dos bailarinos da Companhia Estável de Dança de Bauru para o espetáculo “Morte e Vida Severina” (Foto: Loriza Lacerda/Reprodução)

Vinícius Nascimento

O novo espetáculo “Morte e Vida Severina”, estrelado pela Companhia de Dança Estável de Bauru no teatro Celina Lourdes Alves Neves, é uma adaptação do poema de mesmo nome de João Cabral de Melo Neto publicado em 1955. O mesmo poema já ganhou versão cinematográfica em 1977 e 2010, além de adaptação para TV pela Globo em 1981, o que demonstra a riqueza que o material original tem e como diversas linguagens se apropriam do texto sempre propondo uma releitura atual da obra.

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Steven Universo: O Filme – tudo é culpa de Rose Quartz

 

(Foto: Reprodução)

Felipe Gualberto

Depois de um longo hiato de 224 dias (nada de anormal nesse desenho) os fãs de Steven Universo finalmente puderam assistir ao filme em 2 de Setembro de 2019. Nesse dia Rebecca Sugar e sua equipe concretizaram o projeto anunciado na SDCC de 2018. A história do longa se passa dois anos após os eventos de “Change your mind”, último episódio da quinta temporada, Steven agora está com 16 anos.

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Medúlla: 15 anos de um álbum estranho, arcaico e atemporal

Foto: Reprodução

Humberto Lopes

Medúlla é o termo médico para a medula óssea em latim. Porém, a origem do nome do quinto álbum de estúdio da cantora e compositora islandesa Björk vai muito além da palavra de origem romana. O significado no título da obra está no chegar à essência de algo, alcançar o início da humanidade, abandonar a civilização e voltar ao tempo antes de tudo acontecer.

Assim, no dia 31 de agosto de 2004, foi concebido o sucessor de Vespertine (2001) e do clássico Homogenic (1997), discos que incorporam a eletrônica e batidas inigualáveis, além de trazer a sonoridade inovadora e vanguardista da artista.

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Lana Del Rey retorna às suas antigas praias em “Norman Fucking Rockwell!”

Lana Del Rey é a artista feminina que recebeu a maior nota da década pelo Pitchfork com Norman Fucking Rockwell! / Foto: Divulgação

Isabelle Tozzo

As cordas ressoam por vinte e cinco segundos. Em seguida entra o piano. Suave, ele guia o restante da música. Na letra, Lana Del Rey canta sobre um homem que se acha demais. É com essa dualidade entre composição direta e melodia elegante que a americana de trinta e quatro anos abre Norman Fucking Rockwell!, seu novo álbum lançado no dia 30 de agosto. Continue lendo “Lana Del Rey retorna às suas antigas praias em “Norman Fucking Rockwell!””

Decadente, alarmante e polarizada: a Democracia em Vertigem de Petra Costa

O longa foi apontado pelo The New York Times como um dos melhores filmes do ano, e é o queridinho latino-americano para o Oscar 2020 (Foto: Netflix)

Raquel Dutra 

Polêmico e contundente, o documentário Democracia em Vertigem chegou à sua terra natal pela Netflix no dia 19 de junho, depois de seu aclamado lançamento no Festival de Cinema Sundance de 2019. Mergulhado nas memórias pessoais e no passado político de sua diretora e roteirista, o filme relembra os contextos sociais e políticos em que a figura de Luís Inácio Lula da Silva emergiu, passando pelas eleições ganhas por sua sucessora, Dilma Rousseff, e seu controverso processo de impeachment. O documentário também trata da presidência de Michel Temer, construindo um fio narrativo que busca entender a crise política do país, agravada pelos movimentos de 2013.

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