Melhores discos de Abril/2018

#Beychella

Egberto Santana, Guilherme Hansen, Leonardo Teixeira e Nilo Vieira 

Não deu outra: o mês foi delas. A volta triunfal de Beyoncé aos palcos (no que provavelmente foi a melhor performance de sua carreira) representou apenas o apogeu de um momento quase que dominado para mulheres e seus trabalhos fortíssimos. Por outro lado, o falecimento de Dona Ivone Lara, a Rainha do Samba, adicionou nota agridoce aos últimos dias. Vamo que vamo.

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Third, do Portishead, foi escrito para mim

Adriano Arrigo

O trio inglês Portishead foi achado em um momento de transição quando eu tinha, mais ou menos, 18 anos. Minha transição foi religiosa. A típica frase “minha religião não permite” era bem clara para mim, mas isso não deixava que eu tivesse no meu Winamp hits como “Glory Box”, “It Could be Sweet” e “Roads”. Por incrível que pareça, esta última me foi apresentada por um menino neopentecostal. Os primeiros toques pesados e melancólicos de Beth Gibbons cantando Oh, can’t anybody see?” já eram o suficiente para cultivar uma melancolia que eu fazia ligação com o que me acontecia naquele momento. Mas ao final, eu nem sabia exatamente sobre que ela estava falando.

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Em São Paulo, o Radiohead transformou falhas em arte

“Corações partidos fazem chover” (Foto: Rafael Tassio)

Gabriel Leite Ferreira

Eram pouco mais de oito horas da noite quanto Thom Yorke, Jonny Greenwood, Ed O’Brien, Colin Greenwood e Philip Selway adentraram o palco da Allianz Arena, no último domingo. O Radiohead não pisava em terras brasileiras desde 2009. As vendas aquém do esperado deixou certo gosto de decepção, mas, aos primeiros acordes de “Daydreaming”, falhas humanas foram esquecidas – ou quase.

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Melhores Discos de Março/2018

Marina Diamandis, FKA twigs, Florence Welch e Lana del Rey: o squad reunido (Reprodução)

Gabriel Leite Ferreira, Leonardo Teixeira e Nilo Vieira

Março repetiu a tendência dos meses passados: o underground dominou, enquanto o mainstream marcou presenças pontuais. Do metal mais fúnebre ao r&b dor de cotovelo, enfim, tem pra todos os gostos! Confira:

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Os Beatles quebrando a cebola de vidro

Gabriel Rodrigues de Mello e Maria Carolina Gonzalez

Em 22 de março de 1963, o mundo passaria a conhecer a potência e a ambição do famoso quarteto de Liverpool em apenas 32 minutos. Apesar da pouca duração, o impacto que Please Please Me trouxe para o rock e para a evolução da indústria musical ainda é modelo para várias gerações.

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PAESE Corp., Mitolorgia e a periferia na cena cultural

Logo da PAESE (Foto: Divulgação/PAESE)

Egberto Santana Nunes

Há 21 anos, o grupo de rap RZO lançava o clássico single O Trem, cujo seguinte trecho “Pegar o trem é arriscado, Trabalhador não tem escolha, Então enfrenta aquele trem lotado”  iria grudar nas mentes do público, chegando até a virar sample da banda de hardcore paulistana Discarga. Quando o problema nos trens descrito na letra se agrava, a Companhia de Transportes Metropolitano (CPTM) invoca a PAESE – Plano de Apoio entre Empresas em Situação de Emergência. Além disso, é também o nome pensando entre quatro amigos para designar a mais nova produtora musical independente da Zona Leste.

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Com Lenine, público definitivamente não saiu só

Nada de solidão: Lenine cantou para todos (Foto: Heloísa Manduca)

Esbanjando bom humor, Lenine trouxe fusão entre ótimo repertório e crítica social

Guilherme Hansen e Heloísa Manduca

Enquanto a cidade de São Paulo viveu o festival de música Lollapalooza, Bauru não ficou de fora do agito. Aconteceu no último sábado, 24, no ginásio do Sesc, o show do cantor pernambucano-carioca Lenine. Com uma retrospectiva ao longo da sua carreira e menção em defesa do caso Marielle Franco, Lenine trouxe música boa para quem sabe ouvir.

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O prazer sombrio do Roxy Music

Estileira completamente foda: imagem do gatefold original de For Your Pleasure (Reprodução)

autor

O grupo britânico Roxy Music quiçá seja a encarnação máxima do glam rock. David Bowie pode ter surgido antes, mas a trupe comandada pelo vocalista Bryan Ferry elevou os arranjos coloridos e roupas chavosas do estilo a outro patamar na década de setenta. Interessante notar, porém, que sua obra-prima utiliza dessa estética sob perspectiva sombria, às vezes beirando o desconfortável.

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O legado interiorano de Tonico & Tinoco

Muito antes do grunge: camisas xadrez e canções que eram pura angústia desde a década de 30 (Reprodução)

(nome)

A dupla Tonico & Tinoco é considerada das mais seminais no gênero da moda de viola. Os irmãos começaram sua carreira na região do centro-oeste paulista, cuja rota inclui Botucatu – cidade natal deste que vos escreve. Mesmo assim, sua obra musical sempre esteve distante do meu curto repertório até este ano, que marca 60 anos de aniversário de seu disco de estreia. Antes tarde do que nunca, não? Continue lendo “O legado interiorano de Tonico & Tinoco”

Test e Deaf Kids na Casa Orates: o barulho salva

O apocalipse virá de Kombi (Foto: Gabriel Leite Ferreira)

Gabriel Leite Ferreira

Na última sexta, uma Kombi estacionou em frente à Casa Orates. Anteriormente conhecido como Exílio, um dos poucos nichos underground de Bauru passou por reformulação esse ano, mas a proposta continua a mesma: fomentar a cena alternativa da região e inserir a cidade na rota de nomes proeminentes. Por isso a clássica Kombi do Test, que também trouxe o Deaf Kids para perfurar tímpanos bauruenses.

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