Sonic 2: ele não tem um roteiro inovador, não tem boa edição, mas ele tem o povo

Cena do filme Sonic 2. Sonic, uma criatura azul e de olhos verdes, que se parece com um ouriço, se posiciona em cima das asas de uma nave vermelha. Ao fundo existem montanhas com neve e mata.
Sonic 2 – O Filme estreou exclusivamente nos cinemas no dia 7 de abril (Foto: Paramount)

Ana Nóbrega

Em 2020, a maior parte do público não esperava muito de Sonic – O Filme. Afinal, o longa já havia passado por um baita de um rebuliço ao liberar o seu trailer e não agradar nada os fãs com o design “diferente” do ouriço azul mais conhecido do mundo. No entanto, o filme – que praticamente encerrou o funcionamento de cinemas no início da pandemia – ganhou o coração da audiência com um bom redesign e uma ótima trama. Desta forma, sua sequência não poderia ser diferente.  

Sonic 2 – O Filme, dirigido por Jeff Fowler, chegou aos cinemas dois anos, e uma pandemia, depois do primeiro longa-metragem, e conseguiu trazer a fórmula de sequências do MCU direto para as adaptações de games. Desta vez, muito mais focado no desenvolvimento do universo do Sonic (Ben Schwartz), do que no planeta Terra. Assim, a produção entrega para seus espectadores tudo que há de bom no mundo dos jogos, a animação, o enredo, o plot line e as referências.

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Beyond Van Gogh borra a linha entre exposição e imersão

Foto da sala principal da exposição. Nela há pessoas sentadas no chão ou em pé, vendo as projeções das obras nas paredes e no chão, na projeção aparece uma parte de uma pintura de Van Gogh na qual se vê várias folhas e uma floresta criando um ambiente esverdeado.
Imagem da sala principal durante a apresentação do vídeo (Foto: Eva Serra Aprilanti)

Eva Aprilanti

Beyond Van Gogh é uma exposição que ocorreu em São Paulo no Morumbi Shopping desde o dia 17 de março até o dia 03 de julho de 2022, e chegou ao Brasil este ano em homenagem ao centenário da Semana de Arte Moderna de 1922. A instalação é imersiva, pois o público vivencia a experiência entre as telas e multimídias a vida do artista holandês como se estivesse mergulhando na sua história e nas suas obras.

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Doutor Estranho no Multiverso da Loucura se revela um filme de terror que deu errado

Cena de Doutor Estranho no Multiverso da Loucura. No centro da imagem está Doutor Estranho, um homem branco na faixa dos 40 anos, com cabelos castanhos penteados em um topete e um cavanhaque também castanho. Ele está em pé, com a perna esquerda à frente da direita e os braços levantados na altura do peito, com as palmas das mão viradas para cima. Veste seu traje de super herói - botas marrons, calça e blusa com mangas longas azuis e capa vermelha. Ao redor de si estão luzes redondas vermelhas e fumaça preta. Ao fundo são vistas duas janelas, uma redonda atrás do doutor e outra retangular no canto esquerdo da imagem. Também são vistas muitas velas ao redor do personagem.
A nova produção faz com que a Marvel mergulhasse de cabeça em sua era das trevas (Foto: Disney)

Gabrielli Natividade da Silva 

Depois de Stephen Strange (Benedict Cumberbatch) ter apagado a memória da existência de Peter Parker (Tom Holland), em Homem-Aranha: Sem Volta para Casa, e Wanda Maximoff (Elizabeth Olsen) ter libertado a cidade de Westview de sua manipulação, em WandaVision, ambos se encontraram para uma batalha intensa que atravessou universos. Em maio de 2022, foi lançado Doutor Estranho no Multiverso da Loucura, um filme com muita ação e adrenalina, como é de se esperar de uma produção Marvel. A obra, porém,  deixa a desejar, quebrando as expectativas de fãs que estavam ansiosos por esse momento. 

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O amor não é óbvio é o retrato de um primeiro amor entre garotas

capa do livro O amor não é óbvio. No meio, em frente a um fundo rosa escuro, está a capa. A ilustração do livro, está em preto e branco, de duas garotas, no estilo colagem. A da direita tem o cabelo longo, liso e repicado, ela usa óculos redondos e está segurando um binóculo com as mãos. Ao lado dela está uma garota de cabelos curtos e lisos, vestida com uma jaqueta jeans cheia de bottons. Ainda, na parte superior, está o nome da autora e o do livro.
A capa de O amor não é óbvio, um dos principais romances lésbicos do país, também foi ilustrado pela talentosa autora Elayne Baeta (Foto: Editora Record)

Monique Marquesini

Da busca por registrar e contar histórias felizes de amor entre garotas, origina-se O amor não é óbvio. Publicada em 2019, a obra é a estreia da admirável autora baiana Elayne Baeta e marca o primeiro best-seller lésbico nacional a atingir a lista de mais vendidos do país. Anteriormente lançado em formato digital de forma independente, o romance  ganhou espaço na Literatura brasileira e foi lançado pela Editora Record, sob o selo Galera. A escritora, ilustradora e poeta só escreve sobre o que já sentiu no peito, e talvez por isso, suas narrativas sejam nada óbvias.

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A face por trás de Confissões de uma máscara

Capa do livro Confissões de uma máscara, do autor Yukio Mishima, retratando um leque sobre um fundo azul com o título e o nome do autor ao centro
De maneira bastante intimista, Confissões de uma máscara explora temas de autoconhecimento e rejeição (Foto: Companhia das Letras)

Pedro Yoshimatu

“Pressenti então que neste mundo há um tipo de desejo semelhante à dor pungente. ‘Quero me transformar nele’ foi a vontade que me sufocou ao olhar para aquele rapaz todo sujo: ‘Quero ser ele’”.

Publicado no Japão em 1949 pelo aclamado autor Yukio Mishima, Confissões de uma máscara é um interessante retrato de muitas crises. A crise de seu protagonista, certamente – Koo-chan é um jovem em processo de descoberta da sua própria homossexualidade, em constante conflito com suas crenças pessoais sobre honra, valor próprio e masculinidade -, como também a crise de seu contexto histórico, marcado pela ideologia militarista do Japão Imperial e uma herança cultural em processo de transição e ressignificação. Mas é, principalmente, um livro sobre as crises de seu próprio autor, marcado pelo tom quase biográfico, uma sincera proximidade com o leitor na prosa e uma percepção bastante honesta sobre os dilemas enfrentados por um jovem LGBTQIA+ num período de grande repressão social.

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No palimpsesto de Elvira Vigna, eles não conhecem Courbet

O livro Como se estivéssemos em palimpsesto de putas, leitura do Clube do Livro do Persona em Maio, publicado pela editora Companhia das Letras, não é sobre garotas de programa, mas sim sobre relações interpessoais e suas tensões (Foto: Companhia das Letras/ Arte: Bruno Alvarenga)

Enzo Caramori

“Nenhuma de nós de fato com uma existência separada. Só traços sobrepostos, confusos, não claros. Como se estivéssemos, todas nós, num palimpsesto.”

Em uma sala, num outro universo que não é, naquele momento, o Rio de Janeiro que estardalhaça do lado de fora, ela está furiosa. Em silêncio, mas nunca quieta. Cautelosamente desajeitada. Uísque caubói, também raivoso, em um copo plástico. Escuta um homem, que nem conhece direito, narrar seus encontros com putas. Mulheres sem nomes, pois são tantas que, no fim, se juntam até se tornarem um único ser com várias cabeças e braços. Rasura. Na verdade, são as estórias que se juntam incessantemente até formarem, gota a gota, gigantes estruturas, como aquelas pedras, em cavernas. Gota a gota. Rígidas. Estalagmites. Que prendem, nos espaços vazios e ocos, o que realmente se quer dizer. E não foi dito.

E é isso – o que não foi dito –  que mais pulsa na escrita visceral de Elvira Vigna no brutal Como se estivéssemos em palimpsesto de putas (2016), um de seus últimos livros publicados em vida. Em uma crueza avassaladora, que partilha de um humor blasé e de uma catártica raiva feminina, a autora não traz suas discussões necessariamente na superfície de seu enredo e no desenrolar de suas personagens, mas sim em uma psicologia que está atrás dos eventos narrativos – localizada no que realmente move os acontecimentos – criando uma dualidade acerca do que se diz mas, não necessariamente, é o que quer ser dito. Nessa narrativa, a única verdade está naquilo que é engolido pela língua e reside no escuro. Na ausência. No negativo.

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Uma década da viagem inesquecível para a mitológica e misteriosa Gravity Falls

Imagem da série animada Gravity Falls. Tem quatro pessoas na imagem, Da direita para a esquerda aparece Stanley, um homem idoso, brnco, com cabelos grisalhos, olhos pretos e barba grisalha, ele usa um óculos quadrado, um chapéu marrom, uma camisa branca e um colete salva-vidas azul e verde. Ele segura um livro vermelho nas mãos. Ao seu lado aparece Mabel, uma menina, branca, ela tem cabelos longos e castanhos, olhos pretos e usa aparelho nos dentes, ela usa um chapéu escrito “Mabel”, uma blusa rosa, um colete salva-vidas amarelo e uma saia azul. Ela sorri. Do seu lado tem Soos, um homem adulto e branco, ele tem olhos pretos, usa um boné marrom, uma camiseta verde, um colete salva-vidas amarelo e um shorts bege, ele está falando e gesticulando. Soos abraça Dipper. Dipper é um menino, branco, ele tem cabelos castanhos e olhos pretos, ele usa um chapéu bege com seu nome, uma camiseta laranja, um colete salva-vidas amarelo, um shorts verde e tênis preto. Todos estão num barco.
A sensação aconchego que a família Pines traz é tão boa que é fácil se sentir parte dela (Foto: Disney)

Nathan Sampaio

Não há tempo mais mágico do que as férias escolares. Nesse período, podemos conhecer novas pessoas, formar amizades e laços duradouros, sejam com amigos ou familiares, aprender novas atividades e conhecer o mundo. Essa é, com certeza, a época mais agradável para uma criança. Gravity Falls, série que completa 10 anos em 2022, nos faz recordar com carinho das férias escolares no mesmo momento que adentra em uma grande investigação cativante. 

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Ambulância – Um Dia de Crime: Michael Bay nos convida a empatizar em meio a tensão

Fotografia do filme Ambulância, em um apartamento bagunçado. Yahya Abdul-Mateen II, que interpreta Will, é um homem negro e forte, com cabelo curto e maxilares marcados. Will está suado, usa uma blusa preta e calça caqui, enquanto segura uma arma. Seu braço esquerdo está sendo segurado por Jake Gyllenhaal, que interpreta Danny, um homem branco com cabelo e barba castanhos, usando uma camiseta verde escura e olhando o irmão com preocupação e suor no rosto.
Yahya Abdul-Mateen II e Jake Gyllenhaal protagonizam novo filme de ação do polêmico diretor (Foto: Universal Pictures)

Bruno Mael

Desde sua estreia como cineasta em 1995, o cineasta Michael Bay tem a ação junto a uma certa dose de niilismo como grandes marcas do seu trabalho. Premiado diretor de comerciais e videoclipes, Bay funde o apelo visual e a iconografia americana de seu predecessor Tony Scott, com o niilismo e antipatia de seu sucessor Zack Snyder, em filmes de ação saturados e apelativos que pouco se importam de fato com seus personagens. Talvez seja por isso que o americano se encontrou nos robôs da franquia Transformers, literais dispositivos de ação e frases de efeito, que a cada filme tinham mais tempo de tela e davam menos valor à vida humana.

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O Homem do Norte: a vingança fria e brutal de Robert Eggers

Cena do filme O Homem do Norte. No centro da imagem, temos o ator Alexander Skarsgard, um homem alto, branco e loiro, de cabelos longos, barba grande, abdômen e músculos definidos. Ele está segurando dois machados em suas mãos e vestindo uma calça com uma bainha preta amarrada na cintura, sem camisa. Ao fundo, temos uma vila de camponeses, com casas cujos telhados são feitos de palha amarela e as portas de madeira marrom escura. A cena acontece durante o dia.
Alexander Skarsgård é uma besta enjaulada com ódio em O Homem do Norte (Foto: Focus Features)

Nathan Nunes

Poucos nomes são tão aclamados dentro do Cinema atual como o do diretor Robert Eggers. Seu primeiro filme, A Bruxa, foi um interessante sleeper hit, isto é, aquele caso onde o sucesso é construído no boca a boca. Tendo também revelado ao mundo a excepcional atriz Anya Taylor-Joy, o debute de Eggers fez em bilheteria o equivalente a dez vezes do seu orçamento de modestos quatro milhões de dólares, colocando-o no mapa e deixando altíssimas expectativas para o seu próximo projeto. Felizmente, ele superou todas elas com O Farol, onde já trabalhou com atores mais conhecidos como Willem Dafoe e Robert Pattinson. Notório pela fotografia em preto e branco e aspecto 4×3, o segundo longa do cineasta foi mais um sucesso de crítica, mas nem tanto de público. 

Agora, três anos depois de seu último lançamento, Eggers retornou às telas com O Homem do Norte (The Northman), de uma forma que não poderia ser melhor e mais significativa. Eggers, discípulo de uma geração de diretores independentes catapultada pela produtora queridinha dos cinéfilos A24, chega em seu épico viking ostentando um orçamento de noventa milhões de dólares, do qual ele se apropria para contar uma história nos mesmos moldes do Cinema autoral dessa mesma geração. Em outras palavras, o filme, que é sobre vingança, é também uma vingança ao sistema atual de produção dos grandes estúdios de Hollywood. 

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Persona Entrevista: Gabeu

Nome por trás do fabuloso e singular AGROPOC, o cantor fala sobre as origens de sua Música, parcerias dos sonhos e o papel do sertanejo no mundo de hoje

Arte retangular horizontal de fundo vermelho. No lado esquerdo, foi adicionado o texto
Em mais um conteúdo especial do Mês do Orgulho LGBTQIA+, o Persona recebe o cantor Gabeu, em nossa primeira entrevista no campo da Música (Foto: Gabeu/Arte: Vitória Vulcano)

Raquel Dutra e Vitor Evangelista

Dono de um dos Melhores Discos de 2021, Gabeu tomou conta do ano passado no cenário do queernejo. Como parte do Especial do Mês do Orgulho, o Persona retoma o quadro de entrevistas e inaugura a editoria de conversas musicais para receber a estrela em ascensão, em um papo que viaja de suas raízes no gênero musical até as mais diversas influências que fizeram de AGROPOC, seu trabalho de estreia, um dos destaques musicais mais instigantes e criativos da cena atual. 

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