10 anos da 1ª temporada de Demolidor: o herói entre a fé e a justiça cega

A imagem tem tons azulados. O Demolidor está vestindo uma touca preta que cobre toda a parte do nariz para cima de seu rosto. Ele está caído e com o rosto de frente para o chão. De sua boca sai sangue que está caindo numa poça de água. A câmera está próxima, captando apenas do ombro para cima do personagem.
Sete anos depois do cancelamento de Daredevil, a série volta para uma quarta temporada em 2025 (Foto: Marvel)

Guilherme Moraes

A combinação entre a Marvel e a Netflix surgiu no início da onda de streamings e no meio da Saga do Infinito, como forma de expansão do UCM e da popularização do serviço. A ideia funcionou muito bem para ambos os lados, pois conseguiram produzir séries de qualidade, que funcionaram dentro do Universo Marvel e ajudaram a atrair pessoas para a plataforma. Posteriormente, as empresas foram para caminhos opostos, se tornando rivais no mercado e começando a produzir em escala, mas com uma qualidade bem inferior. Demolidor, foi pioneiro, recebendo um trato mais carinhoso com a imagem e dando para o público um protagonista com dilemas mais complexos e bem explorados do que as produções seguintes, servindo como um pilar das duas marcas. Continue lendo “10 anos da 1ª temporada de Demolidor: o herói entre a fé e a justiça cega”

A Nonsense Christmas abraça o absurdo e entrega um especial natalino engraçado e caótico

A imagem mostra Sabrina Carpenter, que é uma jovem mulher loira de olhos azuis, segurando um microfone e sorrindo para a câmera. Ela veste um vestido vermelho justo, decorado com pequenas pedrarias brilhantes e detalhes de plumas brancas na parte superior. Seu cabelo é longo, liso e tem franja, emoldurando seu rosto de traços delicados. Sua maquiagem inclui blush rosado, batom suave e olhos destacados com delineador e cílios volumosos. O cenário ao fundo sugere um ambiente de bastidores, com equipamentos de produção e iluminação. A luz quente do ambiente realça sua expressão animada e carismática.
“É uma hora de absurdo literal”, disse Carpenter à revista TIME sobre o especial em Outubro de 2024 (Foto: Netflix)

Marcela Jardim

Em meio a uma avalanche de clichês típicos das produções de fim de ano, A Nonsense Christmas, estrelado por Sabrina Carpenter, aposta em uma abordagem irreverente que subverte as expectativas do gênero. Apesar de seu charme inegável e do carisma da intérprete de Espresso, que transita com facilidade entre a atuação e sua persona musical, a produção levanta a questão: até que ponto o ‘nonsense’ pode sustentar uma narrativa? Enquanto alguns momentos brilham pela originalidade e criatividade, outros escorregam no excesso, deixando um ‘gostinho’ agridoce para o público.

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A terceira temporada de Heartstopper é um lembrete de que nunca estamos sozinhos

Cena de Heartstopper com dois adolescentes se encarando de forma carinhosa em um ambiente externo à noite. O menino da esquerda, chamado Nick, tem cabelo liso e veste um moletom cinza com capuz. Ele sorri de maneira suave enquanto olha para o menino da direita, chamado Charlie, que tem cabelo cacheado e veste um casaco verde claro. O fundo está escuro, com leves sombras de árvores e uma cerca.
Demorou três temporadas, mas finalmente Nick e Charlie disseram ‘eu te amo’ um para o outro (Foto: Netflix)

Arthur Caires

A atmosfera positiva e idealizada de Heartstopper é uma marca registrada da série desde a sua estreia, gerando algumas críticas por parte do público. Embora certos momentos possam ser considerados caricatos, a produção tem como objetivo ser uma fuga da adolescência corrompida de obras como Euphoria, focando em ser quase como um ‘manual’ para a nova geração e um acalento para os mais velhos. Na terceira temporada, lançada em Outubro de 2024, o original Netflix segue com o tom adocicado, mas oferece um retrato mais realista e autêntico ao tratar de temas mais maduros.

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Há 35 anos, Seinfeld revolucionava as sitcoms e mudava a Televisão norte-americana

A imagem mostra quatro pessoas em um ambiente interno, com expressões faciais que sugerem surpresa ou preocupação. À esquerda, um homem com cabelo volumoso parece olhar fixamente para algo fora do quadro. Ao lado dele, outro homem de óculos se inclina levemente para frente, parecendo intrigado. No centro, um homem vestindo uma camisa vermelha está virado parcialmente de costas, e à direita, uma mulher com a boca aberta coloca a mão próxima ao rosto, demonstrando espanto. O cenário inclui móveis e prateleiras ao fundo, criando um ambiente casual e descontraído
Seinfeld é um exemplo de como a televisão pode capturar a essência de uma era e, ao mesmo tempo transcender os limites temporais (Foto: Netflix)

Rafael Gomes

Em Julho de 1989, a NBC exibia o primeiro episódio de Seinfeld. No ar durante 9 anos, a série gerou um enorme impacto na Televisão e no humor, modificando como o gênero é apresentado e percebido pelos espectadores. O programa se tornou uma referência na Comédia situacional 35 anos atrás e se mantém relevante até os dias de hoje – em 2019, a Netflix pagou 500 milhões de dólares pelos direitos do programa.

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GUTS World Tour: um encontro entre jovens mulheres

Foto da artista cantando uma de suas composições, pretty isn’t pretty, do álbum guts. Suas dançarinas, em figurinos rosa para mostrar a feminilidade da mulher, se encontram formando um círculo em volta da intérprete, em um figurino preto para se distinguir e mostrar diferenças físicas em comparação a outras mulheres, com espelhos ilustrativos, escondidos por uma estampa como uma metáfora a impossibilidade de enxergar a mulher que são, virados para si enquanto luzes rosas iluminam o palco
pretty isn’t pretty, escrita e produzida junto de Daniel Nigro e Amy Allen, define a essência de suas músicas desde o início de sua carreira (Foto: Olivia Rodrigo Store)

Livia Queiroz 

Quem nunca teve uma paixão forte por alguém que terminou em uma decepção ainda maior? Ou uma queda de autoestima por se comparar com outras pessoas que enxergamos como mais bonitas? Uma obsessão por uma ex do seu atual, por inveja, talvez? E a vontade de entrar em uma aventura de um amor errado? São esses tipos de situações, recorrentes na vida de uma jovem, que Olivia Rodrigo trata em seu último álbum, GUTS (2023), e em sua versão extendida, GUTS (spilled) (2024): a controversa ‘girlhood’. Percebendo o tremendo sucesso da morena, a Netflix fez um filme-documentário de uma de suas performances da sua primeira turnê mundial, a GUTS World Tour, para os fãs sentirem a vibe sem sair de casa. Continue lendo “GUTS World Tour: um encontro entre jovens mulheres”

Após 15 anos de Arraste-Me para o Inferno, ser levado para os confins da Terra talvez não seja má ideia

Cena do filme Arraste-Me para o Inferno Na imagem, a personagem Christine Brown está sendo atacada pelos braços de uma pessoa. Ela está com lama cobrindo todo o cabelo e sujando o rosto, em sua volta tem mais lama. Christine está com expressão de dor. Ela é uma mulher na faixa dos 30 anos, de pele clara e cabelos loiros.
Em 2022, o filme entrou no top 10 dos mais assistidos na Netflix no Brasil (Foto: Ghost House Pictures)

Davi Marcelgo

Desde Sally (Marilyn Burns) de O Massacre da Serra Elétrica (1974) até Grace (Samara Weaving) de Casamento Sangrento (2019), a final girl é praxe no Terror, principalmente no slasher. É ela quem vence o assassino, sobrevive e, de quebra, aparece nas continuações. Mas para Christine Brown (Alison Lohman), do grotesco Arraste-Me para o Inferno (2009), já faz 15 anos que ela está perpetuada nos confins da Terra. O aniversariante que não é um filme de mascarados empunhando facas, sem dúvidas garante uma curiosa discussão sobre mulheres no gênero. 

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Sex and the City, o poder do streaming e a cultura dos revivals

Na imagem, da esquerda para a direita, estão as personagens Miranda, Samantha, Charlotte e Carrie. Elas estão em uma festa, rindo juntas enquanto seguram copos de coquetel. Miranda está vestida com um vestido vermelho sem mangas, Samantha usa um vestido vermelho com detalhes de acessórios brilhantes, Charlotte está com um vestido preto e uma expressão alegre, e Carrie veste um vestido preto com detalhes brancos, com o cabelo preso em um rabo de cavalo. Ao fundo, outras pessoas participam da festa.
Sex and the City é um dos pilares da cultura da década de 2000 (Foto: HBO)

Arthur Caires

Em Abril de 2024, Sex and the City entrou no catálogo da Netflix e foi novamente popularizada. Originalmente, a série esteve no ar de 1998 a 2004, mas foi com o poder da maior plataforma de streaming do mercado que se tornou, mais uma vez, o assunto do momento. E assim, de uma hora para outra, as redes sociais foram dominadas pelas frases de efeito de Carrie, discussões sobre como a protagonista é uma péssima amiga e vários tutoriais de como fazer o famoso drink Cosmopolitan.

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Beckham: por trás de todo homem, nem sempre há uma Spice Girl

Fotografia de David e Victoria Beckham veiculada no documentário Beckham. Da esquerda para a direita na imagem, David e Victoria sorriem para a câmera que, por sua vez, os capturam a partir dos bustos. Ele é um homem branco de cabelos e olhos claros, enquanto ela é uma mulher branca de cabelos e olhos escuros. David veste um terno preto sobre uma camiseta azulada e uma gravata de estampa, já Victoria veste um vestido preto de manga longa. Ao fundo, o cenário é a vista de um camarote para um campo de futebol enorme, de grama bem verde.
Com o sucesso de Beckham, a Netflix já garantiu a produção de uma série documental sobre a Posh Spice (Foto: Netflix)

Nathalia Tetzner

Há muito tempo, dizem que por trás de todo homem há uma mulher. Beckham, série documental sobre um dos maiores jogadores de futebol da história da Inglaterra – e uma das figuras mais propagadas em campanhas globais para marcas gigantescas –, coloca a prova esse ditado. Demonstrando, também, que a razão pelo insucesso de muitos seja, talvez, por não ter uma Spice Girl como Victoria Beckham em suas trajetórias.

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Menos inteligente, A Fuga das Galinhas: A Ameaça dos Nuggets pisoteia em ovos

Aviso: o texto contém spoilers.

Cena do filme A Fuga das Galinhas: A Ameaça dos NuggetsNa imagem, os personagens do filme estão reunidos comemorando o nascimento do pintinho Molly. Ginger e Rocky seguram Molly no colo. Ginger é uma galinha ruiva, tem olhos verdes, usa boina verde e lenço branco amarrado no pescoço. Rocky é um galo de cores laranja e vermelho escuro, ele tem olhos castanhos escuros e usa um lenço azul com bolinhas brancas amarrado no pescoço. Molly é um pintinho amarelo, com olhos azuis e crista roxa. Ela está sentada em uma casca de ovo. Ao redor deles, tem mais 3 galinhas e um galo. O galo é Fowler, ele é mais velho, tem sobrancelhas grossas e coloração azul e branca. Ele segura um bastão dourado e tem um lenço branco amarrado no pescoço. Na sua direita, está Babs, ela está uma galinha de cor bege, com crista azul penteada para baixo como uma franja. Ela está tricotando crochê vermelho e usa um colar de pérolas rosa. Na esquerda de Rocky, estão Bunty e Mac. Mac é uma galinha branca, usa óculos e lenço xadrez na cor amarela amarrado no pescoço. Bunty é uma galinha na cor vinho e usa um colar de bolinhas azuis. Ao fundo, há uma vila, com árvores, gramas e casas de palha.
O elenco principal tem novos dubladores: Zachary Levi e Thandiwe Newton dão vida a Rocky e Ginger (Foto: Netflix)

Davi Marcelgo  

Depois de uma odisseia que durou 23 anos, o criativo A Fuga das Galinhas (2000) ganhou uma sequência. O longo percurso para a continuação sair do papel foi resultado de muitos fatores: o fim da parceria entre Aardman Animations e Dreamworks em 2006, a pandemia da covid-19, a troca de elenco devido às polêmicas envolvendo racismo por parte de Mel Gibson – dublador do personagem Rocky em 2000 –, além do custo e da necessidade de uma equipe maior para a produção. Sem um grande estúdio por trás, a história das aves ficou sem um novo voo por mais de duas décadas. Em 2020, a Netflix anunciou a continuação, A Fuga das Galinhas: A Ameaça dos Nuggets. Mas será que ela mantém a qualidade do primeiro filme? 

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Bebê Rena é o retrato de uma sociedade corrompida pela obsessão

Cena da série Bebê Rena. Na imagem, Donny, interpretado por Richard Gadd, um homem branco de cabelos e olhos claros, está sentado em um sofá olhando para algo que está atrás da câmera. Ele é um humorista, por isso, veste um terno xadrez todo colorido que se assemelha aos trajes de um palhaço de circo. Ao fundo, o cenário desfocado se trata de uma sala de madeira com sofás vermelhos e iluminação quente.
Bebê Rena estreou no streaming com pouca audiência até viralizar duas semanas depois (Foto: Netflix)

Nathalia Tetzner

Em 2024, a mensagem “Enviado do meu Iphone” – que, normalmente, acompanha os e-mails dos usuários de dispositivos da ‘marca da maçã’ – passou a aterrorizar as pessoas. O motivo é a minissérie britânica Bebê Rena, sucesso da Netflix que disputa 11 categorias no Emmy 2024. A trama, inspirada no caso verídico de stalking ocorrido com o ator Richard Gadd, esbarra em temas extremamente sensíveis e coloca em discussão o modo como a obsessão corrompeu a nossa sociedade, principalmente com o avanço da tecnologia e a consequente deturpação do limite que separa o real do virtual.

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