Melhores discos de Junho/2017

Divine, em uma clássica cena de Pink Flamingos (1972)
Divine, em uma clássica cena de Pink Flamingos (1972)

Adriano Arrigo, Gabriel Leite Ferreira, Matheus Fernandes e Nilo Vieira

Em sintonia com as comemorações LGBTQ+, a curadoria de junho está bem mais colorida em relação ao mês anterior. Não que os álbuns sejam todos serelepes e upbeat – afinal, como a foto acima sugere, o niilismo também é cada dia mais universal -, mas a paleta está bastante diversificada. Temos opções de trilha para dançar loucamente e/ou para curtir com seu amorzinho no frio, como você pode conferir abaixo.

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Em Melodrama, Lorde dança com a tristeza

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Lorde cresceu e está cheia de histórias tristes, eufóricas e coloridas pra contar: que Melodrama seja só a primeira de muitas outras (Foto: Universal Music New Zealand Limited)

Leonardo Teixeira

Na madrugada de seu aniversário de 20 anos, Lorde publicou uma carta aberta para seus fãs. Matando a jovem introvertida e quase blasé que surgiu em 2013 e pondo-a num “mausoléu adolescente”, Ella Marija Lani Yelich-O’Connor descrevia os últimos tempos como cruciais para a novíssima pessoa que o mundo estava prestes a conhecer. “Pure Heroine foi o meu jeito de consagrar a nossa glória adolescente, iluminando-a para sempre para que essa parte de mim nunca morra, e esse álbum — bem, este é sobre o que vem depois”. Continue lendo “Em Melodrama, Lorde dança com a tristeza”

Is This the Life We Really Want?: nostalgia com imposição

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Victor Pinheiro

No dia 20 de maio, Roger Waters surpreendeu os fãs brasileiros ao postar em seu perfil oficial no Facebook uma foto do presidente Michel Temer acompanhada da escrita: “essa é a vida que realmente queremos?”. A publicação atingiu 32 mil reações na rede social e causou discussões de cunho político nos comentários. Embora tenha sido uma estratégia de marketing, o episódio reflete características do músico e de seu novo álbum solo, Is This The Life We Really Want?. Continue lendo “Is This the Life We Really Want?: nostalgia com imposição”

Ziggy Stardust: há 45 anos, David Bowie entrava de vez para a história

Nilo Vieira

Bastante rústico e ainda obscuro ao grande público, o curta-metragem The Image (1967) é uma produção peculiar na carreira de David Bowie. Primeira aparição do camaleão no cinema, o filme dirigido por Michael Armstrong já mostrava o cantor no papel que marcaria sua trajetória: uma entidade fantástica – bem antes das fábulas de Major Tom no espaço sideral e indagações sobre a existência de vida em Marte. Continue lendo “Ziggy Stardust: há 45 anos, David Bowie entrava de vez para a história”

Sepultura Endurance é um exercício de autoafirmação pela metade

O Sepultura do presente: orgulho e resistência
O Sepultura do presente: orgulho e resistência

Gabriel Leite Ferreira

Manter-se relevante por mais de três décadas no show business é proeza para poucos. O Sepultura, mais do que ninguém, tem plena noção disso. Do início precário em Minas Gerais ao posto de uma das maiores bandas de heavy metal do mundo e os atritos posteriores, a banda fundada pelos irmãos Cavalera superou barreiras até então intransponíveis – e ainda hoje, sob a batuta do guitarrista Andreas Kisser, não pode se dar ao luxo de se acomodar como outras bandas do segmento. Logo, batizar um documentário sobre a trajetória do grupo como Sepultura Endurance (do inglês “resistência”) é, no mínimo, adequado; o problema é que o material não faz jus à carreira do Sepultura do Brasil.  Continue lendo “Sepultura Endurance é um exercício de autoafirmação pela metade”

A divertida impronunciabilidade de Koenjihyakkei

banda koenjihyakkei

A banda japonesa completa 25 anos, com quatro discos experimentais sem nenhuma necessidade de coerência lírica. No lugar desta, entra a transcendência com instrumentais exóticos e divertidos, como conta o tecladista da banda exclusivamente para o Persona.

Adriano Arrigo

Eu sei, eu sei. Ninguém conhece Koenjihyakkei, o estanho grupo japonês que toca estranhas músicas. Como poderiam conhecer? Nos confins da Internet, em um grupo de experimental e rock progressivo, eu os conheci. Estava lá, escrito: Koenjihyakkei. Parecia feitiço. E uma imagem com muitos seres pequenos construindo uma ponte. Músicas com títulos ainda mais bizarros. “Molavena”, “Avedumma”, “Zoltan”. Todas pertencentes a um estilo musical ainda mais enigmático, o Zeuhl.

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50 anos de Sgt. Pepper’s: alento para os corações solitários

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Mariana Faria

Lançado em 1° de junho de 1967, entre tantos discos que marcaram a história desse simbólico ano, Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band dos Beatles é para muitos o maior álbum já feito. Disse para muitos pois há quem discorde, inclusive no ramo musical, como Keith Richards, guitarrista dos Rolling Stones. Em entrevista à Esquire, o guitarrista afirmou: “Algumas pessoas acham que [Sgt. Pepper’s] é um disco genial, mas eu acho que é uma mistura de lixo, mais ou menos como Their Satanic Majesties’ Request (disco dos Rolling Stones)”.

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Melhores discos de Maio/2017

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Adriano Arrigo, Gabriel Leite Ferreira, Matheus Fernandes e Nilo Vieira

O ícone grunge Chris Cornell cometeu suicídio, e dois dias depois o lendário Kid Vinil (fotografado acima) faleceu. A chuva veio forte em Bauru, e o céu escureceu. É, maio foi mesmo um mês cinzento, e isso se refletiu até nas capas de nossa seleção mensal. Felizmente, o conteúdo é variado e abrangente o suficiente pra ninguém se deixar abater com essa nuvem negra. Aqui vão as nossas escolhas:

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A experiência de Hendrix

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Gabriel Leite Ferreira

Em setembro de 1970 um meteoro desapareceu da atmosfera terrestre – não sem antes deixar rastros de seu facho de luz por todo o planeta. Morreu, aos 27 anos, o guitarrista Jimi Hendrix em circunstâncias conturbadas envolvendo overdose de pílulas para dormir e asfixia. Uma queda tão meteórica quanto sua ascensão três anos antes.

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This Old Dog: o porão sentimental de Mac DeMarco

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Gabriel Soldeira Regis e Gabriel Rodrigues de Mello

Mac DeMarco, o canadense que fez de seu desleixo uma carreira musical, vem conquistando seu público desde seu primeiro EP Rock And Roll Night Club (2012), com sua voz sonolenta e riffs de guitarra alucinantes. O multi-instrumentista estreou no estúdio integrando a banda ultra lo-fi Makeout Videotape e desde então vem aperfeiçoando o som inspirado no lirismo intimista de John Lennon e na simplicidade simpática de Jonathan Richman.

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