Pense em uma praia deserta. É fim de tarde e você está com os pés na areia, ouve o barulho do mar, sente a brisa do vento bater no rosto e, quando percebe, está totalmente imerso em uma calmaria. É essa a sensação de ouvir Cool Tape Vol. 3 (CTV3), o novo álbum de Jaden Smith. Com vocais totalmente encantadores, o cantor inovou e entregou um trabalho leve, calmo e que, assim como na foto de capa, floresce uma sensação incrível em quem o escuta.
“Cada RG no gueto tem uma marca de terror/O sobrenome herdado do escravizador/Nosso gene prova o pior crime de todos os tempos/Quando a escrava era estuprada pelo senhor de engenho” ; “Você só vai ter democracia representativa/Quando a política for dominada pela periferia/Até lá, vai continuar sendo massacrado”. É assim que canta Eduardo Taddeo em uma das 29 faixas de seu novo álbum Necrotério dos Vivos, lançado no dia 11 de março de 2020.
Após 3 anos do seu último álbum de estúdio, Katheryn Elizabeth Hudson, Katy Perry, lançou seu novo projeto: Smile. Na mesma semana que Teenage Dream – maior álbum da carreira da cantora, e que a tornou a única mulher com o título de cinco canções Top 1 na parada americana -, completou uma década, Smile é lançado oficialmente. O disco vem sendo preparado desde 2019 e, junto com a produção, a vida de Katy também mudou, tornando-se mãe de Daisy Dove Bloom, com o ator Orlando Bloom.
Eles mataram Pac, mataram Big / Eles querem matar um mano que resiste / E nós queremos ser livres!
Elder John
No dia 7 deste mês, o rapper BK’ lançou seu terceiro (e tão esperado) álbum: O Líder em Movimento. Agora, com 30 anos, o artista lançou o disco com 10 faixas e foi a primeira vez que assinou como Abebe Bikila (seu verdadeiro nome) e não mais como BK’. Tiveram as participações da Polly Marinho em uma intro, do Erasmo Carlos em um refrão e da Ainá Garcia em uma ponte, fazendo com o que o trabalho fosse o mais pessoal possível. Além, é claro, dos beats do Jonas Profeta presentes em 8 músicas, como já era esperado, e Nansy Silvz e a dupla Deekapz, com uma faixa cada.Continue lendo “Na luta contra o racismo, BK’ é o líder em movimento”
Carlos Drummond de Andrade uma vez questionou: “o que pode uma criatura senão,/ entre criaturas, amar?”. O que pode então o homem, como criatura que é, senão amar e transformar esse amor em arte? Assim como Drummond discorre, sobre esse sentimento que é entrega e adoração, em Heartbreak Weather (2020) Niall Horan nos presenteia com seus poemas e sua ode ao amor e ao romantismo dignos de Shakespeare. Seu segundo álbum solo, lançado em março, atravessa inúmeras histórias, perspectivas e reviravoltas tão intrínsecas e típicas do amor, quase como em uma releitura moderna do romantismo de Goethe e Byron.
Desde sua criação, o Boogarins permanece inquieto, nunca estagnado. A banda goiana imprime, em cada movimento que faz, um recorte da essência que compõe os corpos de seus integrantes. Mesmo que comparada com nomes como Tame Impala e Unknown Mortal Orchestra, eles sabem que vão muito além da neo-psicodelia. É uma espécie de música transcendental, algo desconexo e intenso, mas puramente honesto. Isso é visto em seus shows, onde faixas de três minutos viram grandes sessões de dez minutos e toda a energia que ali habita explode na catarse das improvisações, como em Desvio Onírico (2018), EP ao vivo do grupo. Os LP’s passam a ser carcaças completamente diferentes entre si, porém que carregam a mesma mística única das texturas e camadas sonoras da alma dos membros. O que prevalece é a beleza da primeira ideia, nua, crua e imperfeita por definição, como visto nos ruidosos sucessos Lucifernandis e Foimal.
Manchaca Vol. 1 (A Compilation Of Boogarins Memories Dreams Demos And Outtakes From Austin, Tx) nasce da tentativa de manter todo esse movimento em tempos de quarentena. Se nos shows eles expandem o som em níveis espirituais, nos discos eles se concentram e o manipulam em colagens e rasgos sônicos para dizer exatamente do que se trata o tal do Boogarins. Sendo assim, é óbvio que existam milhares de experimentos durante as gravações. E, como o próprio nome diz, o álbum é a compilação de tudo que se originou do período de maior efervescência criativa da banda, nas gravações doLá Vem A Morte (2017) e Sombrou Dúvida (2019), e serviu como demo ou ficou guardado no baú.
O segundo álbum de Katy Perry, Teenage Dream, lançado pela Capitol Records, completa 10 anos neste mês de agosto de 2020. Para a surpresa de muitos, o resultado do trabalho de Katy para o sucessor de One Of The Boys (2008) foi um disco extremamente pop, trazendo uma proposta completamente oposta ao seu álbum de lançamento, marcado pela mistura de pop e rock.
A quarentena mexeu com todo mundo. Talvez você não aguente mais ler e ouvir sobre isso – nem eu –, mas é impossível não traçar um paralelo entre o novo extended play (EP) de Troye Sivan, In A Dream, com os últimos meses. Apesar da maior parte das faixas terem sido criadas antes do mundo acabar, as palavras falam diretamente com todos nós, e quase todas as músicas parecem ter sido escritas ontem mesmo, quando ninguém podia sair de casa por motivo nenhum, e até os sonhos eram mais interessantes que a vida real. Bem, não só os sonhos, mas os pesadelos também.
Visuais rústicos e paisagens bucólicas fotografadas em preto e branco mas que ocasionalmente revelam verdes úmidos e marrons aconchegantes. Foi com essa serenidade que Taylor Swift surgiu nas redes sociais no dia 24 de julho para anunciar seu novo álbum, folklore, apenas 24 horas antes de seu lançamento.
O ano era 2015 quando em uma terça-feira (13) de janeiro a cantora islandesa Björk anunciou o seu nono álbum de estúdio. O nome era Vulnicura, que significa “Cura para as Feridas”. Um grande título para tratar uma enorme ferida aberta: o término do seu casamento de 13 anos com o artista inglês Matthew Barney.