The English Game vai além do futebol para retratar as desigualdades sociais entre operários e elite

Conflitos dentro e fora de campo entre os operários e a classe alta da Inglaterra marcam o enredo de The English Game (Foto: Reprodução)

Marcela Franco

As produções audiovisuais voltadas para o esporte estão em alta. A série documental Arremesso Final, que narra a trajetória esportiva do astro do basquete Michael Jornal, comprova tal fato. O seriado foi assistido por mais de 23 milhões de usuários da Netflix fora dos Estados Unidos com apenas um mês de exibição no catálogo do streaming. Outros sucessos contam com F1: Dirigir para Viver e o documentário premiado no Oscar 2018, Ícaro. Assim como essas produções, The English Game leva as emoções do esporte, mas de maneira branda para dar espaço a uma outra premissa.

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Palm Springs e seu reflexo do looping no isolamento

O nome do filme é em referência ao lugar onde a história se passa, Palm Springs na Califórnia (Foto: Reprodução)

Ana Beatriz Diogo Rodrigues 

A rotina da quarentena é extremamente cansativa por mais que não precisemos mais sair de casa. Acordar e fazer as mesmas atividades todos os dias se tornou um ciclo desagradável e nunca achar uma saída para esse cotidiano é ainda mais preocupante. Mesmo gravado em cenário pré-pandêmico, o filme Palm Springs se relaciona com essa atual realidade. Os protagonistas vivem um looping temporal da mesma maneira que nosso isolamento é repetitivo.

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Os Corvos voam pela última vez e o mangá de Haikyuu chega ao seu fim

Uma jornada de 1000 Km começa com apenas um passo (Foto: Reprodução)

Anna Clara Leandro Candido

O mangá Haikyuu! publicou seu último capítulo em 20 de julho de 2020 após oito anos e meio de serialização pela Weekly Shonen Jump-Next!, revista japonesa da Shueisha Inc. A obra é escrita e desenhada por Haruichi Furudate, e pertence ao gênero Shounen. Com um total de 402 capítulos, 45 volumes e um anime com 4 temporadas confirmadas, produzido pelo estúdio Production I.G, Haikyuu! conquistou milhares de fãs ao redor do mundo, sendo considerado um dos melhores mangás de esporte.

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Charlize Theron rouba a cena e garante o sucesso de The Old Guard

Com lugar garantido na lista dos dez mais vistos da Netflix, The Old Guard está perto dos 72 milhões de espectadores (Foto: Reprodução)

Vitória Lopes Gomez

“Não é o que o tempo rouba, é o que ele deixa para trás”. Com um trailer recheado de ação e uma pitada de mistério, e contando com ninguém mais ninguém menos que Charlize Theron como protagonista, a Netflix lançou sua nova empreitada: The Old Guard. Cada vez mais apostando em suas produções originais, desde romances adolescentes, como A Barraca do Beijo, e thrillers, como Bird Box, a plataforma arrisca pouco, mas, novamente, garante o entretenimento em seu novo longa de ação.

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David Foster Wallace e um desejo infinito por empatia

David Foster Wallace em 1996 (Foto: Reprodução)

Bruno Andrade

Em algum momento da vida nos deparamos com a sensação de que ela não nos deve nada. Que, talvez, não exista algo além ou anterior a nós que seja crucial a nossa existência. Ou ainda, que nossa existência é irrelevante para o decorrer do universo. Os existencialistas, como Albert Camus, apegaram-se e destrincharam essas ideias mas talvez, só em 1996, um autor conseguiu explicar, com a angústia de quem não sabia para onde ir, como era viver nesse mundo frenético e cada vez mais tecnológico. A sensação de ler David Foster Wallace é ter seus olhos abertos e perceber pela primeira vez como é viver nesse mundo. Em 1 de fevereiro de 1996 chegava às livrarias a primeira edição de Graça Infinita, o livro que daria fama ao autor, o alçando como a “voz de uma geração”.

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Vulnicura: cinco anos do álbum que revela o lado mais íntimo de Björk

(Foto: Reprodução)

Humberto Lopes

O ano era 2015 quando em uma terça-feira (13) de janeiro a cantora islandesa Björk anunciou o seu nono álbum de estúdio. O nome era Vulnicura, que significa “Cura para as Feridas”. Um grande título para tratar uma enorme ferida aberta: o término do seu casamento de 13 anos com o artista inglês Matthew Barney.

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The Last of Us Part II e a noite escura da alma

“Você não pode parar isso” (Foto: Reprodução)

Gabriel Oliveira F. Arruda

“Em uma noite escura,
Com ânsias em amores inflamada
– Ó ditosa ventura! –,
Saí sem ser notada,
Já minha casa estando sossegada;

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Musical Hamilton no Disney+ e a experiência do teatro durante a quarentena

O filme do espetáculo de sucesso da Broadway teve sua estreia adiantada em streaming

Da esquerda para a direita: Leslie Odom Jr., Daveed Diggs, Lin-Manuel Miranda, Christopher Jackson and Renee Elise Goldsberry (Foto: Joan Marcus/Playbill)

Letícia Machado e Rafaela Thimoteo  

Como um bastardo, órfão, filho de uma prostituta e pai fundador dos Estados Unidos presente na nota de dez dólares se tornou um dos maiores fenômenos na indústria dos musicais e plataformas de streaming de todos os tempos?

Hamilton: An American Musical é um musical composto, escrito e protagonizado por Lin-Manuel Miranda. Norte-americano de família porto-riquenha que nasceu em Nova York, em 1980, Miranda se inspirou na biografia de Alexander Hamilton do historiador Ron Chernow para criar essa peça.

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All Stars 5: dívida atrasada se paga com juros

Shea Couleé garantiu seu merecido lugar no Hall da Fama (Foto: Reprodução)

Vitor Evangelista

Não tinha outro jeito. Quando Shea Couleé entrou no ateliê, a Coroa, o cetro e o quadro do Hall da Fama já estavam com nome e sobrenome estampados. Quem chegasse na competição depois já não era importante, ou sequer relevante. 5 edições à dentro dessa corrida (quatro, se desconsiderarmos o terrível All Stars 1), o jogo já não tem mais tantas nuances. Ao passo que as nove queens restantes retornavam para a disputa do título e do cheque, Shea não tinha com o que se preocupar. Oito episódios depois, a conta veio.

Muito mais uma manobra de redenção, por vezes autoinfligida, a escolha de RuPaul parece levar em conta o passado e o prestígio em detrimento do agora. Assim, a questão que fica é a seguinte: essa competição virou um acerto de contas ao invés de uma congratulação e reconhecimento por mérito? A resposta definitiva não existe, Shea Couleé não venceu por pena ou migalhas, mas a narrativa dessa 5ª temporada abre margem para discussões mais profundas quanto ao papel da corrida secundária pela coroa. Está na hora do All Stars acabar.

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#AnneFrank – Vidas Paralelas e a nossa responsabilidade para com a memória do Holocausto

#AnneFrank – Vidas Paralelas (Foto: Reprodução)

Raquel Dutra

75 anos nos separam de Anne Frank, do fim da Segunda Guerra Mundial e do fim do regime nazista na Europa. Historicamente, não estamos longe desta data, mas de forma geral, o Holocausto parece algo distante da maioria dos cidadãos do século XXI. Essa ilusão se dá com razão: é difícil assimilar a estimativa absurda de dezenas de milhões de pessoas que foram perseguidas, torturadas e assassinadas pelo nazismo entre os anos de 1930 e 1945. Também é difícil conceber que tamanha destruição foi arquitetada e executada por mentes e mãos humanas. 

É o que historiadores e psicólogos relembram no documentário #AnneFrank – Vidas Paralelas: nós costumamos distanciar da espécie humana quem esteve por trás do genocídio, mas embora esvaziadas de qualquer noção possível de humanidade, aquelas pessoas ainda eram conscientes de seus próprios atos. Parafraseando Primo Levi, que compartilha suas memórias do Holocausto e discute o conceito de humanidade no livro É isto um homem?, em certa medida, eram mentes e mãos humanas assim como as suas, que agora acompanham meu raciocínio e rolam essa página. Ou como as minhas, que agora organizam ideias e escrevem esse texto. Continue lendo “#AnneFrank – Vidas Paralelas e a nossa responsabilidade para com a memória do Holocausto”