Há males que vêm para o bem: 5 anos da catarse de Katy Perry em Witness

Capa do álbum Witness de Katy Perry. Na imagem que captura do pescoço para cima, a cantora de pele branca e cabelos claros tampa os seus olhos com as mãos. A sua boca aberta revela um olho azul. Na esquerda, uma assinatura onde se lê “Katy”. Ao fundo, um plano branco com bordas roxas.
A arte de capa do Witness foi inspirada no surrealismo de Salvador Dalí (Foto: Capitol Records)

Nathalia Tetzner

O ano era 2017 e Katy Perry dava início ao seu tão ansiado quarto álbum de estúdio com o seguinte questionamento: “se eu perdesse tudo hoje, você ficaria?”. E, não é que ela perdeu tudo mesmo? Autêntico, inovador e coeso; todos esses adjetivos são o que Perry e a sua equipe esperavam que o seu mais novo projeto fosse. A realidade é que a artista e a sua obra passaram a coexistir em um só estado de espírito e, naturalmente, seus conflitos foram refletidos em suas composições. Vicioso, genérico e confuso: Witness é o registro da catarse pessoal e artística de uma das maiores hitmakers do século que, depois de tamanho sucesso, ainda não havia experimentado o gosto traumático e amargo da quebra de expectativa.

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Bobbi amava Frances que ama Nick que ama Melissa

Moldura vermelha retangular. No canto superior esquerdo e no canto inferior direito, vemos o logotipo do Persona, o desenho de um olho com um símbolo de play ao centro. Ao centro do retângulo, vemos a capa do livro Conversas entre amigos. A capa tem o fundo verde azulado. Na parte superior central, vemos a palavra "conversas" em uma fonte branca sem serifa, alinhada à esquerda. Abaixo, vemos a palavra "entre" na mesma fonte, alinhada à direita. Abaixo, vemos a palavra "amigos" centralizada. Centralizada na capa, vemos as palavra "Sally Rooney", na mesma fonte, na cor preta. Na parte inferior da capa, vemos uma mulher branca de cabelos castanhos lisos, de costas, à esquerda. À direita, vemos uma mulher branca de cabelos pretos presos em um rabo de cavalo e usando óculos rosa, de perfil.
Lançado em 2017, Conversas entre amigos completa 5 anos no mês de lançamento da série adaptada (Foto: Editora Alfaguara)

Vitória Lopes Gomez

Frances e Bobbi são melhores amigas que já namoraram. Frances tem uma queda por Nick, e Bobbi, por Melissa. Nick e Melissa são casados. É partindo desse emaranhado que Sally Rooney, em seu livro Conversas entre amigos, encontra terreno fértil para dissecar relacionamentos contemporâneos e seus envolvidos, assim como as dinâmicas sociais e de poder das relações interpessoais modernas. Se a irlandesa escreve, essencialmente, sobre pessoas normais vivendo sua realidade – mesmo que seja uma realidade inventada, somente baseada na vida real da autora ,- essa obra de estreia  mostra que, mesmo antes do fenômeno Pessoas normais, Rooney já mostrava a potência de suas histórias fictícias reais.

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Uma década depois, ainda é uma delícia se afogar em An Awesome Wave

Foto da banda alt-J. Nela, os quatro membros estão em uma sala com panos brancos e uma forte luz amarela. Sobre eles, há uma luz branca quadrada, só que um pouco tombada para esquerda, de forma a fazer uma forma geométrica de cinco lados. Da esquerda para direita: Gwil Sainsbury, um homem branco e de cabelos loiros. Ele usa óculos, veste um suéter com listras horizontais e duas verticais na altura dos ombros e calça preta. Joe Newman, um homem branco de cabelos pretos cacheados. Ele veste uma jaqueta preta com uma camiseta por baixo e calça jeans preta. Gus Unger-Hamilton, um homem branco, alto de cabelos e bigode castanhos. Ele veste uma jaqueta, uma camisa xadrez e também uma calça jeans preta. Thom Green, um homem branco de cabelos e barbas castanhos claros. Ele usa um boné preto, uma camisa em cor escura e uma calça jeans também preta. Todos calçam um par de meias pretas e olham para um mesmo ponto abaixo deles.
Mesmo sendo seu debut, o disco ainda é o carro chefe dos ingleses (Foto: Noah Kalina)

Guilherme Veiga

Quando o mais novo álbum do alt-J, The Dream, estava prestes a ser lançado, muito se esperava que a banda britânica voltasse às suas raízes, mais especificamente as de uma década atrás. A razão disso é que seu registro de 2012, An Awesome Wave, vencedor do Mercury Prize, prêmio de Melhor Álbum Britânico daquele ano, é irretocável e até hoje é o cartão de visitas do grupo, que naquela época se tornou um expoente do indie britânico.

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15 anos de Minutes to Midnight: a ruptura entre o antigo e o novo Linkin Park

Capa do álbum Minutes to Midnight, da banda Linkin Park. Na parte inferior da capa, estão os seis integrantes, virados de costas e olhando para algum ponto à frente. Eles estão usando calças e jaquetas pretas. Por conta dos efeitos criados, é possível visualizar apenas as silhuetas deles. O cenário contém um mar ao fundo. Na parte superior, está escrito Linkin Park em letras pretas grossas e estilizadas, de maneira que se encaixam. Acima do nome da banda, está escrito o nome do álbum, em letras finas e num tom acinzentado. O álbum está em tons de preto e branco, fazendo a maioria do espaço da imagem ser branco, dando destaque para os integrantes e o que está escrito.
Com cerca de dois anos de gravação, Minutes to Midnight satisfaz o desejo do Linkin Park em ir além da replicação dos sucessos (Foto: Warner Bros Records)

Maria Vitória Bertotti 

11:58:20. O relógio do juízo final, criado em 1947 e atualizado em 2020, nos dá pouquíssimos minutos antes da meia-noite para repensarmos nossas atitudes antes do fim. Levados por essa simbologia, a banda californiana Linkin Park lançou, em 2007, o Minutes to Midnight, seu terceiro álbum de estúdio que chegou ao público após uma longa espera. Ao contrário dos dois primeiros discos, esse funcionou como uma rachadura, diferenciando com o experimentalismo, o som que a banda já estava acostumada a fazer há 15 anos.  

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20 anos depois, Homem-Aranha continua sendo o coração dos filmes de herói

Cena do filme Homem-Aranha. Tem uma pessoa na imagem. No centro da imagem aparecendo de corpo inteiro está o Homem-Aranha. Ele usa seu uniforme,que é vermelho no torso, nos braços e nos pés e azul na cintura e nas pernas, no peito tem um símbolo de uma aranha e toda a roupa é coberta por quadrados vazados, parecendo teias. Ele usa uma máscara vermelha que tem dois visores amarelados. Ele está agarrado a um mastro.No fundo aparece a cidade de Nova York.
Nesse mesmo dia, há 20 anos, chegava às telonas brasileiras o primeiro filme do Homem-Aranha (Foto: Sony Pictures)

Nathan Sampaio

O que faz um personagem ser popular? A sua história sofrida ou sua personalidade marcante? O visual icônico ou as falas de impacto? Talvez seja a mistura disso tudo. É o caso do Homem-Aranha, personagem da Marvel que teve seu primeiro filme lançado 20 anos atrás, e que alçou o herói a fama ao unir um roteiro simples, porém muito bem construído, com cenas memoráveis e um visual excepcional. 

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Os 5 anos de Guardiões da Galáxia Vol. 2 consagram o grupo de heróis no universo Marvel

A imagem é ampla e mostra os personagens em uma nave espacial em tons terrosos, ela é bem cheia de detalhes como ferros, canos, cabos, telas com projeções e poltronas. Da esquerda para a direita temos: Yondu, um homem azul médio, magro e alto careca e com um moicano de material sólido ao meio da cabeça, ele veste camadas de roupas de couro em tons bordô, marrom e roxo, ele está em pé com a mão esquerda apoiada em uma poltrona e a direita segura uma flecha dourada apoiada no ombro direito, ele sorri levemente. Em seguida temos Rocket sentado em uma poltrona, ele é um guaxinim marrom, que usa um macacão azul e sorri para a câmera. Em pé, do outro lado da poltrona, há Nebulosa, uma mulher magra, alta e robótica azul e roxa, com o braço esquerdo cinza ao lado do corpo e o direito apoiado na poltrona, usando um traje de couro com diversos recortes em tons de vermelho, ela encara a câmera séria. Do outro lado da nave, há outro grupo, que começa por Gamora, uma mulher alta, magra e de pele verde médio, ela tem cabelos levemente ondulados castanhos com as pontas rosas, ela veste uma blusa branca com um corpet de couro preto por cima, cobertos por um sobretudo marrom de couro, além de uma calça de couro preta e uma bota preta que vai até abaixo do joelho; Gamora olha séria e aponta para a câmera com a mão direita, enquanto a mão esquerda está apoiada na poltrona de Peter, um homem branco, magro, alto, de cabelo loiro escuro, ele veste uma calça marrom escuro e botas marrom médio, e por cima, uma jaqueta de couro vermelha, ele está olhando para frente de forma atenta e as duas mãos seguram os controles da nave. Logo atrás dele, está Mantis, uma alienígena magra, alta e com traços asiáticos, ela tem cabelo preto liso e duas antenas que começam no topo da testa, ela usa um traje de couro verde musgo médio, ela olha apreensiva para frente. Ao lado dela e de Peter há Drax, um homem alienígena de corpo cinza com desenhos vermelhos, ele é careca, tem olhos claros é alto e forte, ele nao usa camisa, apenas uma calça azul escuro com um cinto de metal; ele está em pé e, com a boca aberta, olha surpreso para frente. Por fim, Groot está no ombro esquerdo de Drax, ele é um pequeno homem-árvore e está em pé gritando.
“Às vezes passamos a vida procurando por alguém que sempre esteve ao nosso lado” (Foto: Marvel Studios)

“Eu sou Groot” – Groot

Júlia Caroline Fonte

A última década foi bem polêmica para a indústria cinematográfica, o boom dos filmes de heróis gerou vários conflitos entre os cinéfilos mais conservadores e os amantes da cultura pop. Os super-heróis foram os responsáveis por lotar as salas de cinema no mundo todo, principalmente devido às grandes mudanças nos Estúdios Marvel. Foi nessa década que heroínas e personagens não convencionais conquistaram seu lugar, como aconteceu com o grupo de deslocados conhecidos como Guardiões da Galáxia, que completa 5 anos de seu segundo filme.

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20 anos de A Sociedade do Anel: lá e de volta outra vez

Cena do filme O Senhor dos Anéis: A Sociedade do Anel. Um plano médio captura os  nove membros da Sociedade do Anel. Da esquerda para a direita, Aragorn (Viggo Mortensen), Gandalf (Sir Ian McKellen), Legolas (Orlando Bloom), Boromir (Sean Bean) e, na frente deles, Sam (Sean Astin), Frodo (Elijah Wood), Merry (Dominic Monaghan), Pippin (Billy Boyd) e Gimli (John Rhys-Davies). Aragorn é um homem caucasiano, magro, de cabelos castanhos-escuros e longos e uma barba rala, usando uma túnica cinza escura. Gandalf, um mago caucasiano e magro, possui cabelos e barba longos e grisalhos e um robe cinzento, segurando um cajado de madeira com sua mão direita. Legolas é um elfo caucasiano, magro, de orelhas pontudas e cabelos longos e loiros, usando uma túnica prateada. Boromir é um homem caucasiano, magro, de cabelos ruivos e longos, usando um colete preto por cima de uma túnica vermelha com detalhes em dourado. Os quatro hobbits, com cerca de metade da estatura deles, estão na frente de Gandalf e Legolas: Sam, magro e caucasiano, de cabelos loiros encaracolados, usando uma blusa cinza por cima de uma camisa branca; Frodo, magro e caucasiano, de cabelos pretos encaracolados, usando um colete rubro por cima de um paletó marrom; Merry, magro e caucasiano, de cabelos loiros encaracolados, usando um colete amarelo por baixo de um paletó verde e Pippin, também magro e caucasiano, de cabelos castanhos encaracolados, usando uma camisa branca por cima de um paletó verde. Na frente de Boromir, Gimli, um anão de barba e cabelos longos e ruivos, usando uma túnica vermelha por cima de malha de ferro, segurando o topo de seu machado com as duas mãos. Atrás de Gandalf e Boromir, podemos ver outros membros do Conselho, um elfo e um homem, ambos caucasianos. Folhagem verde preenche o fundo da tela, que é iluminada de amarelo pela luz do Sol. Todos os membros da Sociedade olham para a esquerda da tela, virados de frente.
“Nove companheiros…” (Foto: New Line Cinema)

Gabriel Oliveira F. Arruda

É muito difícil imaginar o que seria do Cinema, especialmente o gênero de fantasia blockbuster, quase sempre pautado em emoção e espetáculo, sem O Senhor dos Anéis. A trilogia de adaptações comandadas por Peter Jackson e produzidas pela New Line Cinema foi um dos maiores gambitos da história da Sétima Arte, custando quase 300 milhões de dólares e 8 anos de produção, criando uma nova cultura de turismo na Nova Zelândia e assomando juntos dezessete estatuetas no Oscar. Baseados no épico de J.R.R. Tolkien, – por muito dado como inadaptável – os filmes deram nova vida à fantasia e inspiraram uma geração de cineastas a desafiarem os limites técnicos de suas obras.

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10 anos atrás, Os Vingadores se uniam para mudar o Cinema

Cena do filme Os Vingadores. Há cinco pessoas na imagem. Da esquerda para a direita aparece Viúva Negra, uma mulher branca de cabelo curto e ruivo e olhos verdes, ela usa um macacão preto e segura uma pistola com as duas mãos. Ao lado tem Thor, um homem branco, de cabelo loiro e longo e olhos verdes, ele usa uma armadura cinza com uma capa vermelha, em sua mão direita ele tem um martelo grande. Do lado e a frente da imagem aparece Capitão América, um homem branco de cabelo curto e loiro com olhos verdes, ele usa um collant azul e branco, na região da barriga há diversas listras vermelhas e brancas verticais, e no peitoral tem um estrela branca, ele carrega na mão direita um escudo redondo listrado de vermelho e branco, e no centro dele tem uma estrela branca com fundo azul. Atrás dele tem Gavião Arqueiro, um homem branco, de cabelo curto e castanho e olhos castanhos, ele usa um macacão preto e uma aljava de flechas nas costas. Hulk aparece do seu lado, um homem muito alto e gigante, ele é verde e cabelos pretos, ele usa apenas um shorts roxo. Por fim, aparece o Homem de Ferro, ele usa uma armadura metálica vermelha e dourada que cobre todo o corpo. Todos olham para cima. O fundo são prédios destruídos.
Dirigida por Joss Whedon, a épica reunião dos heróis da Marvel Studios completa 10 anos em 2022 (Foto: Marvel Studios)

Nathan Sampaio

Há 10 anos, os filmes de super-heróis eram muito nichados, em um período em que apenas fãs de quadrinhos, crianças e alguns poucos curiosos se interessavam por essas adaptações. Poucos eram os longas que furavam a bolha, como Superman – O Filme (1978), Batman (1989) e Homem-Aranha (2002). Porém, tudo mudou em abril de 2012, pois Os Vingadores (The Avengers) chegava aos cinemas mundiais, representando o que seria o princípio de uma era. 

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Avenida Brasil: o triunfo do povo completa 10 anos

Nina, criança morena de face triste, cabelos longos castanho escuro, de blusa com listras brancas e vermelhas e macacão jeans, colar, dentro de um carro com um braço escorado no vidro da janela, em seus braços têm duas pulseiras, uma amarela, vermelha e verde, a outra vermelha e dourada. No vidro é refletida a Carminha, mulher branca, loira, de cabelo preso, com camisa verde água e rosto meio sorridente. O carro é azul claro com bancos marrons pastéis.
O início da trama foi marcado pela Mel Maia emocionando o país (Foto: TV Globo)

Lucas Lima

Quando perguntam qual a melhor novela que você já acompanhou?, não é difícil ver muita gente falar Avenida Brasil. A novela que literalmente parou o país, ficou no imaginário popular e se mantém viva, mesmo após uma década de seu início. Quem acompanhou a saga da vingança de Nina contra Carminha sabe quão fervorosos eram os momentos em frente à TV, com todos os olhos vidrados na tela e muitas respirações quase nulas com as cenas mais tensas, até o último capítulo, transmitido em outubro de 2012.

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5 anos atrás, Greta Van Fleet reviveu o bom e velho rock’n’roll no EP Black Smoke Rising

Capa do EP Black Smoke Rising da banda Greta Van Fleet. A imagem tem fundo predominantemente ocre. No centro tem uma fumaça marrom avermelhada com os rostos dos integrantes da banda estampados. Todos são homens brancos de cabelos bagunçados castanhos. Ao canto esquerdo, está escrito Greta Van Fleet Black Smoke Rising com letras ocres
A fumaça preta sobe e já sabemos que é o início de uma nova era – o rock não morreu (Foto: Republic Records)

Leticia Stradiotto

No ano de 2012, dentro de uma garagem em Frankenmuth, cidadezinha alemã de Michigan, o som mais esperado pelos apreciadores do bom e velho rock’n’roll nasceu com a banda Greta Van Fleet. Em seu primeiro trabalho, o EP Black Smoke Rising, o grupo rebateu – com impulso – a polêmica e extremamente cansativa frase “Não se faz mais o rock como antigamente”, o êxito da banda disparou talento e reviveu a intimada e almejada melodia dos anos 70.

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