Esquadrão Suicida: vilões domesticados não mordem

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Galerinha do mal (Créditos: DC Comics/Warner)

Jefferson Garcia

Seja por questão estética ou escapismo moral, não é surpresa e nem mesmo demérito admitir que, muitas vezes, simpatizamos com vilões da ficção. Apesar de os desfechos das histórias (às vezes, de modo bem burocrático) quase sempre lhes trazerem punições, na maior parte do tempo estes personagens conseguem materializar, ainda que sob um prisma caótico, uma das maiores utopias humanas: a liberdade – de roubar, matar, se vingar e, o que talvez seja o mais atraente, não sentir um pingo de remorso por tudo isso.

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Os quinze anos de Is This It e a nostalgia no rock

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Nilo Vieira

Em 2001, o estouro causado pelo segundo disco do Nirvana, o clássico Nevermind, estava prestes a completar uma década. Claro que existiu vida inteligente no rock (e fora dele também, obviamente) nesses quase dez anos, mas não era algo satisfatório para a indústria musical, que ainda clamava por um novo álbum que causasse fenômeno comercial parecido – e que trouxesse junto de si uma outra figura messiânica, para poder vendê-la como “a voz da nova geração”.

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Os melhores discos de Julho/2016

Matheus Fernandes e Nilo Vieira

O mês de julho realmente foi um período de férias: mesmo com discos esperados e álbuns acima da média, o saldo foi de vacas magras. Mesmo assim, não foram 31 dias perdidos – cá estão oito lançamentos que merecem o seu tempo e atenção.

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Pokémon, de 1996, é a cultura pop japonesa encapsulada

Há 20 anos atrás, o primeiro game da série Pokémon fez a façanha de encapsular a cultura pop japonesa em um grande jogo portátil.

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Capa da versão Vermelha de Pokémon (1996), primeiro jogo da série.

Adriano Arrigo

Os kaijus (“monstros estranhos”, na tradução literal) são monstros gigantescos que habitam o imaginário japonês.  Apesar de serem enormes e com cara (quando tinham cara) de poucos amigos, eram queridos pelas crianças e, em especial, serviam de protetores do povo japonês contra ameaças externas.  Assim, os kaijus podem ser entendidos de duas maneiras: alguns são reflexos metafóricos da ganância humana, como o Hedorah, o monstro que surgiu da poluição emitida pelas indústrias; e, de outra forma, se comportam também como a personificação das forças naturais destrutivas que assolam o Japão desde sempre.

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As veias abertas da América Latina: um presente, poético e catastrófico, à consciência histórica contemporânea

Vitor Soares

Vivemos hoje novas formas de vida, novos regimes precisam criar identidades que se adaptem a eles. Daí que é comum hoje governos e meios de comunicação inventarem um passado. Como dizia George Orwell, estamos em uma idade em que o presente controla o passado.” (Erick Hobsbawm, historiador britânico) Continue lendo “As veias abertas da América Latina: um presente, poético e catastrófico, à consciência histórica contemporânea”

Stranger Things traz os anos 80 à geração Netflix

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Matheus Fernandes

Em uma cidade pacata do interior da América, cenário padrão de 10 a cada 10 filmes da década de 80, uma criança, Will Byers, desaparece enquanto volta para casa de uma noite de Dungeons & Dragons com os amigos. Ao mesmo tempo que a cidade se mobiliza para procurar o jovem, uma garota com poderes especiais, Eleven, escapa de um misterioso composto militar, que tudo indica, tem relação com os acontecimentos recentes. Essa é a premissa básica de Stranger Things, nova série de terror original do Netflix, assinada pelos irmãos Duffer.

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A história da Pixar e como ela revolucionou o mundo do cinema

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O famoso logo da Pixar, acompanhado de alguns dos principais personagens

Gabriel Fioravante e Guilherme Reis Mantovani

Animação cinematográfica. Um gênero que sempre teve tantas especificidades e que, por muito tempo, servia apenas como entretenimento para o público infantil. Eis que surge a Pixar, uma produtora considerada um dos maiores marcos dentro do gênero por revolucionar em questões técnicas, mas principalmente em narrativas e temas. Continue lendo “A história da Pixar e como ela revolucionou o mundo do cinema”

A Viagem de Chihiro: uma viagem de todos nós

Completando 15 anos em julho, A Viagem de Chihiro é o filme mais aclamado do diretor Hayao Miyazaki e guarda correspondências com um clássico da literatura


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Gabriel Leite Ferreira

“Quando penso em criar um protagonista masculino, tudo fica muito complicado”, diz o diretor Hayao Miyazaki em entrevista ao periódico japonês Animage, no ano de 1988. Naquele momento, ele é um dos profissionais de animação mais aclamados no Japão por O Castelo de Cagliostro (1979) e Nausicaä do Vale do Vento (1984), e as particularidades de suas obras, mais especificamente o grande número de protagonistas do sexo feminino, são alvo da curiosidade do público e da crítica. Sobre isso, Miyazaki afirma que histórias de aventura com protagonistas masculinos sempre pareceriam uma cópia de Indiana Jones, além de atentar para a necessidade de protagonistas femininas ativas não terem uma aparência “sem graça”, o que segundo ele seria uma contradição. Contudo, há 15 anos o diretor subvertia esses conceitos em seu filme mais festejado, A Viagem de Chihiro, vencedor do Oscar de Melhor Filme de Animação em 2003. Continue lendo “A Viagem de Chihiro: uma viagem de todos nós”

Hiroshima é um insigne relato antiguerra do frenético século XX

John Hersey transpõe o jornalismo tradicional e cria uma obra de caráter literário, humano e influente até os dias atuais

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As ruínas do antigo centro de promoção industrial de Hiroshima, atual Memorial da Paz

Adriano Arrigo

Em 1979, o célebre personagem Sargento Kurtz do filme Apocalypse Now! (de Francis Ford Coppola) trouxe em seu corpo e mente os tenebrosos reflexos de uma guerra que assassinou nada menos do que 1 milhão e meio de pessoas. Kurtz, preso na guerra do Vietnã, é a síntese de um conflito entre o racional e irracional despertado devido as atrocidades bélicas que viveu. Em uma das cenas clássicas do filme, Kurtz, deitado no chão, reflete e sintetiza o que viveu: o horror… o horror.

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Blink 182 – California: A saída de Tom DeLonge e o início de uma nova fase

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Rhaida Bavia

Lançado oficialmente no dia 1 de julho, o mais recente trabalho da banda Blink-182, California, nos convida a uma viagem nostálgica a praticamente todos os  álbuns anteriores do trio punk que, ao longo de mais de 20 anos, conquistou milhares de fãs falando de conspirações alienígenas e decepções amorosas em suas músicas. Continue lendo “Blink 182 – California: A saída de Tom DeLonge e o início de uma nova fase”