Há 5 anos, a 7ª temporada de Brooklyn Nine-Nine trazia novos personagens e uma fase inédita de Peraltiago

Cena da série Brooklyn Nine-Nine. Na imagem, há sete pessoas alinhadas em uma sala da delegacia, todas vestindo camisetas de manga comprida azul-marinho com o distintivo da polícia de Nova York no lado esquerdo do peito. À esquerda, Holt, que é um homem negro e careca, mantém uma expressão séria, enquanto ao seu lado Scully, um homem branco de cabelo curto grisalho, parece surpreso, com a boca entreaberta. No centro, Rosa, uma mulher de cabelos longos e escuros, está de braços cruzados, transmitindo confiança. Ao lado dela, Jake, um homem branco de cabelo castanho curto também mantém os braços cruzados, com uma expressão firme. Mais à direita, Amy, uma mulher de cabelos escuros presos sorri levemente, e ao seu lado, Hitchcock, um homem branco careca aparece parcialmente visível e parece confuso. À extrema direita, Debbie, uma mulher branca de cabelos ruivos curtos sorri abertamente, parecendo a mais descontraída do grupo. Todos estão observando algo à frente, sugerindo que aguardam alguma instrução ou estão prestes a entrar em ação.
A série quase foi cancelada, porém, os direitos foram comprados pela NBC (Foto: NBC)

Marcela Jardim

O gênero das sitcoms policiais ganhou um novo fôlego com Brooklyn Nine-Nine, série criada por Michael Schur e Dan Goor, que conquistou o público ao mesclar humor afiado e críticas sociais relevantes. Estreando sua sétima temporada há cinco anos, em 2020, a produção já havia passado por momentos turbulentos, como o cancelamento pela Fox e o subsequente resgate pela NBC. Esse novo ciclo veio em um momento de transição, trazendo desafios narrativos e estruturais para o seriado, que precisava manter sua identidade ao mesmo tempo em que lidava com mudanças significativas. 

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Há 85 anos, John Ford antecipava Portinari com As Vinhas da Ira e criava uma versão norte-americana de Os Retirantes

Na imagem está Tom Joad do lado esquerdo. Ele usa uma boina, uma camisa de botão por baixo e um sobretudo preto e sujo por cima. Ele está olhando para a esquerda, para algo fora do plano. Ao seu lado está Ma Joad, ela olha para Tom com uma expressão preocupada. Ela usa uma blusa velha.
As Vinhas da Ira é uma adaptação do livro de John Steinbeck (Foto: 20th Century Studios)

Guilherme Moraes

Após a Depressão de 1929, os Estados Unidos entraram em uma crise profunda que afetou diversas áreas, dentre elas, a agrária. Nesse contexto entra As Vinhas da Ira (1939), livro de John Steinbeck que foi adaptado aos cinemas por John Ford em 1940. Ainda que seja um pouco ofuscado pela outras obras-primas do diretor, The Grapes of Wrath, no original, se consolidou na história do Cinema como uma grande análise sociopolítica, feita a partir da destruição de uma família em meio a instabilidade econômica que, de certa forma, dialoga com o quadro Os Retirantes (1944) de Candido Portinari.

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A noite é negra e dos Pecadores

Cena do filme Pecadores. Na imagem, os personagens Fumaça (à esquerda) e Fuligem (à direita) estão de costas enquanto observam o pôr do sol no horizonte. O céu está escuro, com muitas nuvens e o sol ao fundo, laranja, perdendo sua luz. Os dois personagens são irmãos gêmeos e interpretados pelo ator Michael B. Jordan. Fumaça veste um terno e usa uma boina. Fuligem também veste terno, mas usa um chapéu de abas retas. Não é possível identificar as cores das roupas, pois não há luz nos personagens.
Pecadores é o quinto filme de Ryan Coogler com Michael B. Jordan no elenco (Foto: Warner Bros.)

Davi Marcelgo

Há mais de um século, no coração da Europa, F. W. Murnau dirigia o clímax de Nosferatu (1922), ocasião em que o vampiro, tomado pelo desejo, esquece o perigo de existir sob a luz do sol, falecendo ao amanhecer. O terror expressionista tem um quê de LGBT+, pois as vivências da comunidade, quanto mais em 1922, eram consumadas à noite – essa interpretação existe sobretudo porque o diretor tinha relações homoafetivas. E que pavor seria ao dia descobrirem o Drácula dentro de você. 

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Em Kansas Anymore (The Longest Goodbye), Role Model dá a devida despedida ao amor do passado

Capa do álbum Kansas Anymore (The Longest Goodbye) do Role Model. A imagem em preto e branco mostra um Tucker vestindo um casaco de couro e um chapéu de cowboy, de perfil, com o olhar voltado para baixo. O nome do artista e o título do álbum estão escritos em branco e amarelo.
O deluxe já acumula mais de 12 milhões de streamings nas plataformas digitais (Foto: Interscope Records)

Isabela Nascimento

Em Fevereiro deste ano, Tucker Pillsbury lançou o deluxe do seu disco mais recente, Kansas Anymore (The Longest Goodbye). A sua nova versão traz quatro músicas inéditas, colocando o ponto final na sua última história de amor.  A versão original foi lançada em Julho de 2024, como seu segundo álbum de estúdio, Kansas Anymore. Nessa produção, o cantor traz uma nova versão de si mesmo, abandonando sua persona rapper apresentada no seu primeiro disco, Rx (2022). Nesse novo projeto, o americano se apresenta como um artista de pop rock, com influências do country atual. Essa troca de estilo fez público conhecer o outro lado de Pillsbury e ajudou a chamar uma fanbase mais engajada.

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5 anos da 1.ª temporada de Outer Banks: a divertida e desastrosa busca pelo Royal Merchant

Aviso: o seguinte texto discursa sobre temas que podem se tornar gatilhos para algumas pessoas que sofrem/sofreram com dependência química e abuso verbal

Dentro de um barco em meio ao mar e uma planície inundada, da esquerda para a direita, Kie, uma garota morena de cabelos bem ondulados; JJ, loiro bronzeado cheio de acessórios e com musculatura bem definida por fora da regata; John B, de cabelo tapado pelo boné rosa desgastado e bandana envolta do pescoço e Pope, menino negro de boné azul escuro e blusa de botões abertos, estranham o que avistam a frente.
Outer Banks é uma das séries produzidas pela Netflix mais bem sucedidas, seguindo para a sua quinta e última temporada (Netflix)

Livia Queiroz

The Outer Banks, paradise on earth” (“Outer Banks, o paraíso na terra”, em tradução livre). Há cinco anos, ouvimos pela primeira vez, de muitas, a narração de John B. Routledge (Chase Stokes) pela série original da Netflix, Outer Banks. Com um total de dez episódios, ‘OBX 1 é um projeto divertido que trata sobre um grupo de amigos que se envolvem em uma caça ao tesouro – antes iniciada pelo pai do personagem principal – enquanto vivem a vida como adolescentes. O seriado é, com certeza, um dos maiores sucessos originais da plataforma, seguindo para a 5.ª e última temporada com muita adesão do público, apesar das críticas à decadência na qualidade do roteiro e enredo ao longo de suas atualizações. 

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2.ª temporada de Ruptura atualiza o conto de Orfeu e Eurídice enquanto lida com a crise existencialista

Em primeiro plano está Mark, coberto de sangue em seu rosto e sua gola. Ao fundo, desfocada, está Hellen. Ambos estão em um corredor iluminado de vermelho. Mark esta de costas para Helen, que olha em direção a Mark.
A série revigora o conto de Orfeu e Eurídice (Foto: Apple TV+)

Guilherme Moraes

Depois do grande sucesso da temporada de estreia, a expectativa para a sequência de Ruptura era enorme. No entanto, apesar da ansiedade dos fãs, Severance (no original) retornou três anos depois, um tempo considerável levando em conta a velocidade com que se produz séries atualmente para agradar a demanda do público. Contudo, se o preço para uma produção de qualidade é o tempo, então que se espere mais alguns anos para a continuação, pois a 2.ª temporada mantém o nível, ao colocar Mark S. (Adam Scott) e outros internos em crise existencialista, sem perder de vista as críticas ao sistema capitalista e as jornadas de trabalho.

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10 anos de Eyes Wide Open: o início da carreira musical promissora de Sabrina Carpenter

Capa do álbum Eyes Wide Open de Sabrina Carpenter, apresentado em duas cores principais, azul e laranja, presentes no título e na imagem da cantora deitada olhando para a câmera em um suéter off-white e atrás uma janela iluminada com discos, uma vitrola em maleta e uma caixa de som.
A cantora Meghan Trainor é autora de duas músicas do primeiro álbum de Sabrina Carpenter: Can’t Blame A Girl For Trying e Darling I’m A Mess (Foto: Hollywood Records)

Livia Queiroz 

Você é do tipo de pessoa que vive juventude de forma leve e que preza pelo maior número de experiências possíveis, de certo modo, inconsequente, ou do tipo que se vê preocupada com o presente e o futuro, parecendo muito madura para sua própria idade? Não se preocupe, ambas situações são normais na vida de um adolescente. É sobre essa fase memorável que Sabrina Carpenter canta em seu debut. Eyes Wide Open te leva em uma jornada pela adolescência em sua essência: erros, acertos, paixões, amizades e inseguranças. 

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Selena Gomez disse I Said I Love You First para Benny Blanco, mas ninguém tinha perguntado nada

Imagem da capa do álbum I Said I Love You First, de Selena Gomez e Benny Blanco. A arte mostra um casal visto através do formato de um buraco de fechadura. A cena tem tons alaranjados e iluminação suave, com os dois sentados em uma cama. A mulher usa um cardigã e tem cabelos curtos, enquanto o homem tem cabelos cacheados e usa uma camiseta branca. Ao fundo, há uma janela com persianas projetando sombras na parede. O restante da imagem ao redor do buraco de fechadura é completamente escuro.
Na capa de I Said I Love You First observamos Selena Gomez e Benny Blanco por meio de uma fechadura, como se estivéssemos espiando um momento íntimo (Foto: Interscope Records)

Arthur Caires

Selena Gomez tem uma carreira musical carregada de hits. Desde o começo, quando estava fazendo músicas contratuais para a Disney, ela entregava ‘farofas’ marcantes como Slow Down e Love You Like A Love Song. Já em 2015, quando conseguiu mais controle artístico com Revival, ela foi pioneira no pop ASMR com as deliciosas Hands To Myself e Good For You. Na era dourada dos singles avulsos em 2017, a cantora lançou algumas de suas melhores faixas, como Bad Liar e Fetish. Até mesmo o Rare, de 2020, tem Dance Again e Souvenir, que servem algum propósito.

Porém, ao longo dos últimos anos, foi possível perceber que a Música tratava-se mais de um hobby para Gomez do que algo que ela colocasse um esforço substancial. Logo após o lançamento de Emilia Pérez, em 2024, a atriz declarou em uma entrevista: “Será muito difícil para mim voltar para a Música algum dia”. Mesmo assim, após um período polêmico envolvendo seu namoro altamente público com o produtor Benny Blanco, a ex-Disney lançou um novo álbum.

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Antônio Bandeira – O Poeta das Cores não faz jus ao artista

Cena do filme Antônio Bandeira - O Poeta das CoresNa imagem, o pintor Antônio Bandeiras está pintando um quadro abstrato com o fundo azul claro e linhas pretas da obra. Ele é um homem negro, na faixa dos 40 anos, de cabelos curtos e grisalhos. Usa um cavanhaque e bigode que está brancos. Nas mãos ele segura um pote e um pincel da cor vermelha. Está vestindo uma blusa de manga comprida, que está arregaçada nos cotovelos, da cor vermelha e uma calça marrom. O cenário é um quarto, do lado esquerdo há uma porta com quadros em branco dentro e outros desenhos que estão pendurados em uma parede. No canto direito, há uma mesa com potes e pinceis.
O pintor viveu anos na Europa e retornou para o Brasil no final dos anos 1950 (Foto: Sereia Filmes)

Davi Marcelgo

A execução de um filme é guiada, por muitas vezes, pela noção de unidade entre forma e conteúdo, ou seja, de que maneira o diretor e demais artistas transpõem história ou roteiro através da linguagem do Cinema. O documentário Antônio Bandeira – O Poeta das Cores é um exemplo de insucesso quando pensamos nessa ideia. Dirigido por Joe Pimentel e apoiado pelo sobrinho do biografado, o longa não consegue transmitir por suas imagens a grandiosidade de Bandeira – e às vezes nem pelo conteúdo. 

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The Vampire Diaries já fez 15 anos e não vai sair tão cedo do nosso cangote

os três protagonistas estão direcionados para a frente. Damon é um homem branco de cabelos pretos e olhos azuis penetrantes. Ele usa uma camiseta básica preta. Elena é uma jovem branca, magra, de cabelos castanhos lisos e olhos também castanhos. Veste uma blusa verde e uma jaqueta de couro. Stefan é um homem branco de cabelos castanhos, lábios finos e sobrancelhas grossas. Também usa uma camisa preta. Ao fundo, a sala da mansão Salvatore desfocada, com abajures de luzes amareladas.
Elena Gilbert tem o espírito de heroína que faz de tudo para proteger quem ama, apesar de parecer tão indefesa (Foto: The CW)

Beatriz Apolari

Em Setembro de 2009, aquela que poderia ser só mais uma história de vampiros viu a gloriosa luz do dia. A série The Vampire Diaries – ‘TVD’ –, da rede norte-americana de televisão The CW e dirigida por Marcos Siega, estreou com uma audiência de 4,91 milhões de espectadores e, até seu encerramento, em 2017, colecionou milhares de fãs. O show tem inspiração na saga de livros homônima, lançada em 1991 por Lisa Jane Smith, mas diverge da literatura em pontos que vão desde a aparência e sobrenome de alguns personagens, até a criação de novos.

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