O amor ao original é o grande vilão de It – Capítulo Dois

O corte inicial do filme contava com mais de quatro horas (Foto: Reprodução)

Vitor Evangelista

Desapego é peça essencial no trabalho de adaptar obras entre mídias. Dois anos depois de fazer barulho com It – A Coisa, Andy Muschietti retorna para seu grand finale. Porém, na ânsia de honrar todos os demônios de Stephen King, It – Capítulo Dois nunca consegue atingir o pico de genialidade que poderia. A sequência do embate entre os Perdedores (agora adultos) e Pennywise (ainda bizarro), embora mais visceral e sanguinolenta que o filme anterior, fecha com um sentimento de carência.

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Shura se apaixona por momentos eternos em forevher

A capa de forevher é uma recriação queer da famosa escultura de Rodin, O Beijo (Foto: Reprodução)

Gabriel Oliveira F. Arruda 

Após uma estreia subestimada em 2016 com seu primeiro álbum de estúdio, Nothing’s Real, a cantora e compositora Shura (Alexandra Denton) volta com um novo álbum e uma nova abordagem musical.  A britânica aprimora seu talento para compor batidas densas e pesadas junto com letras profundas e, por vezes, esotéricas: forevher é nada mais, nada menos do que um trabalho de amor.

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30 anos depois, Berserk continua sendo um clássico entre os mangás

Apesar dos hiatos e da negligência, a ‘Era de Ouro’ no cenário mercadológico ainda não acabou para Kentaro Miura

Na imagem, o Bando do Falcão (Foto: Reprodução)

Isabela Batistella

Completando seus 30 anos em agosto deste ano, a obra de maior sucesso de Kentaro Miura, Berserk, não está mais próxima de seu desfecho quanto estava há 10 anos. Sem uma devida periodicidade de publicação, segue sua trajetória sem se aproximar de seu devido fim. Mesmo com tais nuances, a história – atualmente em seu capítulo #359 – reuniu uma legião de fãs tão grande e tão fiel que Miura tem a liberdade de exercer seus charmes e hiatos o quanto quiser: ao lançar um capítulo, todo o fandom está lá para ler. 

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25 anos de Definitely Maybe e a estreia supersônica do Oasis

(Foto: Reprodução)

Lara Ignezli e Maria Carolina Gonzalez

1994 foi um ano de altos e baixos para a música. O maior baque foi com certeza a morte de Kurt Cobain, no dia 5 de abril, com apenas 27 anos. O líder do Nirvana não tirou apenas a própria vida após apertar o gatilho daquela espingarda, mas levou consigo toda a glória e entusiasmo que o grunge prometia para os anos 90. Mas claro que o show deve continuar. Enquanto a música americana ainda sentia a perda de Cobain, do outro lado do oceano, cinco desgraçados de Manchester berravam que seriam estrelas do rock ‘n’ roll. 

Dizem que tudo tem um lugar certo e uma hora exata, e para o Oasis o melhor momento foi em 29 de agosto de 1994. O álbum de estreia da banda, Definitely Maybe, chegava como um furacão para consagrar Liam e Noel Gallagher – sem exageros – como salvadores do rock. 

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Parasita e os monstros que alimentamos

A Coreia do Sul escolheu Parasita como seu representante ao Oscar 2020 (Foto: Neon)

Vitor Evangelista 

O Cinema sul-coreano fez barulho ao ganhar o prêmio máximo de Cannes alguns meses atrás. Parasita, obra prima do diretor Bong Joon-Ho, quebra a barreira da língua e orquestra um espetáculo de tirar o fôlego. As nuances violentas de uma família pobre e sua simbiose à classe rica são idealizadas num longa que não se cansa de passar a perna em seu espectador.

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Sandy e Junior relembram a nossa história

Foto: Reprodução

Ana Laura Ferreira

Algumas bandas, músicas e cantores são capazes de marcar toda uma geração. E, se você foi criança ou adolescente entre a década de 1990 e começo dos anos 2000, Sandy e Junior com certeza fazem parte da sua vida. Com canções icônicas e uma legião de fãs extremamente fiéis, os irmãos voltaram aos palcos depois de 12 anos para a felicidade geral da nação. A turnê, intitulada Nossa História, está passando pelas principais capitais do país e no dia 25 de agosto lotou, pelo segundo dia seguido, a arena Allianz Parque em São Paulo. Em uma noite mágica, mais de 45 mil pessoas cantaram em uníssono se a lenda dessa paixão faz sorrir ou faz chorar.

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A Verdade: a ironia já começa no título

Na foto, felizes. Já na encenação… (Foto: Dalton Valério/Divulgação)

Mateus Conte

A peça “A Verdade”, de Florian Zeller, foi apresentada neste sábado (24/08), no Teatro Municipal de Bauru. Dirigida por Marcus Alvisi com tradução de Silvio Albuquerque, a apresentação contou com Diogo Vilela, Bia Nunnes, Paulo Trajano e Carolina Gonzalez, tendo tradução simultânea em Libras (Língua Brasileira de Sinais).

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A inquietação é necessária na segunda temporada de Pose

Mulher posando em preto e branco com Pose escrito
A série retornou às terças-feiras do FX em junho, mês do Orgulho LGBT (Divulgação)

Leonardo Teixeira

O segundo ano de Pose começa com uma viagem. Conhecemos a Hart Island, uma ilha real que abriga o maior cemitério de indigentes dos EUA. Durante o auge da epidemia de AIDS/HIV, vítimas do vírus cujas famílias não podiam arcar com um sepultamento “convencional” acabavam ali. Os corpos dessas pessoas em específico eram enterrados em uma cova coletiva, separada das demais, “para que os outros corpos não fossem infectados”, afirmou uma autoridade da época.

É esse o cenário da nova fase do show produzido por Ryan Murphy, Brad Falchuk e Steve Canals se inicia. Um cenário de descaso, violência e desinformação. Mas a esperança é o mote da temporada, que triunfa mais uma vez ao dar nome e endereço para pessoas que lutam diariamente para serem enxergadas.

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Bacurau – um conto distópico da resistência nordestina

Se for assistir, assista na paz. (Foto: Reprodução)

Egberto Santana Nunes

Depois de meses trilhando festivais e colecionando prêmios pelo mundo, Kléber Mendonça Filho e Juliano Dornelles desembarcam no Brasil, país onde nasceu, cresceu e se inspira Bacurau, o mais novo longa-metragem dos recifenses, em parceria com Sônia Braga (Aquarius, 2016) e Emilie Lesclaux na produção. O Persona esteve na cabine e coletiva de imprensa em São Paulo, nessa última terça, 20, e atesta sucesso e expectativa do maior nome do cinema nacional contemporâneo.

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30 anos sem Raul Seixas: o legado do maluco beleza

Raul Seixas e sua barba costumeira, que virou um dos símbolos do cantor  (Foto: Raul Seixas)

Caroline Campos

No dia 21 de agosto de 1989, sozinho em seu apartamento na cidade de São Paulo, Raul Seixas – para muitos, o pai do rock nacional – encontrou a morte, surda, que caminhava ao seu lado. Após 44 anos de uma vida de excessos, loucuras, esoterismo e rebeldia, o rockeiro baiano foi vítima de uma pancreatite aguda fulminante resultada do alcoolismo, que era agravado pelo fato de Raul ser diabético e não ter tomado sua insulina na noite anterior. Passados 30 anos deste baque na música brasileira, o “raulseixismo” ainda é uma filosofia de vida para sua legião de fãs, e os gritos de “Toca Raul!”, uma pedida clássica em bares e shows

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