Bingo: o Brasil não é para amadores

http://canaldogordo.com.br/wp-content/uploads/2017/05/bingo.png

Adriano Arrigo

Quem vem acompanhando o cinema brasileiro nos últimos anos, pode ter ficado ansioso com a cinebiografia do Bozo® brasileiro, que, devido a direitos autorais, chamaremos de Bingo. Bingo: O Rei das Manhãs é um destaque no cinema do país que está conseguindo de forma espantosa emplacar longas com alto rigor estético alinhado muito bem a assuntos tipicamente – se não exclusivos – do Brasil.

Continue lendo “Bingo: o Brasil não é para amadores”

Para além do gênero, Laerte-se

laerteseAdriano Arrigo

Laerte é uma ótima representação de como as HQs se comportaram nos últimos 30 anos no país. Ácidos e meio desengonçados, seus inúmeros quadrinhos também são palco para inúmeros personagens carismáticos em traços simples que sempre revelaram seu lado humorístico, surreal e onírico, típico do universo das tirinhas brasileiras. Com mais de 30 anos de carreira, foi somente nos últimos anos que Laerte tomou os holofotes brasileiros, porém não por causa de seu talento inquestionável, mas sim pela sua identidade de gênero. Hoje temos a Laerte que, além de cartunista, é, por bem ou por mal, um dos centros das discussões de identidade de gênero. Continue lendo “Para além do gênero, Laerte-se”

Novo Mundo: O velho heroísmo eurocêntrico na nova novela das seis global

Logotipo da novela Mundo Novo
Logotipo da novela Mundo Novo


Vitor Soares

A teledramaturgia brasileira, que é instrumento de interesses muito menos difusos do que sua falsa pluralidade pretende demonstrar, tem na ficção sempre os mesmos heróis. A narrativa histórica romântica, que o tempo canonizou no ideário popular, é contada e recontada inúmeras vezes. Continue lendo “Novo Mundo: O velho heroísmo eurocêntrico na nova novela das seis global”

Sick Sad World: Como Daria e Enid mostraram o quão fantasmagórico o nosso mundo é

Daria (ao centro) e a serenidade no olhar de quem não tem baixa auto-estima e, sim, baixa estima por todas as outras pessoas.
Daria (ao centro) e a serenidade no olhar de quem não tem baixa auto-estima e, sim, baixa estima por todas as outras pessoas

Bárbara Alcântara

É difícil de acreditar, mas houve uma época em que a MTV gastava os seus minutos com programas muito mais interessantes que Jersey Shore e My Super Sweet 16. Um exemplo é a série animada Daria, lançada em março de 1997 como um spin-off da queridinha da Era Dourada do canal, Beavis and Butt-Head. A protagonista era uma antítese da dupla de amigos sem noção que fez tanto sucesso: uma jovem inteligente, sarcástica e antissocial, que arrancava boas risadas do público ao tecer críticas ácidas ao estereótipo do americano “médio” – tudo isso sem esboçar um sorriso sequer. Continue lendo “Sick Sad World: Como Daria e Enid mostraram o quão fantasmagórico o nosso mundo é”