Nos últimos anos, percebemos que o Arctic Monkeys é uma banda totalmente fora da caixinha. O caminho para a imagem de queridinhos da música alternativa, consolidada com o gel no cabelo e as jaquetas de couro, começou a ser expandido há quase uma década. O terceiro álbum da banda, Humbug, mostrou que os garotos de Sheffield não se contentavam em ser apenas ícones do indie, mas também tinham potencial como promessas do rock.
Persona acompanhou o show no dia 14 de agosto e comenta os melhores momentos da noite
“Pra quem não conhece, Thiago França (dir.), Kiko Dinucci (esq.) e Juçara Marçal (centro)”, brinca Juçara enquanto agradece a presença da plateia no final do show (Foto: Reprodução)
Vinícius Nascimento
Composto por Juçara Marçal (voz), Kiko Dinucci (Violão) e Thiago França (saxofone) é a segunda vez do trio em para Bauru. Às 8 horas e meia do dia 14 de agosto no Sesc, quem esperava um show com banda acaba por ter uma surpresa: no palco, somente violão, sax e microfones. No fim do show conversando com a banda, Kiko é enfático ao dizer: “A força bruta do Metá Metá é essa formação em trio, as vezes a gente acha mais pesado do que show com banda”. Assim seguimos noite adentro, com os três amigos nos guiando dentro da atmosfera de sonoridades que nos hipnotiza.
“Vai, minha tristeza, e diz pra ele que sem ele não pode ser”: registro da última turnê de João Gilberto, em 2008. O criador da bossa nova faleceu no último dia 6 (Foto: Leo Aversa)
Frederico Tapia e Gabriel Leite Ferreira
O século XX vai aos poucos se despedindo de nós. Depois da fundamental Beth Carvalho em abril, chegou a vez de João Gilberto deixar este mundo, no dia 6 de julho, aos 88 anos. João já não fazia shows desde 2008 e não gravava desde 2000. Seus últimos anos foram marcados por sua notória reclusão e pelas infinitas batalhas judiciais travadas entre seus herdeiros, que incluíram turnês canceladas e pedidos de interdição.
Felizmente a reputação do baiano João Gilberto como baluarte da música popular brasileira é intacta desde 1959, ano da estreia Chega de Saudade, disco que alavancou uma revolução sem precedentes no Brasil e no mundo. A mistura de samba e jazz no violão complexamente delicado, junto às interpretações igualmente delicadas, entortaram a cabeça de uma juventude que menos de uma década depois viraria a MPB do avesso com a tropicália. Sobre sua influência fora do país, vale ler este artigo da revista Época, que conta um pouco da bonita relação de João Gilberto com o Japão.
É nesse clima de tristeza e gratidão que se embala a curadoria de julho. Confiram!
Com este álbum, Marisa Monte se consagrou definitivamente na música popular brasileira
(Foto: Reprodução)
Guilherme Hansen
Quando Marisa Monte começou a carreira, em 1987, com o show Veludo Azul, naturalmente foi exaltada e posta como estrela do MPB. No entanto, não foi isenta às críticas que todo artista sofre. De origem rica, era acusada de ter um estilo aristocrático demais em sua música e de ser uma nova-iorquina que canta música brasileira, em uma crítica de Maria Bethânia que ficou famosa em entrevista à revista Playboy.
Com o CD “Mais”, de 1991 e com a ajuda de hits como “Beija eu” e “Eu sei (Na mira)”, conseguiu se tornar mais popular, mas, ainda assim, era considerada distante do público médio.
Chegamos então no clássico “Verde, anil, amarelo, cor-de-rosa e carvão”. Lançado em 1º de agosto de 1994, Marisa mais uma vez faz a sua mistura de estilos,porém, como bem disse Bethânia, colocou toques de Paulinho da Viola e o violão de Gilberto Gil. Ela abrasileirou muito mais seu repertório e, consequentemente, agradou mais o público e a crítica.
Alguns compositores parecem ter nas mãos uma facilidade singular de se expressar. E, assim, desenhar em versos e estrofes aquilo que sentem ou deixam de sentir. A californiana Jillian Rose Banks, musicalmente conhecida apenas como Banks, é uma dessas artistas que, com aptidão ímpar, traduzem em suas músicas aquilo que nós, ouvintes, não conseguimos verbalizar acerca de nossas dores e amores. Em III, seu trabalho mais recente, Banks nos convida novamente a se identificar com cada palavra que compõe.
Ultraviolence é o melhor de todos. Essa é a frase que meus amigos já ouviram de mim algumas vezes em conversas sobre Lana Del Rey. Como fã da artista, afirmo sem hesitar que o terceiro álbum da cantora – que completa cinco anos – é o mais belo, coeso e intimista de toda a carreira da norte-americana.Continue lendo “Ultraviolence: Meia década do melhor de Lana Del Rey”
Emicida se uniu a Pabllo Vittar e Majur para trazer luz sobre o diálogo da saúde mental na visceral “AmarElo”. O sample de Belchior coroa a parceria. (Divulgação/Papel Pop)
Junho marca o início do verão americano e também celebra o orgulho LGBTQ. Artisticamente, o mês seis costuma ser um dos mais frutíferos do ano. Amém! E acaba que é muita música boa para míseros 30 dias. Os nossos momentos preferidos estão elencados abaixo.
Após a separação dos Jonas Brothers no ano de 2013, ninguém imaginaria que voltaríamos a falar dos irmãos Jonas em 2019. O retorno veio de surpresa (pra alguns), mas a verdade é que a separação dos Jonas Brothers nunca colocou um ponto final na história desses irmãos – eles apenas apertaram o pause.
De acordo com a crítica do site Pitchfork, “Os Jonas Brothers não precisavam de uma completa reinvenção para retornar. Eles só precisavam de um começo limpo.” E é com esse espírito que a banda lançou os singles ‘Sucker’ e ‘Cool’, marcando o início de uma nova era para os irmãos Jonas. Continue lendo “O retorno dos Jonas Brothers e a busca pela felicidade”
No primeiro dia de junho, o terceiro álbum do Blink-182, Enema of the State, completou 20 anos. O disco foi responsável por impulsionar a banda formada, até então, por Mark Hoppus, Tom DeLonge e Travis Barker e é, sem dúvidas, seu maior e o melhor trabalho. Mais do que um divisor de águas do pop-punk, Enema of the State é considerado uma bíblia para os adolescentes intrincados do final dos anos 90 e começo dos anos 2000.
Adriano Arrigo, Egberto Santana, Gabriel Leite e Leonardo Santana
A sua mãe gosta dele. A comunidade LGBT+ ama dele. Assim como a família real britânica e a cantora Lady Gaga. Elton John é um monstro da cultura pop, com três dezenas de discos lançados e uma elogiada cinebiografia saindo do forno. Rocketman (Dexter Fletcher, 2019) já é considerado o primeiro filme de um grande estúdio a retratar o sexo entre dois homens de forma natural e explícita, exigência feita por Elton pessoalmente. Fica a dica de uma discografia que, apesar dos altos e baixos, é brilhante.
Os registros que deixamos abaixo são também recomendações pessoais do Persona. Maio foi um mês de trabalhos muito grandes para seus respectivos públicos e tem música para muitos gostos e tribos. Aproveitem!