Com as tecnologias a que temos acesso hoje, somos vigiados 24 horas por dia, seja através de câmeras ou de check-ins feitos por nós mesmos. Entretanto, chega a ser assustador saber que sempre há alguém nos observando. Imagine como seria, então, descobrir que desde antes do seu nascimento você está sendo filmado e que faz parte de um grande programa de TV no qual é a estrela. Essa é a realidade abordada em O Show de Truman, uma ficção que se assemelha muito com a nossa vida.
Revisitando o Bosque dos 100 Acres e a trupe de animais da floresta comandada pelo urso amarelo, Christopher Robin: Um Reencontro Inesquecível chega para relembrar o regozijo da infância e que os frutos colhidos nessa época da vida podem florescer por muito tempo
Vitor Evangelista
Adaptando a história clássica do início do século XX, o filme explora a relação de um Christopher Robin (Ewan McGregor) já adulto para com sua família, vida profissional e os fantasmas em sua infância simplória na região de Sussex, na Inglaterra. Logo de cara, o filme pinta em tons pastéis as aventuras e enrascadas que Christopher viveu com os companheiros animais quando criança. Tudo do clássico desenho está ali. A mesa de chá, o pote de mel, os pulos de Tigrão.
A série Missão Impossível parece se adaptar à diferentes épocas. Menos espionagem e mais espetáculo, Efeito Fallout tem boas cenas de ação e adiciona novas temáticas, mas não se desenvolve como um todo coeso.
Lucas Marques
Em meados de Missão Impossível: Efeito Fallout, o vilão Solomon Lane (Sean Harris) diz a Ethan Hunt (Tom Cruise), o protagonista da série cinematográfica, que o fim causado pela ativação de armas nucleares é “a consequência de todas suas boas intenções” (“the fallout of all your good intentions”). A frase norteia toda a produção, seja pelo trocadilho (“fallout” significa tanto “chuva radioativa” quanto “consequência”) e principalmente em relação às decisões morais e éticas empreendidas por Ethan no decorrer da aventura.
A temática da moralidade, entretanto, é mais um mero artifício do que propriamente uma discussão para além do maniqueísmo. Em suma, a experiência do sexto Missão Impossível compartilha dessa alternância de expectativa: ora apresenta conceitos poucos explorados em filmes de ação, noutras é desconfortavelmente raso; ora utiliza da herança do gênero de espionagem em reedições modernas, noutras apenas se debruça em algum clichê arrastado.
A onda dos filmes de gênero com baixo orçamento e bilheteria astronômica tomou fôlego no ano passado, com dois longas extremamente baratos e retorno inimaginável: It – A Coisa e Corra!, esse segundo inclusive ganhando o Oscar de Melhor Roteiro Original. A produtora estadunidense A24 apostou no formato e na mente perturbada do diretor Ari Aster para lançar às telonas a euforia de Hereditário. Continue lendo “Hereditário e a quebra de expectativa do terror”
Na sua 20ª produção, os estúdios Pixar tinham dois desafios: reviver um clássico dos filmes animados lançado há 14 anos, de forma que correspondesse com a gigantesca expectativa do público da época (hoje adulto) e, ao mesmo tempo, chamar a atenção da nova geração para a história da família Pera de super-heróis. Os Incríveis 2 acaba por ser mais um dos inúmeros acertos em cheio da Pixar: além de ser, em sua mais pura essência, uma animação divertidíssima e inteligente, traz consigo discussões que afetam e emocionam diretamente o público adulto.
Por conta de imprevistos, o Cineclube do mês de maio não foi ao ar, mas seguimos com a programação normal com um plus do destaque de maio e o remake-sequência mais esperado de junho! Vale a conferida.
Quando somos confrontados a realizar um desafio, todo nosso conhecimento é colocado a prova. Você pode ser um grande paleontólogo e conhecer toda a estrutura óssea de um Tiranossauro Rex, mas e se fosse preciso fugir de um? Ou você pode ser um renomado cineasta com vários filmes premiados na carreira, mas e se você fosse desafiado a trazer para as telas animais extintos há 65 milhões de anos?
Quando John Hughes roteirizou e dirigiu Clube dos Cinco (1985), ele não imaginava que o longa se tornaria uma referência para a onda de filmes high school posterior. Com o intuito estereotipar e discutir as questões que surgem na adolescência, Hughes criou personagens caricatos que passavam pela difícil fase do Ensino Médio. A Barraca do Beijo (2018) é o novo filme da Netflix e pretende nos transportar para essa época — e justamente atingir o público adolescente. Continue lendo “A Barraca do Beijo: entretenimento fácil tem seu charme”
Esse texto contém spoilers, mas daquele tipo que só vão te deixar com mais vontade de ver o filme e não estragar a sua experiência!
Fellipe Gualberto
É uma ótima época para ser fã de Star Wars. Em um ano temos um filme da nova trilogia acrescentando narrativas que se passam após a saga original, e no ano seguinte temos um spin off contando histórias que se situam entre a trilogia prequel e a clássica, tem sido assim desde 2015. Mas será que é realmente uma época boa para ser fã de Star Wars? As novas produções do universo de George Lucas, como de costume, são carregadas de muito hype e inevitavelmente vão ter um exército de apoiadores e um exército de opositores. Quando fui assistir “Han Solo: Uma História Star wars” um dia após a estreia pensei que ia encontrar poucas cadeiras vagas no cinema. A sala estava praticamente vazia.
As animações do Estúdio Ghibli sempre foram conhecidas por terem em seu escopo mundos de fantasia que aparentemente são infantis, quase sempre protagonizados por crianças, mas com um fundo de dramaticidade que afasta os pequenos. Não chega a ser uma regra, mas grandes clássicos como A Viagem de Chihiro e Princesa Mononoke carregam discussões problemáticas que nos deixam fascinados e até mesmo assustados. Bem nos primórdios da companhia, Isao Takahata e Hayao Miyazaki lançaram Meu Vizinho Totoro e O Túmulo dos Vagalumes, uma estreia dupla que trouxe um clássico dominado por toda a cultura pop e um drama de sobrevivência que emociona até hoje. Continue lendo “O Túmulo dos Vagalumes e Meu Vizinho Totoro: na tristeza e na alegria”