Another, o terror e o suspense dos animes em uma obra perturbadora e envolvente

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Pedro Fonseca E. Silva

Animes de terror não costumam ser o assunto mais comentado em rodas de conversa entre otakus e nerds. O foco das grandes discussões gira entorno de animes do gênero shounen, voltados geralmente para o público jovem masculino e que possuem grandiosas cenas de batalha, como Dragon Ball e One Piece, ou os grandes novos títulos que se espalham pelo mercado mundial, como Shingeki no Kiojin e Sword Art Onlne. Também não é incomum ouvirmos sobre obras que marcaram a história da animação, tal qual A Viagem de Chihiro e outros clássicos do Studio Ghibli. No entanto, o mercado de horror, tão pouco explorado pelos consumidores, é um dos que exibe o maior potencial, devido ao seu modo de retratar cenas grotescas em narrativas realistas que prendem o leitor, às vezes com um efeito maior do que o das grandes produções americanas.

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Alan Moore e seu “suspense sofisticado” de Monstro do Pântano

O britânico Alan Moore entrou no mercado norte-americano em 1983, em um título deixado de escanteio pela DC Comics, para desestabilizar de vez a indústria dos quadrinhos.

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Além do escritor Alan Moore, muito da concepção da personagem se deve aos artistas Stephen Bissette e John Totleben/ DC Comics

Lucas Marques

A chamada “Sophisticated Suspense” (Suspense Sofisticado) presente na maioria das capas de A Saga do Monstro do Pântano não traduz nas histórias o que os editores da DC Comics queriam indicar por ela: algo nos moldes da literatura de H. P. Lovecraft ou mesmo de Stephen King, que nesses meados dos anos 80 vinha de sucesso após sucesso. Mas essa sofisticação é verdadeira, não se engane, concretizada em uma miscelânea inédita nos quadrinhos. Ao longo de mais de 40 edições, Alan Moore reuniu em um mesmo espaço religião e filmes trash, Freud e Aleister Crowley, biologia e erotismo, movimentos sociais e cinema pastelão, o racional e o irracional. Continue lendo “Alan Moore e seu “suspense sofisticado” de Monstro do Pântano”

Irônico e autoconsciente: como Pânico mudou para sempre o gênero do terror

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Lucas Lombardi, estudante de Jornalismo da Unesp Bauru

“Nunca pergunte ‘quem está aí?’, você não assiste a filmes de terror? É uma sentença de morte.”, diz o assassino do outro lado da linha telefônica. Se você já assistiu a um slasher movie, o clássico filme de assassino, tem ideia dos clichês e elementos que vivem se repetindo. É sempre um maníaco mascarado perseguindo uma adolescente, que se esconde dentro da casa ao invés de sair e correr pela porta da frente, evitando o perseguidor. Esse tipo de filme teve seu auge de popularidade nos anos 80, gerando alto lucro para os estúdios, que faziam sequências e mais sequências, todo o ano. Continue lendo “Irônico e autoconsciente: como Pânico mudou para sempre o gênero do terror”

Vamos fazer o Time Warp novamente: The Rocky Horror Picture Show

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Da esquerda para a direita, as personagens: Columbia, Magenta, Frank-N-Furter, Riff Raff

Bárbara Alcântara, estudante de Jornalismo da Unesp Bauru

No ano em que foi lançado, 1975, The Rocky Horror Picture Show foi um fracasso de bilheteria. Para os críticos, era um filme de difícil classificação: terror? Comédia? Musical? Sátira? Para o público em geral, o roteiro era confuso e, principalmente, polêmico. Talvez por conter uma enorme quantidade de referências que iam desde os cultuados filmes de ficção científica e terror, até cantores e estilos musicais da época. Ou então por praticamente pregar a liberação sexual. Fosse qual fosse o motivo do fiasco, o que ninguém esperava era que, nos anos seguintes, o longa deixaria de ser um desastre para se tornar um clássico cult. Passaria a ser exibido regularmente em sessões especiais de cinemas espalhados pelos Estados Unidos e ganharia, além de uma legião de fãs, um remake televisivo quatro décadas depois. Continue lendo “Vamos fazer o Time Warp novamente: The Rocky Horror Picture Show”

Joanne: Lady Gaga faz as pazes com o público

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Leonardo Teixeira

Quase uma década se passou desde que Lady Gaga surgiu no cenário musical. Com visual desafiador e produções contagiantes para as pistas, a nova-iorquina foi um sopro de ar fresco na cena pop, que à época encontrava-se saturada pela mistura prolífica de dance e hip hop, encabeçada por produtores como Timbaland e Jermaine Dupri — atualmente considerados datados, apesar de sua grande contribuição à cultura popular — e lugar comum da criação radiofônica da primeira década do século XXI.

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Todos os Fogos o Fogo: a escrita abrasadora de Cortázar

Julio Cortázar publicou há 50 anos Todos os Fogos o Fogo, um dos principais livros de contos de sua carreira e da literatura argentina.

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Créditos: Ulf Andersen / Getty Images

Lucas Marques

Quando da publicação de Todos os Fogos o Fogo, em 1966, Julio Cortázar era o escritor sul-americano de mais prestígio além-mar: três anos antes O Jogo da Amarelinha abalara a própria concepção de romance – já que os capítulos do livro poderiam ser lidos em múltiplas ordens-, e em 1966 o diretor cinematográfico Micheangelo Antonioni adaptara o conto As Babas do Diabo para a produção do clássico Blow-Up.

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Rota 66: A história que ainda mata

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Victor Pinheiro

No começo de Junho, Ítalo, de 10 anos, foi morto a tiros por policiais militares enquanto fugia junto a um colega um ano mais velho com um carro roubado em um bairro nobre da Zona Sul de São Paulo. O conflito entre declarações do ocorrido repercutiu na mídia e nas redes sociais, esquentando o debate sobre a redução da maioridade penal e a violência policial. Continue lendo “Rota 66: A história que ainda mata”

Game of Thrones – Quinta Temporada: A briga pelo trono é um pormenor a ser superado

Decisiva para dizer qual será o encaminhamento da história no Mundo Conhecido a partir de agora, a quinta temporada foi marcada pela imprevisibilidade

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Créditos: HBO

Matteus Corti

Esta crítica contém spoilers!

A última temporada de Game of Thrones exibida na televisão pode ser considerada uma das mais polêmicas, apesar de uma das mais fracas nos quesitos de roteiro e direção. Os dez capítulos se arrastaram até haver alguma dinâmica de enredo lá por volta dos episódios 8, 9 e 10. Carregando cerca de 6 mortes extremamente relevantes para o Mundo Conhecido, a temporada de mostrou que, a partir de agora, os enredos da série e do livro passam a ser incomparáveis e os arcos de alguns personagens já se mostraram distantes do que foi escrito por George R.R. Martin. Continue lendo “Game of Thrones – Quinta Temporada: A briga pelo trono é um pormenor a ser superado”

Game of Thrones – Terceira Temporada: Os reinos do Caos

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Créditos: HBO

Guilherme Reis Mantovani

Este texto contém spoilers da terceira temporada de Game of Thrones.

A terceira temporada da aclamada série televisiva “Game of Thrones” dirigida por David Benioff e D. B. Weiss teve seu primeiro episódio exibido no dia 31 de março de 2013, com o compromisso de adaptar a primeira metade do enorme terceiro livro da saga, “A Tormenta de Espadas”, escrita por George R. R. Martin. Uma missão de extrema dificuldade, uma vez que a “Tormenta de Espadas” foi considerada quase que por unanimidade pela crítica especializada como a melhor obra da épica saga de fantasia “As Crônicas de Gelo e Fogo” até o momento. Continue lendo “Game of Thrones – Terceira Temporada: Os reinos do Caos”