20 anos de Butterfly: a primeira emancipação de Mariah Carey

Leandro Gonçalves

A voz única e expressiva que embalou os americanos ao cantar sobre a sua visão do amor, compartilhando suas emoções, experimentou o até então auge de seu sucesso ao declarar estar sonhando acordada. Em 1995, com pouco mais de cinco anos de carreira, Mariah Carey desfrutava do próspero caminho que trilhara desde seu álbum de estreia autointitulado. Daydream (1995), seu quinto disco de estúdio, sustentava o sucesso conquistado pelo seu popular antecessor e estabelecia números expressivos, tanto para Carey quanto para a indústria fonográfica. Continue lendo “20 anos de Butterfly: a primeira emancipação de Mariah Carey”

Como Narcos superou Pablo Escobar

Os chefões, da esquerda para direita: Chepe, Pacho, Miguel e Gilberto Martínez Orejuela (Divulgação/Netflix)

Guilherme Sette

Um dos grandes sucessos do Netflix, Narcos foi renovado para sua terceira e quarta temporada para algum estranhamento do público – a grande estrela deste show, Pablo Escobar, morreu no final da segunda temporada. Como contam os produtores, o nome é Narcos e não Pablo Escobar, e o grande espaço no mercado da cocaína deixado pelo Patron foi preenchido pelo Cartel de Cali, “vilões” já introduzidos nas temporadas anteriores. Continue lendo “Como Narcos superou Pablo Escobar”

Bingo: o Brasil não é para amadores

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Adriano Arrigo

Quem vem acompanhando o cinema brasileiro nos últimos anos, pode ter ficado ansioso com a cinebiografia do Bozo® brasileiro, que, devido a direitos autorais, chamaremos de Bingo. Bingo: O Rei das Manhãs é um destaque no cinema do país que está conseguindo de forma espantosa emplacar longas com alto rigor estético alinhado muito bem a assuntos tipicamente – se não exclusivos – do Brasil.

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Milton Nascimento e Lô Borges: para muito além da esquina

Nilo Vieira

Já faz duas horas e ainda não achei um parágrafo inicial impactante o suficiente. Os dois maiores mitos sobre o fazer crítico surgem a cada nova tentativa: um texto sobre um disco tão canonizado precisa ser definitivo, ainda mais em data simbólica. E imparcial, não se esqueça. Continue lendo “Milton Nascimento e Lô Borges: para muito além da esquina”

Após 10 anos, a lógica de Fun Home ainda é funcional

fun home capa

Adriano Arrigo

É muito estranho pensar que um filme como Velozes e Furiosos 6 tenha passado no Teste de Bechdel. Para quem não conhece, é um teste nada científico que leva somente em consideração prática a representação das mulheres em filmes. Se houver pelo menos duas delas e as mesmas aparecem conversando entre elas sobre algum tópico que não seja homens, esse filme passou no Teste de Bechdel. Parece simples, mas é assustador a quantidade de filmes que não conseguem passar nesse sistema criado pela cartunista americana Alison Bechdel, autora de Fun Home.

Numa brincadeira de uam tirinha, BEchedel criou um teste compeltamente legitimo sobre a representação feminina em filmes. (Reprodução)
Numa brincadeira de uma tirinha, Bechedel criou um teste completamente legitimo sobre a representação feminina em filmes (Reprodução)

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Cineclube Persona – Agosto/2017

Esta é a primeira postagem do Cineclube Persona! Trata-se de uma seleção mensal dos filmes que foram lançados no Brasil no último mês. Porém, diferente da nossa seleção mensal de discos, o Cineclube Persona busca encontrar produções relevantes, mas que não necessariamente agradaram nossos colaboradores.

Para começar, temosas adaptações de Death Note e Valerian para o cinema, a refilmagem do clássico O Estranho que Nós Amávamos e a presença do cinema brasileiro com João, o Maestro e O Filme da Minha Vida.

Confira abaixo nossa seleção.

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Melhores discos de Agosto/2017

"emoji pensando", uma pintura de Matheus "Copa" e retrato da incredulidade na Internet em 2017.
“emoji pensando”, uma pintura de Matheus “Copa” e retrato da incredulidade na Internet em 2017.

Leonardo Teixeira, Matheus Fernandes e Nilo Vieira

Em 1987, a saudosa Kátia bradava não está sendo fácil. Trinta anos depois, é triste ver o quanto a canção ainda permanece atual: entre passeatas nazistas, políticos recebidos com ovada e problemas pessoais em pleno recesso, o mundo continua marcado pelo caos generalizado em 2017.

Mas como os trabalhos não podem parar, cá vão nossas escolhas para trilha sonora em meio à toda essa discórdia: Continue lendo “Melhores discos de Agosto/2017”

30 anos depois, Bad ainda é pesadíssimo

Capa

Leonardo Teixeira

Pioneiro em quase tudo o que diz respeito à música que pop que consumimos hoje, Michael Jackson aparentemente ainda tinha muito o que provar ao mundo em 1987: o sucesso violento que Thriller (até hoje o álbum mais vendido da história da música) havia feito com público e crítica era intimidador, e ninguém acreditava que o ex-Jackson 5 seria capaz de novamente alcançar o altíssimo parâmetro que ele mesmo estabelecera. No entanto, o que ficou óbvio com o lançamento de Bad (1987, Epic Records), sétimo álbum de estúdio do cantor, foi que nem a indústria da música e nem o mundo estavam preparados para o artista que Michael foi. Continue lendo “30 anos depois, Bad ainda é pesadíssimo”

But I’m a Cheerleader já dizia: identidade de gênero não tem a ver com orientação sexual

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Bárbara Alcântara

But I’m a Cheerleader (1999) é um filme que, a princípio, parece se tratar do clássico drama da saída do armário. A sinopse: Megan (Natasha Lyonne, a Nicky de Orange is the New Black) é uma adolescente americana padrão. Loira, magra, bonita, líder de torcida, com boas notas, que frequenta a igreja e tem um namorado de dar inveja. Tudo parece caminhar bem em sua vida. Até que ela descobre que a forma que olha para as amigas durante os treinos não é a mesma que olha para seu namorado enquanto o beija; que a atração física que sente é pelas primeiras e, não, pelo segundo – como era o esperado; que os seus gostos e atitudes não são assim tão “padrões”. Megan é lésbica. Continue lendo “But I’m a Cheerleader já dizia: identidade de gênero não tem a ver com orientação sexual”

Dunkirk: a mãe da esperança é a provação

dunkirk christopher nolan war harry styles

Guilherme Reis Mantovani

Christopher Nolan é um dos cineastas mais aclamados da atualidade. Não apenas por seu talento indiscutível e reincidente, mas por sua versatilidade em abordar temáticas diferentes em filmes que mantêm um nível de excelência considerável. Por uma década e meia, uma legião de fãs fervorosos chegou a duvidar de sua capacidade de falhar, sobretudo após obras-primas como Amnésia (2000), A Origem (2010) e Interestelar (2014). Continue lendo “Dunkirk: a mãe da esperança é a provação”