O que você perdeu em Glee: 5 anos do fim de um fenômeno

Cinco anos após a estreia de sua última temporada, o legado de Glee continua vivo e mostrando que é muito mais do que as tragédias que o cercam.

A icônica frase “E foi isso que você perdeu em Glee” era entoada pelo narrador da série a cada novo episódio, para resumir os últimos acontecimentos do show (Foto: Divulgação/Fox)

Luize de Paula

A verdade é que nunca haverá nenhuma série como Glee. Desde Nashville, passando por Brilhante Victória e até mesmo novas produções como High School Musical: O Musical: A Série, Glee (criação de Ryan Murphy,  Brad Falchuk e Ian Brennan) nunca será apenas um programa de televisão, mas um fenômeno cultural.  Mesmo cinco anos após a estreia de seu último episódio, os Tik Toks,  perfis no Twitter e podcasts (inclusive dos próprios atores) zoando cenas, tramas e momentos da série fizeram com que ela saísse de núcleos específicos das redes sociais e encontrasse o público geral.

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Self Made tenta honrar o grande legado de Madam C. J. Walker

“Todos nós vamos morrer. Eu não controlo isso. Mas eu posso controlar como serei lembrada, o que deixarei para trás” (Foto: Reprodução)

Anna Clara Leandro Candido 

Madam C. J. Walker foi a primeira mulher negra a se tornar milionária por conta própria na história dos Estados Unidos. Filha de escravos, nascida poucos anos depois da abolição e mãe aos 18 anos, Sarah Breedlove – nome de nascença da empresária – fez sucesso ao vender produtos para cabelos negros numa época onde o racismo e o machismo ditavam o cotidiano de uma população.

Essa tão aclamada e importante figura de empoderamento negro e feminino só foi ganhar uma adaptação de sua história esse ano pela Netflix. Produzida por DeMane Davis, Eric Oberland e Lena Cordina, a minissérie Self Made, que ganhou o título nacional A Vida e a História de Madam C. J. Walker,  chegou para levar a história de Sarah ao mundo televisivo. A produção foca em sua jornada empreendedora e utiliza de vários recursos do drama para trazer uma linda história de superação e luta, atando-se a alguns pontos verdadeiros da obra original, mas deixando muitos outros de lado.

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The Good Place ensina sobre a vida e ainda te faz dar risadas

Ao receber os mortos, O Arquiteto os apresenta o bairro (Foto: Reprodução)

Ana Beatriz Diogo Rodrigues

A vida após a morte é uma incógnita. Tudo sobre esse assunto é incerto e não há clareza sobre qual é a verdade. O destino, as pessoas que encontraremos e o modo como nos comportaremos depois de morrermos são questões irrespondíveis. Mas a série The Good Place (2016-2020), com comédia e filosofia, tende a construir um caminho para essa jornada inexplorável. Abordando diversos assuntos filosóficos, a produção discute o sentido da vida ao decorrer das suas quatro temporadas.

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A força do luto é o que mais assusta em The Outsider

A figura do vilão em The Outsider é sempre uma sombra, escondida e guardada a sete chaves (Foto: Reprodução)

Caroline Campos

A morte caminha lado a lado com a vida desde que o mundo é mundo. É a única e mais misteriosa certeza da existência humana. Se há morte, há luto – quanto mais amado o falecido, mais dolorosa sua partida. No entanto, o luto se torna um grande banquete na nova série da HBO, The Outsider, sendo saboreado em cada momento de fúria exorbitante ou tristeza contida em seus dez episódios. Baseada na obra homônima de 2018 do mestre Stephen King, a série rodeia o sentimento de perda e suas consequências, impulsionada pelo caráter sobrenatural já conhecido das obras do Rei do Terror.

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Lucifer está de volta e dessa vez em dobro

“Nunca fui expulso de qualquer lugar antes na minha vida. Bem, exceto o Céu, claro” (Foto: Reprodução)

Anna Clara Leandro Candido

Entre o céu e o inferno. Essa é a posição que a Terra ocupa, proporcionando um local estratégico para o encontro de anjos e demônios e, quem sabe, até mesmo do Diabo em pessoa. É nesse cenário em que a série da Netflix, Lucifer, desenvolve sua trama. Após se cansar do Inferno e decidir tirar férias em Los Angeles, Lucifer (Tom Ellis) tornou-se dono de uma boate, tio, consultor civil da polícia e par romântico da detetive Chloe Decker (Lauren German). Agora, na primeira parte da quinta temporada, o Anjo das Trevas favorito de todos retorna do Submundo para agraciar o público com seu carisma e finalizar alguns assuntos inacabados. Acompanhados de uma linda ambientação e trilha sonora, os personagens voltam à ativa com todo seu glamour para agradar os fãs. Continue lendo “Lucifer está de volta e dessa vez em dobro”

Normal People retrata o amor através da distância e do tempo

Com personagens muito fáceis de se identificar, a obra explora as incertezas do mundo jovem-adulto (Foto: Reprodução)

Isabella Siqueira

Algumas histórias apelam para fantasias impossíveis, enquanto outras buscam as emoções presentes na normalidade. Normal People, minissérie do streaming Hulu em parceria com o canal britânico BBC, encanta justamente por falar de um romance digno de pessoas reais. Indicada ao Emmy desse ano, a história é uma adaptação do best-seller da autora irlandesa Sally Rooney. O livro é mencionado como fenômeno literário da década pelo jornal The Guardian, e a adaptação para a TV não fica atrás no quesito qualidade.

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I May Destroy You vai além dos múltiplos olhares sobre violência sexual

Michaela Coel cria narrativa necessária baseada em sua vivência (Foto: Reprodução)

Giovanne Ramos

Em 2018, a atriz, roteirista, poeta, cantora, compositora e – ufa! – dramaturga britânica, Michaela Coel, revelou enquanto palestrava no Festival de Televisão de Edimburgo ter sido estuprada em 2015. O relato chamou ainda mais atenção por ter ocorrido durante as filmagens de Chewing Gum, comédia lançada em 2016 no Brasil pela Netflix e, em parte, responsável pela popularização do seu nome no mundo do entretenimento. De acordo com os relatos, Coel tirou um intervalo do trabalho para se encontrar com uma amiga que estava por perto para um drinque. Quando se deu conta, estava novamente em frente ao computador, sem lembrar do que ocorreu na última noite. Após um flashback, a atriz lembrou de ter sido violentada por um grupo de homens.

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All Stars 5: dívida atrasada se paga com juros

Shea Couleé garantiu seu merecido lugar no Hall da Fama (Foto: Reprodução)

Vitor Evangelista

Não tinha outro jeito. Quando Shea Couleé entrou no ateliê, a Coroa, o cetro e o quadro do Hall da Fama já estavam com nome e sobrenome estampados. Quem chegasse na competição depois já não era importante, ou sequer relevante. 5 edições à dentro dessa corrida (quatro, se desconsiderarmos o terrível All Stars 1), o jogo já não tem mais tantas nuances. Ao passo que as nove queens restantes retornavam para a disputa do título e do cheque, Shea não tinha com o que se preocupar. Oito episódios depois, a conta veio.

Muito mais uma manobra de redenção, por vezes autoinfligida, a escolha de RuPaul parece levar em conta o passado e o prestígio em detrimento do agora. Assim, a questão que fica é a seguinte: essa competição virou um acerto de contas ao invés de uma congratulação e reconhecimento por mérito? A resposta definitiva não existe, Shea Couleé não venceu por pena ou migalhas, mas a narrativa dessa 5ª temporada abre margem para discussões mais profundas quanto ao papel da corrida secundária pela coroa. Está na hora do All Stars acabar.

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Dark é um marco temporal

A última temporada da produção alemã se consagra como a melhor original da Netflix (Foto: Netflix)

Vitória Silva 

O começo é o fim….

Um dos primeiros contatos do cinema com viagem no tempo foi na trilogia De Volta Para O Futuro, lançada em 1985, e, com o passar do tempo, novas produções como Efeito Borboleta, Donnie Darko e Vingadores: Ultimato foram surgindo. Essa temática pode ser considerada um dos assuntos mais utilizados em produções de ficção científica.  Apesar das diferentes abordagens, a reviravolta em grande parte das narrativas parece ser sempre a mesma: provocar alterações no passado geram consequências no futuro. E, por muito tempo, pode ter se pensado que essa era uma das únicas maneiras de se criar histórias sobre viagem no tempo, até o surgimento de Dark.

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Pequenos Incêndios metafóricos e necessários Por Toda Parte

Littles Fires Everywhere (no original) é da Hello Sunshine, produtora fundada por Reese Witherspoon, que vem adaptando diversos livros escritos por mulheres, como Big Little Lies (2017) e o filme Garota Exemplar (2014) (Foto: Reprodução)

Jaqueline Neves Bueno 

Uma das coisas que sempre deixa as pessoas com o pé atrás sobre adaptações de livros para o audiovisual é a questão da fidelidade à obra original. Pequenos Incêndios Por Toda Parte, minissérie da Hulu disponível na Amazon Prime, foi fruto do livro da escritora norte-americana Celeste Ng. Filha de imigrantes de Hong Kong, seu livro traz questões sobre a vivência asiática, além de já ter morado no bairro em que a história se desenrola. Ng também escreveu Tudo o que Nunca Contei, que ganhou alguns prêmios, como o Amazon Book of the Year

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