Os ensinamentos de Rebecca Sugar e a animação ocidental pós Steven Universo

(Foto: Reprodução)

Fellipe Gualberto

“Se você venceu uma luta, é como se não houvesse problema algum em se estar em uma luta”. A frase dita pela criadora de Steven Universe em uma entrevista ao LA Times resume muito bem sua filosofia e os ensinamentos de sua obra. Finalizada em maio com Steven Universe Future (SUF, ou como ficou conhecida por aqui, Steven Universo: O Futuro), esta última temporada radicaliza as lições da desenhista em uma conclusão após 6 temporadas, um filme e 7 anos.

Continue lendo “Os ensinamentos de Rebecca Sugar e a animação ocidental pós Steven Universo”

O retrato da saúde mental toma forma em I Am Not Okay With This

I Am Not Okay With This é a segunda adaptação das HQs de Charles Forsman na plataforma (Foto: Reprodução)

Bruno Azevedo

Ano após ano a criação de conteúdo original na Netflix só aumenta. Apenas em 2019, foram lançadas 371 produções. Nessa enxurrada de filmes e séries, I Am Not Okay With This chama a atenção não só por ser dos mesmos produtores de Stranger Things, mas também por compartilhar da estética e da direção de The End of the F***ing World. O atrativo maior, no entanto, é a premissa da série, que prende pela mistura de drama e comédia irônica desde o primeiro episódio.

Continue lendo “O retrato da saúde mental toma forma em I Am Not Okay With This”

Há 15 anos, Avatar: A Lenda de Aang entrava para a história da televisão

(Foto: Reprodução)

Gabriel Oliveira F. Arruda

Medir com precisão o impacto real que a mídia tem sobre nós pode ser uma tarefa complicada. Mesmo que a popularidade de um determinado filme ou série possa ser tão grande e absoluta que pareça impossível escapar de seu olhar, é complicado dizer como o tempo vai julgá-la. Há cerca de um ano atrás, acompanhávamos fervorosamente o final de Game of Thrones, inegavelmente uma das séries mais populares de todos os tempos, enquanto hoje, não fossem pelas controvérsias de seus criadores e os derivados prometidos pela HBO, talvez sequer falaríamos mais do programa.

No entanto, algumas obras sobrevivem tão ferrenhamente ao teste do tempo – de fato, melhorando com ele – que é impossível não gravá-las em nossas mentes e reverenciá-las além da mera nostalgia. Tal é o caso de Avatar: A Lenda de Aang, que estreava há pouco mais de 15 anos na Nickelodeon, em 21 de fevereiro de 2005.

Continue lendo “Há 15 anos, Avatar: A Lenda de Aang entrava para a história da televisão”

A falsa despretensão em AJ and the Queen

Nos é prometida uma comédia, mas as pessoas são mais complexas do que isso

Capa oficial da Netflix para “AJ and the Queen”, à esquerda, AJ, interpretada por Isabella “Izzy” Gaspersz, e, à direita, RuPaul Charles como Robert Lee (Foto: Divulgação)

Arthur Almeida

AJ and the Queen é uma das primeiras séries a estrear na Netflix neste ano de 2020. A produção estadunidense, projeto da plataforma, tem como eixo narrativo as entrecruzadas histórias de AJ (Isabella “Izzy” Gaspersz) e Robert Lee (RuPaul Andre Charles). 

Amber Jasmine (AJ) é uma menina de 10 anos que, para sobreviver na cidade sem o auxílio de um responsável adulto presente em sua vida, engana outras pessoas e realiza furtos. Robert Lee é um homem com cerca de 50 anos que ganha a vida em cima dos palcos como a Drag Queen Ruby Red. 

Continue lendo “A falsa despretensão em AJ and the Queen”

Os melhores filmes e séries de 2019

O fim da década fechou o ano do cinema com chave de ouro. 2019 apresentou inovações em cada gênero. Seja na animação, terror ou mistério, tivemos obras que reinventaram e escreveram da sua maneira história audiovisuais únicas e emocionantes. No Brasil, o cinema foi tema do Enem e alvo do governo, porém, lá fora se mostrou vivo percorrendo festivais, ganhando prêmios e alcançando a tão aguardada indicação ao Oscar. Foi difícil, mas nosso time selecionou as principais obras que marcaram cada um no ano passado.

No ramo das séries, nossa curadoria reflete a diversidade temática das produções em alta: tem cinebiografia de personalidades da literatura mundial, ficção científica, drama, comédia romântica e muito mais. Por outro lado, também apontou um dado problemático: nossa dependência em serviços de streaming.

Então, sem mais delongas, eis a curadoria Persona de Melhores Filmes e Séries de 2019:

Continue lendo “Os melhores filmes e séries de 2019”

Sex Education encanta pela gentileza

Sex Education segue a vida de Otis que começa a dar conselhos de terapia sexual para os colegas do Ensino Médio (Foto: Reprodução)

Vitor Evangelista 

‘Vivemos como sonhamos, sozinhos’. A frase de Joseph Conrad, que ilustra a redação de Maeve, cai como uma luva na micronarrativa da britânica Sex Education. Quando o pensador vincula a ideia do onírico ao mundo real, ele também acaba revelando uma faceta importante de nossa relações humanas: a incessante necessidade de ter alguém para dividir momentos. E, como boa série teen que é, o sucesso da Netflix caminha gentilmente em territórios poéticos ao nos apresentar as vivências e amores dos estudantes de Moordale, no Reino Unido. Tudo regado a um texto sincero, desbocado e que transborda honestidade. 

Continue lendo “Sex Education encanta pela gentileza”

The Marvelous Mrs. Maisel já pode acabar

O terceiro ano da comédia do Prime Video sabe amadurecer seus dramas, mas sempre se rendendo para um humor pontiagudo (Foto: Amazon Prime Video)

Vitor Evangelista

Os anos 10 encurtaram as grandes séries da década passada. Com a chegada do streaming e da degustação on demand, os seriados passaram a ser diminuídos ao máximo, tudo isso para caber numa maratona de fim de semana ou, simplesmente, para não se tornarem enfadonhos. Chegando à seu 3º ano, a premiada e deliciosa The Marvelous Mrs. Maisel já trilha um caminho de despedidas. Ao explorar a turnê nacional de Midge (Rachel Brosnahan), a produção da Amazon emociona, não se vê acuada a tocar em pontos sensíveis e, a cereja do bolo, não cansa de inovar. 

Continue lendo “The Marvelous Mrs. Maisel já pode acabar”

AHS 1984 é a antítese perfeita dos anos oitenta

As principais inspirações para a temporada são Sexta Feira 13, Halloween e A Hora do Pesadelo (Foto: Reprodução)

Vitor Evangelista

Ryan Murphy é uma fábrica de fazer séries. Apenas listando as produções que ele idealizou nos últimos meses, a lista é extensa. Seja com Pose, drama sobre a comunidade trans nos anos oitenta, onde ele toca em pontos sensíveis e brutos de uma realidade humana, ou na sátira engravatada de The Politician, que não fede nem cheira, em American Horror Story, o produtor brinca com elementos de terror e medo para contar fábulas táteis a quem assiste.

Continue lendo “AHS 1984 é a antítese perfeita dos anos oitenta”

Boneca Russa: série ‘original’ da Netflix não traz nada novo

O nome Boneca Russa faz referência às Matrioskas, bonecas de tamanhos variados, colocadas uma dentro das outras (Foto: Reprodução

Jaqueline Neves

Uma pessoa com hábitos autodestrutivos se vê numa situação em que a vida a obriga reconhecer seus erros – e consertá-los – ao reviver o mesmo dia várias vezes. Parece familiar, não? Isso porque, assim como qualquer série ou filme original da Netflix, “Boneca Russa” também se encontra dentro do clichê da indústria do audiovisual em que todas as produções, no fundo, giram em torno da mesma história.

Continue lendo “Boneca Russa: série ‘original’ da Netflix não traz nada novo”

25 anos depois, já podemos parar de falar sobre Friends

I’ll be there for you (Foto: NBC)

Vitor Evangelista 

Friends é a grande série do século XX. A comédia sobre os seis amigos de Nova Iorque que conquistou a cultura pop num solavanco, hoje se prostra como uma das maiores produções televisivas da história. A sitcom comemorou vinte e cinco anos no fim de setembro e fãs mundo afora celebraram o legado e as piadas de Rachel, Joey, Phoebe e companhia. Mas, tanto tempo depois da estreia, Friends deveria deixar os holofotes de lado.

Grande parte do buzz do seriado vem da exibição global da Netflix. O fácil acesso aos 236 episódios exibidos originalmente pela NBC entre 1994 e 2004 é primordial para manter acesa a chama de discussão da série. Todavia, com todas as portas que Friends abriu, carreiras que lançou e conteúdos que originou, o grande público pode voltar atenções a outras grandes produções lançadas de lá para cá. E não há problema algum nisso.

Continue lendo “25 anos depois, já podemos parar de falar sobre Friends”