Era uma vez um sonho ecoa o mito da meritocracia

A imagem é uma cena do filme Era uma vez um sonho. Nela, vemos os personagens J. D. e Bev sentados em um sofá. J. D. é interpretado pelo ator-mirim Owen Asztalos; ele está sentado à esquerda, olhando para Bev. Owen é um menino branco, de cabelos castanhos claros, ele veste uma camiseta azul e calças verde-escuro. Bev é interpretada pela atriz Amy Adams, ela está sentada à direita, olhando para Owen com a sua mão direita encostada na bochecha de Owen. Amy é uma mulher branca, de cabelos ruivos e compridos; ela veste uma camiseta florida, com uma blusa branca de mangas compridas por baixo e uma calça rosa.
Com duas indicações ao Oscar 2021, a produção de Ron Howard vende um discurso problemático e mal executado (Foto: Lacey Terrell/Netflix)

Vitória Silva

Não é de hoje que histórias sobre relações familiares costumam dar as caras na temporada de premiações da indústria cinematográfica. Em anos anteriores, filmes como Lady Bird e Boyhood figuraram entre os vencedores e indicados em diversas categorias. Essa tendência já é esperada especialmente pela cerimônia da Academia, com o conhecido Oscar Bait, que configura obras com padrões historicamente amigáveis pela premiação. 

A cota de drama familiar desse ano ficou nas mãos de Era uma vez um sonho. Ambientada na região dos Apalaches nos Estados Unidos, a narrativa acompanha o estudante de Direito James David Vance (Gabriel Basso), que é obrigado a reviver o passado traumático de sua família ao ter que retornar para a sua cidade natal após sua mãe, Bev (Amy Adams), ter uma overdose. 

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Borat: Fita de Cinema Seguinte mostra que a comédia vai além de risadas

Sacha Baron Cohen, um homem branco de 50 anos, está à esquerda da imagem, usando um paletó cinza, cabelos curtas escuros e bigode grosso escuro. Em suas mãos, possui uma placa com os escrito "US+A PLEASE ACCEPT GIFT". À direita, uma pessoa está embrulhada em um papel de presente listrado nas cores azul, amarelo e branco. De fundo, está a Casa Branca, dos Estados Unidos.
Jagshemash! – expressão utilizada por Borat provinda do polonês “Jak sie masz” que quer dizer “olá, como você está?” (Foto: Reprodução)

Vitor Tenca

No longínquo ano de 2006, um jornalista cazaque recebia a missão de gravar um documentário em solo americano, com o intuito de trazer costumes e conhecimentos de uma nação “mais avançada” para seu país natal. No entanto, digamos que os resultados não saíram conforme o esperado. Em Borat – O Segundo Melhor Repórter do Glorioso País Cazaquistão Viaja à América, que só foi lançado no Brasil em 2007, nosso querido jornalista, mais conhecido como Borat Sagdiyev, sofreu algumas represálias diante o fracasso nacional da produção, desde humilhação em público, cassação de seu direito jornalístico e até o sentenciamento à prisão perpétua nos gulags do Cazaquistão. 

(In)felizmente, suas missões não pararam por aí. Borat: Fita de Cinema Seguinte, fruto da Amazon Prime Video, vem, em 2020, nos mostrar o porquê do personagem interpretado – ou melhor dizendo, vivido – por Sacha Baron Cohen precisar viajar para os EU e A novamente, dessa vez para aproximar seus líderes ao glorioso McDonald Trump: o responsável por restaurar todos os valores do americano de bem. E, mais uma vez, lá ia nosso esquisito repórter em direção as terras ianques, levando consigo o Ministro da Cultura, Johnny the Monkey – exatamente, um macaco – como presente para aproximar os dois países em níveis diplomáticos. 

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Mank é uma viagem problemática por Cidadão Kane

A imagem está em preto e branco. À esquerda, Amanda Seyfried segura um cigarro na mão direita. Ela veste um vestido e um casaco por cima. À direita, Gary Oldman veste um paletó. Ambos estão encostado em um poste de madeira e se encaram.
O diretor David Fincher nunca ganhou um Oscar por seus filmes (Foto: Netflix)

Caroline Campos

Se propor a fazer um longa que destrincha os bastidores do que hoje é considerado o maior filme da história do cinema não é um projeto fácil. Conhecendo a filmografia de David Fincher, pode-se dizer que é o exato tipo de trabalho que ele gostaria de se aventurar e assumir – e, de fato, foi o que ele fez. Mank, que se dispõe a nos mostrar a verdade por trás do roteiro de Cidadão Kane, filme de 1941 dirigido por Orson Welles, chegou na Netflix no último mês do fatídico ano de 2020, para tentar, talvez, fechar com chave de ouro os 365 dias mais loucos da sétima arte.

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