Você pagaria o preço para ter A Substância?

Cena do filme A Substância. Na imagem vemos Elizabeth, mulher branca com cabelos pretos, falando ao telefone. Ela veste um vestido na cor preta e usa brincos de prata. Com sua mão direita, segura um telefone vermelho e sua expressão parece preocupada. Ela está sentada em uma cama com lençol rosado. Ao fundo é possível ver uma parede na cor vermelha.
Demi Moore volta às telas do Cinema após 30 anos (Foto: MUBI)

Vitória Borges

Você já imaginou uma versão melhor de si? E se você soubesse que existe um produto que pode te mostrar uma parte mais jovem, bonita e perfeita? A Substância (The Substance, no original) pode te dar isso e um pouco mais. A produção, que promete revirar o estômago, é uma diversão exageradamente nojenta e bizarra sobre o espetáculo visual do Cinema e o gênero de horror corporal.

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Como Você se Atreve a Desejar Algo Tão Terrível: quando uma tatuagem vira um debate sobre o male gaze iraniano

Cena do filme Como você se atreve a desejar algo tão terrível. Na imagem, uma mulher não identificada tem seus olhos capturados pela câmera. Ela olha para o lado com as pálpebras pintadas com lápis de olho preto e uma sobrancelha fina. O retrato está em preto e branco.
O documentário faz parte da seção Perspectiva Internacional da 47ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo (Foto: Mania Akbari)

Nathalia Tetzner

Mania Akbari é uma força da natureza. Não à toa, a cineasta iraniana escolhe os traços das folhas e flores para tatuar em seu corpo ao longo do documentário Como Você se Atreve a Desejar Algo Tão Terrível, selecionado para integrar a seção Perspectiva Internacional da 47ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo. Conhecida por abordar os direitos das mulheres de seu país de origem em suas produções, Akbari, dessa vez, propõe o que define como “o diálogo do corpo com a sua memória pictórica”. 

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A Pior Pessoa do Mundo não é o que parece

Cena do filme A Pior Pessoa do Mundo. A imagem mostra a personagem principal, Julie, interpretada por Renate Reinsve. Ela é uma mulher branca, de olhos e cabelos castanhos, presos num rabo baixo e usa uma franja sob a testa. Julie ocupa o lado esquerdo da imagem e olha para o lado direito. Ela veste um blazer preto em cima de uma blusa preta. Julie tem lágrimas nos olhos. Ao fundo, existe um céu azul com nuvens, e é o final de uma tarde.
Depois de uma estreia premiada no Festival de Cannes 2021, A Pior Pessoa do Mundo chega em 2022 com duas indicações ao Oscar, nas categorias de Filme Internacional e Roteiro Original (Foto: MK2 Productions)

Raquel Dutra

Em julho de 2021, uma personagem singular chamou a atenção no meio das estreladas atuações da 74ª edição do Festival de Cannes. A seleção de atrizes consideradas para o prêmio de interpretação feminina do maior festival de Cinema do mundo era composta por nomes como o de Agathe Rousselle, a força motriz do grandioso vencedor da Palma de Ouro, Tilda Swinton, a detentora de boa parte do prestígio do Júri presidido por Spike Lee, e Marion Cotillard, a protagonista da direção favorita dos votantes do último ano. Mas quem terminou o dia 17/07/2021 premiada ante suas veteranas foi Renate Reinsve. Não era para menos, afinal. Ela é A Pior Pessoa do Mundo.

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Quem tem medo de Jennifer Check?: Garota Infernal e o verdadeiro inimigo

Cena do filme Garota Infernal. Megan Fox, que interpreta Jennifer Check, é uma mulher branca, de olhos azuis e cabelos pretos. Jennifer é uma adolescente no colegial. Ela se olha no espelho de um armário azul marinho, típico dos colégios estadunidenses. O espelho é arredondado com strass prata e rosa em sua volta. Na lateral superior esquerda e na lateral inferior direita do espelho estão colados dois adesivos de desenhos orgânicos, também em rosa. Não se vê nada na cena além da vista do rosto de Jennifer refletido no espelho e o fundo azul marinho do armário.
Fracasso comercial, Garota Infernal pouco a pouco se restabeleceu como terror cult feminista (Foto: Fox/Dune Entertainment)

Ayra Mori

Se em 2009 Garota Infernal foi considerado um crasso fracasso, após uma década de seu lançamento o filme se restabeleceu como Terror cult feminista à frente de seu tempo. Escrito por Diablo Cody, dirigido por Karyn Kusama e protagonizado pela dupla Megan Fox e Amanda Seyfried, Garota Infernal é um estudo de caso sobre como um roteiro perspicaz, um enquadramento subversivo da câmera e personagens autoconscientes são capazes de transfigurar o olhar masculino predominante no gênero, pondo em foco a perspectiva feminina quanto às violações do corpo através de Jennifer e, bem, “O inferno é uma garota adolescente”.

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