Há 35 anos, Seinfeld revolucionava as sitcoms e mudava a Televisão norte-americana

A imagem mostra quatro pessoas em um ambiente interno, com expressões faciais que sugerem surpresa ou preocupação. À esquerda, um homem com cabelo volumoso parece olhar fixamente para algo fora do quadro. Ao lado dele, outro homem de óculos se inclina levemente para frente, parecendo intrigado. No centro, um homem vestindo uma camisa vermelha está virado parcialmente de costas, e à direita, uma mulher com a boca aberta coloca a mão próxima ao rosto, demonstrando espanto. O cenário inclui móveis e prateleiras ao fundo, criando um ambiente casual e descontraído
Seinfeld é um exemplo de como a televisão pode capturar a essência de uma era e, ao mesmo tempo transcender os limites temporais (Foto: Netflix)

Rafael Gomes

Em Julho de 1989, a NBC exibia o primeiro episódio de Seinfeld. No ar durante 9 anos, a série gerou um enorme impacto na Televisão e no humor, modificando como o gênero é apresentado e percebido pelos espectadores. O programa se tornou uma referência na Comédia situacional 35 anos atrás e se mantém relevante até os dias de hoje – em 2019, a Netflix pagou 500 milhões de dólares pelos direitos do programa.

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Há 70 anos, Hitchcock mostrava a beleza e a violência da vida alheia através de uma Janela Indiscreta

Cena do filme Janela Indiscreta. Tem duas pessoas na imagem. Na esquerda, aparecendo da cintura para cima está Lisa, uma mulher jovem branca, cabelo na altura dos ombros loiro e olhos azuis. Ela usa um vestido preto de manga curta e um colar de pérolas. Na direita, aparecendo só o busto, está Jefferies, um homem de meia idade branco, ele tem cabelo curto grisalho e olho azul. Ele está sentado em uma cadeira de rodas, veste um pijama de botão azul e está olhando por um binóculos. No fundo tem uma prateleira branca com livros e outros objetos desfocados.
O clássico suspense de Hitchcock completa 70 anos em 2024 (Fonte: Paramount Pictures)

Nathan Sampaio

Quem não gosta de uma boa fofoca? Daquelas que descobrimos podres, segredos e detalhes da vida alheia. Alguns poucos – talvez por vergonha de admitir – podem afirmar que não gostam desse ato, enquanto a maioria responderá, com empolgação, que o faz todos os dias. A realidade é que fofocar faz parte do nosso cotidiano, e segundo estudos, podemos passar até 52 minutos do nosso dia praticando a arte do mexerico. Em um ambiente urbanizado, o simples ato de se debruçar sobre a janela e olhar o prédio ao lado já é uma forma de futricar o dia a dia da vizinhança. Porém, o que você faria se, ao buscar se entreter com a rotina de outros, acidentalmente descobrisse que seu vizinho cometeu um crime? Há 70 anos, Alfred Hitchcock fazia essa mesma pergunta.

Janela Indiscreta, lançado em 1954, surge com a proposta de unir esse interesse pela vida alheia com um intenso suspense criminal. No longa, acompanhamos L.B. Jefferies (James Stewart), um fotógrafo renomado, que está com a perna quebrada e por isso é obrigado a passar todos os seus dias dentro de casa. Como forma de vencer a monotonia e o tédio do cotidiano, ele passa a observar a rotina de seus vizinhos. Até que, certo dia, o protagonista enxerga uma movimentação suspeita de um dos moradores do prédio ao lado: Lars Thorwald (Raymond Burr) aparenta ter assassinado sua esposa. O personagem central decide se unir com sua namorada – Lisa Carol Fremont (Grace Kelly) –, sua enfermeira – Stella (Thelma Ritter) – e o Tenente Thomas J. Doyle (Wendell Corey) para tentar solucionar o caso.

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Há 25 anos, Britney Spears abria as páginas de seu diário em …Baby One More Time

Capa do álbum …Baby One More Time. Na imagem, uma jovem mulher branca, bronzeada, e cabelo loiro escuro na altura do ombro posa com as mãos tocando o chão ao lado de seu corpo, os joelhos dobrados para frente e os pés calçando um par de tamancos de fitas de camurça marrom e salto bege para trás. Ela veste uma saia jeans de lavagem escura, regata branca, camisa vermelha de botões aberta e pulseiras brancas no pulso direito. Ela sorri para frente, com a cabeça inclinada para a sua direita. Atrás dela está um fundo rosado e, no canto superior direito, ‘Britney Spears’ e ‘...baby one more time’ aparecem escritos em azul e vermelho, respectivamente
…Baby One More Time foi o primeiro passo para colocar Britney Spears como uma das principais artistas da geração do pop adolescente da década de 1990 (Imagem: Jive Records)

Agata Bueno

Se o diário da jovem Britney Spears pudesse falar, ele soaria tão cativante quanto a menina de 16 anos que colocava seu coração em cada canção e toda a sua energia em suas coreografias. Lançado em Janeiro de 1999, …Baby One More Time não esconde o que pretende ser: as confissões e as promessas de amor de uma cantora adolescente. Entre as batidas animadas e as canções românticas, o disco que teceu os caminhos que levariam Spears a alcançar o título de ‘princesa do pop’ ainda é referência quando o assunto é o seu reinado conturbado em frente aos holofotes e sua influência na indústria musical.

O trabalho de estreia como cantora de Britney Spears vendeu mais de 25 milhões de cópias pelo mundo, tornando-se um dos álbuns mais bem-sucedidos de todos os tempos – e o projeto mais vendido dela até hoje. Além disso, …Baby One More Time foi certificado 14 vezes como disco de platina pela Recording Industry Association of America (RIAA) e rendeu a Spears a honra de ser a artista mais jovem a receber um certificado de diamante, também da RIAA. O sucesso estrondoso da jovem bailarina do Mississíppi foi muito além dos charts: o lançamento do disco inaugurou uma nova era na Música e transformou o nome dela em um ícone da cultura pop global.

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O que os 15 anos de Que Chegue a Você: Kimi ni Todoke têm a ensinar sobre a natureza humana?

Cena do anime Que Chegue a Você: Kimi ni Todoke. Sawako, à esquerda da foto, tem o cabelo preto em um coque e está vestida com uma blusa branca de manga longa e uma calça da cor vinho. Ela tem os olhos bem abertos e uma feição surpresa. O Kazehaya de cabelo preto, à direita, usa uma blusa de manga longa da cor azul, calça preta e segura um filhote de cachorro da cor branca na direção da garota. Ele está sorrindo e com os olhos fechados. As duas personagens têm pele branca. Ao fundo, há uma paisagem rural, com poucas casas. O céu é um degradê de azul e tem algumas nuvens acinzentadas e douradas.
A adaptação foi inspirada em experiências pessoais de Shiina Karuho e levanta discussões atemporais (Foto: Production I.G)

Maria Clara Alves

Desde Outubro de 2009, o curso da história dos animes foi alterado com a estreia da primeira temporada de Que Chegue a Você: Kimi ni Todoke, que ganhou vida em 2d a partir do estúdio de animação Production I.G. O título de Shiina Karuho inaugurou um jeito novo e leve de contar histórias sobre suas personagens com um romance inocente, além de ter esclarecido, de uma vez por todas, que não há nada de errado em não ser perfeito. O ritmo do enredo guia o espectador a oscilar entre os sentimentos de leveza e frustração, e a constância desses conflitos na animação envolve o suficiente para maratonar o dia todo. Não à toa, a série, baseada no mangá Kimi ni Todoke, é sinônimo de nostalgia nos corações do público que experienciou as fases da adolescência junto com o elenco, além de ser uma opção de anime de conforto para todas as horas. 

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Já faz 30 anos que Novo Pesadelo – O Retorno de Freddy Krueger deixa Hollywood sem dormir

Cena do filme O Novo Pesadelo – O Retorno de Freddy KruegerNa imagem, o personagem Freddy Krueger está centralizado, fazendo uma pose de mau. Ele está mostrando a parte de cima da mão direita, que possui garras e está em carne viva e ossos aparentes. Seu rosto está também ferido, com carne e pele clara se misturando. Seus olhos são verdes. Ele veste um suéter de frio com listras vermelhas e verde escuro.
Na versão original, o nome do autor aparece antes do título do filme, Wes Craven’s New Nightmare (Foto: New Line Cinema)

Davi Marcelgo 

Franquias em Hollywood não faltam, tem para todo tipo e gosto. Mas o que acontece quando elas, ou até mesmo um gênero, se tornam um pesadelo? Quando em 1984, o primeiríssimo A Hora do Pesadelo estreou, mal sabia Wes Craven que, dez anos mais tarde teria, que desconstruir sua maior criação: Freddy Krueger. O Novo Pesadelo – O Retorno de Freddy Krueger (1994) completa 30 anos em 2024 com muita coisa a ensinar ao Cinema, principalmente ao de super-heróis. 

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5 anos atrás, Todd Phillips escavou a filmografia de Scorsese na construção do Coringa

No centro está o Coringa, com cabelos verdes, a cara pintada de branca, a boca pintada de vermelha, assim como a ponta no nariz. Os olhos estão pintados de azul e acima deles há um risco em vermelho. O personagem está com uma roupa vermelha e está de lado para a câmera, com um olhar de irritação.
Joaquin Phoenix ganhou o Oscar de Melhor Ator por seu papel em Coringa (Foto: Warner Bros. Pictures)

Guilherme Moraes

Ainda que o Cinema de blockbusters não esteja tão aberto a olhar para o audiovisual e sua história como matéria prima, isso é algo essencial na construção de um filme. George Lucas idealizou Star Wars (1977) a partir das obras de samurai japonesas do meio do século XX; Tim Burton se inspirou no expressionismo alemão para dar vida a Batman (1989). Enquanto isso, na atualidade, as grandes franquias e as superproduções se sentem satisfeitas em apenas utilizar suas referências como um artifício de satisfação pessoal para o público que irá entender o significado, além de que, normalmente, eles se auto-referenciam, não explorando o que há de melhor na arte. Por sorte, Todd Phillips entendeu o quão rico pode ser vasculhar a história da linguagem e dialogar com ideias originais. Dessa forma, há cinco anos, ele escavou a filmografia de Martin Scorsese e construiu sua própria versão do Coringa.

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20 anos atrás, Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban dava início ao lado sério e sombrio da saga

Na parte superior esquerda, mais próxima a câmera, está uma luz branca que sai da varinha de Harry Potter. Harry está no centro da tela, um pouco mais ao fundo da luz. No fundo, o cenário é de uma floresta escura
Expecto Patronum, traduzido do Latim, significa “desejo um protetor” (Foto: Warner Bros. Picture)

Guilherme Moraes

Dois anos após o lançamento de Harry Potter e a Câmara Secreta, o terceiro filme da saga chegava aos cinemas, dessa vez, mostrando a outra face desse mundo mágico. Se nos dois primeiros longas-metragens, em especial no primeiroChris Columbus apresentou o lado fascinante e alegre desse universo, em Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban, Alfonso Cuarón introduz o lado sério e sombrio que irá tomar conta da saga a partir daqui.

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Duas décadas depois, De Repente 30 é apenas para os nostálgicos

Cena do filme De Repente 30. Uma menina e uma mulher estão lado a lado dentro de um elevador de paredes de madeira. Do lado esquerdo, está a atriz Renee Olstead interpretando Becky, uma menina branca, de lábios e bochechas coradas, de cabelos longos castanhos. Ela veste um vestido polo preto e uma bolsa marrom do lado esquerdo do corpo. Ela olha para a mulher que está do seu lado direto. A mulher é a atriz Jennifer Garner interpretando a personagem Jenna Rink. Ela é uma mulher branca que usa batom cor de rosa e está com os cabelos castanhos presos em dois birotes. Ele usa um vestido regata Versace, nas cores verde, verde água e com uma faixa em marrom. no seu colo tem um colar em formato de borboleta verde. ela carrega do seu lado esquerdo uma bolsa pequena roxa.
“Eu não quero ser original, eu quero ser descolada” (Foto: Columbia Pictures)

Costanza Guerriero

30 é a idade do sucesso! Essa era a ideia que as páginas da revista Poise apresentavam para a jovem Jenna Rink (Christa B. Allen), em meio às cores, hits e looks da década de 1990. A imagem de mulheres magérrimas, elegantes, sensuais, e ainda, donas de suas próprias carreiras: a mulher de 30 anos faz tudo e de tudo, enquanto uma jovem de 13 anos pode apenas tirar péssimas fotos para o livro do ano e encher os sutiãs com papel higiênico. Vinte anos depois, as paredes da casa dos sonhos já estão um pouco desbotadas, mas será que ainda restam o glitter e pó do desejo nos quais De Repente 30 estava envolto em 2004? 

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Há 20 anos, Meninas Malvadas determinava que às quartas-feiras usamos rosa

Em um cenário composto por árvores de Natal, neve e luzes de LED, da esquerda para a direita, Gretchen, Regina, Cady e Karen estão posicionadas para começar sua dança de Jingle Bell Rock, usando toucas de Papai Noel e vestidos vermelhos com elementos brancos e luvas pretas.
A cena de Jingle Bell Rock em Meninas Malvadas é um marco da cultura pop (Foto: Paramount Pictures)

Arthur Caires

São muitas as frases icônicas que poderiam começar esse texto, então: ‘entre no carro, caro leitor, vamos entrar em uma viagem de volta ao começo da década de 2000’. Meninas Malvadas foi lançado em 2004 e dirigido por Mark Waters, um dominador das comédias românticas e adolescentes. Também foi roteirizado pela comediante do Saturday Night Live, Tina Fey, com base no livro Queen Bees and Wannabes (Abelhas-Rainhas e Aspirantes, em tradução literal) de Rosalind Wiseman.  Continue lendo “Há 20 anos, Meninas Malvadas determinava que às quartas-feiras usamos rosa”

Após 15 anos de Arraste-Me para o Inferno, ser levado para os confins da Terra talvez não seja má ideia

Cena do filme Arraste-Me para o Inferno Na imagem, a personagem Christine Brown está sendo atacada pelos braços de uma pessoa. Ela está com lama cobrindo todo o cabelo e sujando o rosto, em sua volta tem mais lama. Christine está com expressão de dor. Ela é uma mulher na faixa dos 30 anos, de pele clara e cabelos loiros.
Em 2022, o filme entrou no top 10 dos mais assistidos na Netflix no Brasil (Foto: Ghost House Pictures)

Davi Marcelgo

Desde Sally (Marilyn Burns) de O Massacre da Serra Elétrica (1974) até Grace (Samara Weaving) de Casamento Sangrento (2019), a final girl é praxe no Terror, principalmente no slasher. É ela quem vence o assassino, sobrevive e, de quebra, aparece nas continuações. Mas para Christine Brown (Alison Lohman), do grotesco Arraste-Me para o Inferno (2009), já faz 15 anos que ela está perpetuada nos confins da Terra. O aniversariante que não é um filme de mascarados empunhando facas, sem dúvidas garante uma curiosa discussão sobre mulheres no gênero. 

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