Youngblood: a juventude corre solta pelas veias da 5 Seconds of Summer

Capa do disco Youngblood da banda australiana 5 Seconds of Summer. Na imagem, uma mancha de azul, laranja e lilás aparece. No meio, há uma parte listrada em preto e branco. Sobreposta aos dois elementos anteriores, uma foto da banda aparece. À esquerda, no canto inferior, o guitarrista Michael Clifford aparece sentado; ele é um homem branco, com cabelos loiros escurecidos pela imagem, e utiliza uma camisa preta. No meio, o vocalista Luke Hemmings aparece, sentado; ele é um homem branco, de cabelos loiros escurecidos pela imagem; utiliza uma camisa branca de manga comprida e uma calça preta. À direita, no canto superior, o baterista Ashton Irwin aparece de pé; Ashton é um homem branco, de cabelos loiros médios escurecidos pela imagem; ele utiliza uma camisa listrada de manga curta, calça preta e um cinto. À direita, no canto inferior, o baixista Calum Hood aparece sentado; ele utiliza uma camisa preta. No meio da parte superior da foto, o escrito 5SOS aparece em caixa alta, colorido em branco. Sobre a imagem toda da capa, o escrito Youngblood aparece, em letra cursiva, colorido em vermelho.
Youngblood completa 5 anos em 2023 (Foto: Capitol Records)

Laura Hirata-Vale

Dentro de nossas veias e artérias, por meio do plasma, viajam as hemácias, as plaquetas e os leucócitos. O fluido vital que permeia nossas vidas pulsa e leva com ele o ferro, o vermelho, a hemoglobina. Quando rompidos, o sangue extravasa, sendo acompanhado – na maior parte das vezes – pelo choro e por fortes emoções. Ele também é responsável por esquentar e aquecer o corpo, em situações de perigo e excitação. Já na corrente sanguínea da 5 Seconds of Summer, podemos encontrar a dor, a doçura e o melodrama. 

O líquido escarlate e viscoso também é personagem principal de histórias de vampiros, de amor e de loucura, além de representar os mais variados sentimentos do ser humano. Com uma grande pontada aflitiva, eles são aspectos que machucam e encantam de uma forma inesperada. O sangue jovem e reativo da banda diz, com versos repletos de ardor: “lembre-se das palavras que você me disse: ‘me ame até o dia que eu morrer’”. De forma raivosa, emocionada e cheia de decepção, nascia – em Junho de 2018 – o terceiro álbum da banda australiana: o grande e aclamado Youngblood.

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5SOS5: a música é o quinto integrante da 5 Seconds of Summer

Capa do álbum 5SOS5, da banda australiana 5 Seconds of Summer. A imagem imita cadas de papel: a primeira, é rosa claro, e possui recortes no formato da silhueta dos quatro integrantes do grupo. A segunda camada possui um gradiente de azul e vermelho, e preenche o espaço deixado pela primeira camada.
Em 5SOS5, a banda australiana reflete sobre a vida, o amor e a amizade (Foto: BMG Management)

Laura Hirata-Vale

Eu tenho os melhores amigos neste lugar” é a frase que resume o que é a 5 Seconds of Summer. Amigos desde a escola, Luke Hemmings, Calum Hood, Michael Clifford e Ashton Irwin começaram a trajetória do grupo com covers publicados no YouTube em 2011, na cidade de Sidney. Em Setembro de 2022, a banda australiana lançou o seu quinto álbum de estúdio, 5SOS5, que mostra toda a evolução e maturidade adquirida pelo quarteto durante mais de uma década de carreira.

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Os Melhores Discos de 2022

Entre a vida e a morte, o sagrado e o profano, composições íntimas e inovadoras são o combustível do Melhores Discos de 2022 (Arte: Henrique Marinhos/Texto de Abertura: Ana Júlia Trevisan)

A Música é o tom indispensável da vida. No amor, na alegria, na tristeza, na solidão, as canções preenchem playlists embalando a vida e refletindo a alma. As composições são o espelho de como artista e ouvinte enxergam a existência, fazendo com as mudanças sejam necessárias e novidades refresquem o imaginário auditivo de quem aguarda ansiosamente por um single, quiçá um disco de seu intérprete favorito. É impossível me conformar com a potência transformadora da Música. Assim como é inevitável usar tanto floreio para introduzir esse que reúne o melhor do que foi feito em 2022.

Com o formato de vendas modificado pelas plataformas digitais, os álbuns se tornam cada vez mais inviáveis para cantores inseridos na indústria, que coage produções única e exclusivamente voltadas a músicas virais para o TikTok. Quebrando aquilo que parece ter virado regra, o Persona emerge os ossos do ofício e abocanha 73 produções que marcaram o ano na Música.

Dominando a tarefa de trazer um novo fôlego para sua arte, The Weeknd lançou a rádio Dawn FM, vislumbrando dias melhores. Coroando o topo dos rankings, ROSALÍA acelerou com muita autenticidade sua MOTOMAMI. Ao lado da catalã, montada em seu cavalo prata, a musa-mor do pop renasceu. Kendrick Lamar ficou entre a cruz e a espada, SZA pediu socorro, Björk celebrou os recomeços, Sabrina Carpenter finalmente enviou seus e-mails, Florence and the Machine renovou seu nome na lista das netas das bruxas e a loirinha mais querida cantou seus terrores noturnos.

A música haitiana foi lembrada em notas do Topical Dancer. Cruzando o oceano, no mundinho do k-pop, enquanto 2022 serviu para SEVENTEEN se consolidar de vez como uma das maiores boybands da Coreia, artistas de outros grupos tão grandes quanto embarcaram em viagem solo, com novas perspectivas, sonoridades exuberantes e trabalhos coesos que entregam turbilhões de sentimentos. No território russo a boa surpresa veio do metal vampiresco da dupla IC3PEAK.

Em solo brasileiro Acorda, Pedrinho caiu na boca do povo, Bala Desejo ganhou o grande público, Ludmilla mais uma vez provou que nasceu para interpretar pagode, Maria Rita cantou para Xangô, e os calos de Alaíde Costa a fizerem – merecidamente – a cantora nacional mais citada nos rankings. Em meio a isso, o amargo das perdas imperaram no território com os álbuns póstumos de Marilia Mendonça e Elza Soares, o adeus a Erasmo Carlos, e aquela que foi a despedida mais cruel do ano, Gal Costa, a Doce Bárbara, se encantou. 

O Melhores Discos de 2022 é dedicado a Gal Costa. Coisas sagradas permanecem!

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