Young Lungs renova os ares da Alunte Lounge

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Foto: Lucas Mendes

Bárbara Alcântara e Gabriel Leite Ferreira

O show da Young Lungs começou quase pontualmente neste domingo. Por volta das 21h, João Ricardo Ribeiro, Guilherme Abramides e Joyce Rodrigues se distribuíam pelos instrumentos, dispostos na parte da sala da Alunte que foi reservada como palco. À medida em que eles iam assumindo suas posições, as pessoas se aproximavam, intrigadas. Essa foi a primeira vez que o espaço abriu as portas para uma banda de rock local, e o resultado dessa experiência foi um público bem diversificado – muito diferente das outras edições que acabaram se estendendo apenas à galera do rolê do hip hop.

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A Castlevania de Netflix é um brinde de sangue às séries animadas

netflix castlevania logo

Adriano Arrigo

Existe uma linha de desenhos animados que foram esquecidos na virada do século mas que parecem ter sido recuperados em Castlevania, a nova série do Netflix, baseada na série homônima de games iniciada em 1986. Tratam-se de obras televisas vindas principalmente do Japão, como Angel Cop (1989) e Gynocyder (1993). Nesses desenhos, qualquer deslize besta da protagonista é motivo para que seu cérebro possivelmente exploda e espirre em uma parede banhada com seu próprio sangue. Continue lendo “A Castlevania de Netflix é um brinde de sangue às séries animadas”

Tribalistas e a minha velha infância

tribalistas capa 15 anos já sei namorar

Elisa Dias

A possibilidade de escrever crítica musical foi anulada automaticamente do meu plano de ideias no momento em que a cogitei. Simplesmente porque, em segundos, um pequeno fluxo de pensamentos a respeito me mostrou quão complexa é a minha relação com a música. Complexa porque, a meu ver, a minha visão a respeito é a mais baudelairiana possível, sem indícios de qualquer análise técnica que comprove de alguma forma o que eu quero dizer. Um texto crítico sem embasamento é mais um achismo pro mundo – e o mundo já está bem cheio disso, convenhamos. Continue lendo “Tribalistas e a minha velha infância”

Pavement e o impulso para seguir em frente

screw the RIAA (não fui eu que botei isso aí mas concordo)

Nilo Vieira

Discutir música é um negócio complicado, seja pelo nível de abstração da arte ou pelo quão obsessivo (tradução: mala) você seja em relação ao assunto; “música é difícil de explicar porque ela é muito fácil de se entender”. Não sei se é uma citação real, mas faz sentido o suficiente: às vezes, exercícios solitários acerca da arte são mais proveitosos do que discussões coletivas. Se divertir com as próprias interpretações é um belo alimento pro ego e divertidíssimo, afinal. Continue lendo “Pavement e o impulso para seguir em frente”

Melhores discos de Junho/2017

Divine, em uma clássica cena de Pink Flamingos (1972)
Divine, em uma clássica cena de Pink Flamingos (1972)

Adriano Arrigo, Gabriel Leite Ferreira, Matheus Fernandes e Nilo Vieira

Em sintonia com as comemorações LGBTQ+, a curadoria de junho está bem mais colorida em relação ao mês anterior. Não que os álbuns sejam todos serelepes e upbeat – afinal, como a foto acima sugere, o niilismo também é cada dia mais universal -, mas a paleta está bastante diversificada. Temos opções de trilha para dançar loucamente e/ou para curtir com seu amorzinho no frio, como você pode conferir abaixo.

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A força da exposição em Felizes Juntos

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Após 20 anos, rever o filme de Won Kar-Wai é, ainda, sobre estar em busca de algo distante. Mesmo estando junto, a busca de Fai no filme é um tratado da solidão e da incompatibilidade que poucos hoje compreenderão. 

Adriano Arrigo

No começo, era tudo sobre as Cataratas do Iguaçu. Fai (Tony Chiu-Wai Leung) sai de Pequim e viaja de algum ponto do mapa até Argentina. “Ele disse que devíamos recomeçar”, ouvimos de Fai através de uma voz que soa como se fossem seus pensamentos ou memória. E é isso que o início de Felizes Juntos (1997) desenha, a memória de algo que um dia foi, mas hoje precisa se reconstruir.

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E.T. completa 35 anos e mostra que é imortal

 

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Guilherme Hansen

A simples história de amizade que se tornou um dos filmes mais cultuados de todos os tempos.

Falar de clássicos nunca é uma tarefa fácil, pois é quase impossível explicar o porquê do sucesso de produtos tão aclamados. Porém, para filmes como E.T – O extraterrestre, obra-prima dirigida pelo mestre Steven Spielberg e com recém completos 35 anos de lançamento, a missão se torna um pouco mais palpável. Não dá para não se encantar pelo filme que une, de forma eficiente, qualidade de roteiro e de técnica. Continue lendo “E.T. completa 35 anos e mostra que é imortal”

Woodgothic 2017: a tradição e a resistência do gótico

A entrada do festival, na Pousada das Magas
A entrada do festival, na Pousada das Magas (Crédito: João Ricardo Ribeiro)

Camila Araujo (com colaboração de João Ricardo Ribeiro)

São Thomé das Letras, cidade pacata sulminense, cercada por natureza e misticismo, é o cenário propício para abrigar o festival Woodgothic, que aconteceu nos dias 15, 16 e 17 de Junho. O festival é um dos mais importantes da música gótica e pós-punk do Brasil e, esse ano, nem mesmo problemas de organização impediram que o evento acontecesse.

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Sofia Coppola e o necessário reconhecimento das mulheres como cineastas

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Daiane Tadeu

A diretora americana Sofia Coppola venceu o prêmio de melhor direção no Festival de Cannes que ocorreu no último mês de maio. A cineasta foi premiada pelo filme O estranho que nós amamos, um remake do longa de 1971 dirigido por Don Siegel e baseado no romance A Painted Devil, de Thomas P. Cullinan. Continue lendo “Sofia Coppola e o necessário reconhecimento das mulheres como cineastas”

Em Melodrama, Lorde dança com a tristeza

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Lorde cresceu e está cheia de histórias tristes, eufóricas e coloridas pra contar: que Melodrama seja só a primeira de muitas outras (Foto: Universal Music New Zealand Limited)

Leonardo Teixeira

Na madrugada de seu aniversário de 20 anos, Lorde publicou uma carta aberta para seus fãs. Matando a jovem introvertida e quase blasé que surgiu em 2013 e pondo-a num “mausoléu adolescente”, Ella Marija Lani Yelich-O’Connor descrevia os últimos tempos como cruciais para a novíssima pessoa que o mundo estava prestes a conhecer. “Pure Heroine foi o meu jeito de consagrar a nossa glória adolescente, iluminando-a para sempre para que essa parte de mim nunca morra, e esse álbum — bem, este é sobre o que vem depois”. Continue lendo “Em Melodrama, Lorde dança com a tristeza”