Adriano Arrigo, Gabriel Leite Ferreira, Matheus Fernandes e Nilo Vieira
Férias? Praia? Que nada! Nossa incansável curadoria passou esses 31 dias escavando a interwerbs, a fim de trazer os destaques mensais da música para você.
O ano ainda não começou a engrenar, mas isso não significa que faltaram bons sons em janeiro – os nossos favoritos você pode conferir abaixo:
Depois de 17 anos, o American Football não quis sair da zona de conforto idealizada no primeiro disco da banda, em 1999. Porém, Mike Kinsella, o vocalista da banda, abre um pouco as portas da sua casa e nos mostra seus fantasmas, amadurecimento e nostalgias.
Mike Kinsella: o que importa é o coração (de 16 anos).
Adriano Arrigo
“Where Are We Now?” é a faixa magistral e emocionante que abre o novo álbum do American Football e denuncia, precisamente, o que os novos e os velhos admiradores da banda de Illinous podem esperar de seu retorno em um disco inédito em quase 18 anos. A voz arrastada de Mike Kinsella – o menino de 39 anos que aparentemente não envelhece – pergunta: estamos ambos sozinhos na mesma casa – você saberia disso se eu não tivesse dito? E, assim, American Football LP2 (AFLP2) continua a jornada em direção a essa casa que, para muitos já é familiar, mas, dessa vez, com a promessa da entrega da chave-mestra.
Em 1976, David Bowie fez sua primeira grande aparição no cinema, no papel do alienígena Thomas Jerome Newton, em O Homem Que Caiu Na Terra. Nenhuma grande novidade, visto que encarnar um extraterrestre já havia lhe rendido o estrelado anos antes e sempre fora, em essência, um artista visual. No entanto, o filme dirigido por Nicolas Roeg adiantaria não apenas a capa do próximo disco do britânico, como também realçou um aspecto peculiar em sua carreira até então: a fragilidade humana. Continue lendo “O homem que caiu em Berlim”
Não foi nada fácil, mas sobrevivemos ao ano de 2016! Para comemorar, elaboramos esta edição especialíssima de nossa incansável curadoria mensal com bons álbuns para embalar seu réveillon e, como bônus, ainda citamos alguns discos de outros meses que merecem sua atenção.
Que ano foi 2016 para a música! Tivemos grandes perdas, é claro, mas também lançamentos impactantes. Aliás, os que se foram deixaram obras fundamentais. A lista dos cinco melhores discos do ano do Persona exalta as inovações dos artistas mais jovens, assim como põe abaixo o horrível clichê de que os veteranos da música popular não têm mais nada a dizer.
Uma releitura de 1000 Cruzeiros: porque o metal é a real moeda brasileira
Nilo Vieira
O heavy metal passava longe de ser uma novidade no Brasil: o primeiro álbum do estilo (a estreia homônima do Stress) estava quase com quinze anos, bandas já embarcavam em turnês internacionais e o mercado especializado era sólido, indo de selos independentes à programas na MTV. No entanto, não é exagero afirmar que o ano de 1996 viu o metal brasileiro firmar seu nome, definitivamente, no cenário mundial. Continue lendo “Há duas décadas, o Brasil invadiu o metal”
Endtroducing… é o disco que redefiniu gêneros músicas na década de 90 e ainda hoje tem muito a mostrar para os nascidos pós música digital.
Uma ode ao culto do LP e gatos: capa completa do álbum
Adriano Arrigo
Houve uma época em que se falava de boca cheia a quantidade de gigabytes que se possuía em uma mídia digital. Hoje, o brado do materialismo digital foi suprido por uma conta premium no Spotify. Há algo a se pensar nesse processo; porém, antes é de saber que a experiência proporcionada pela música independe dos meios pelos quais ecoa.
Tony Iommi, Ozzy Osbourne e Geezer Butler: pais de tudo o que é pesado
Gabriel Leite Ferreira
Horas antes do último show do Black Sabbath em terras brasileiras, o céu nublado já denunciava a chuva iminente. Era São Paulo, a terra da garoa, saudando os pais do heavy metal em sua turnê derradeira. A The End Tour teve início no dia 20 de janeiro de 2016, em Omaha, nos Estados Unidos, e acaba no dia 4 de fevereiro de 2017, em Birmingham, na Inglaterra, a terra natal de Ozzy Osbourne, Tony Iommi e Geezer Butler. Foi lá que o trio mais o ex-baterista Bill Ward, afastado da excursão por questões contratuais, deu forma ao gênero mais controverso da história da música moderna na década de 70. Não por acaso, a noite foi tipicamente setentista – para o bem e para o mal.
Uma banda que faz questão de passar sempre muita seriedade para o público
Bárbara Alcântara
“Today. Everything sucks today.” Milo (vocal), Bill (bateria), Stephen (guitarra) e Karl (baixo) entraram no palco no sábado (03) em São Paulo tocando esse som. Ao contrário do que dizia a letra da música, nada estava sendo um saco naquele dia. Para confirmar isso, era só ver a animação estampada na carinha de cada uma das pessoas lá no Tropical Butantã. Todo mundo cantando, gritando e chorando, emocionados, ao som do agressivo porém melódico e dançante hardcore punk da banda. Estavam todos nitidamente desacreditados de que, enfim, realizaram um sonho que tinha sido adiado por 20 anos: ver o Descendents ao vivo.