A Tribe Called Quest e Metallica: os dois lados da nostalgia

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João Pedro Fávero e Nilo Vieira

Este mês foi marcado por dois lançamentos muito aguardados de artistas seminais em suas áreas: o álbum final do grupo de rap A Tribe Called Quest, We Got It From Here… Thank You 4 Your Service e Hardwired… To Self-Destruct, nova empreitada do Metallica. Além de serem discos duplos com títulos enormes, possuem o apelo nostálgico como semelhança notável e são exemplos distintos de como construir o futuro se utilizando das raízes do passado. Continue lendo “A Tribe Called Quest e Metallica: os dois lados da nostalgia”

Tim Maia: o sonho todo azul que se tornou realidade

É tempo de reviver o ‘síndico’, os primeiros LPs retornaram às vendas

“Este país não pode dar certo. Aqui prostituta se apaixona, cafetão tem ciúme, traficante se vicia e pobre é de direita.”, um dos grandes axiomas de Maia
“Este país não pode dar certo. Aqui prostituta se apaixona, cafetão tem ciúme, traficante se vicia e pobre é de direita.”, um dos grandes axiomas de Maia

Heloísa Manduca

Preto, gordo e cafajeste. É assim que o pai da Soul Music brasileira, Tim Maia, se reconhecia. Autor de declarações críticas que incomodavam a sociedade, Tim era notado por sua sinceridade exagerada sobre tudo e todos, além da exigência com a inseparável banda ‘Vitória Régia’. Para ele, música era coisa séria. O som devia estar sempre perfeito, do contrário, o responsável era advertido assim mesmo, no meio no show.

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A literatura peculiar de Belle & Sebastian

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Gabriel Leite Ferreira

No dia 13 de outubro, uma quarta-feira, o anúncio de que o ganhador do Prêmio Nobel de Literatura de 2016 era nada mais, nada menos que Bob Dylan pegou muitos de surpresa. Seguiu-se um debate acalorado: vale conceder um prêmio literário a um cantor e compositor? “Banalização da literatura!”, pretensos especialistas de internet decretaram. É fato que há casos em que as palavras são tão ou mais importantes que a música em si. Dylan é a mais plena personificação disso. Stuart Murdoch, um de seus tantos herdeiros, também.

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Loveless e Mulholland Drive: a estética moderna do onírico

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Nilo Vieira

A relação de produções artísticas com o onírico é intrínseca desde as primeiras tentativas humanas em se expressar. De lá pra cá, artistas nos mais diversos segmentos marcaram época utilizando a estética dos sonhos em seus trabalhos: o pintor Salvador Dalí, o cineasta Luis Buñuel e o músico Jimi Hendrix são alguns exemplos mais básicos e conhecidos de arte surrealista, mas seria possível ficar meses comentando obras menos conhecidas que também merecem atenção. Por hora, vamos nos ater a duas, aniversariantes recentes: o disco Loveless, da banda My Bloody Valentine, e o filme Mulholland Drive (no Brasil, virou Cidade dos Sonhos), do cineasta David Lynch. Continue lendo “Loveless e Mulholland Drive: a estética moderna do onírico”

Guns N’ Roses em São Paulo: os embalos da chuva de novembro

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A banda em seu show na cidade de Porto Alegre

João Pedro Fávero

A reunião mais esperada dos últimos vinte anos chegou ao Brasil. Em sua sétima passagem pelo país, o Guns N’ Roses trouxe a nostalgia do hard rock do começo dos anos 90 e lotou o Allianz Parque que esperava para ver Axl Rose, Slash e Duff McKagan lado a lado na Not In This Lifetime Tour.

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A poesia prevaleceu no adeus de Leonard Cohen

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Nilo Vieira

E 2016 continua impiedoso: começou levando o maior artista da década de 70, depois ceifou a figura mais emblemática da década seguinte e agora levou um dos grandes nomes dos anos 60. Morreu no último dia 7 o poeta, compositor e cantor canadense Leonard Cohen, aos 82 anos de idade e em menos de um mês após lançar seu mais recente álbum de estúdio, o bom You Want It Darker – escolhido por nossa curadoria mensal como um dos melhores álbuns do mês passado. Continue lendo “A poesia prevaleceu no adeus de Leonard Cohen”

40 anos de Ramones: Reacionarismo e revolução

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Da esquerda para a direita: Johnny, Tommy, Joey e Dee Dee. Guarde esses nomes!

Gabriel Leite Ferreira

1976. Seis anos sem os Beatles. O rock’n’roll havia alçado voos mais altos na era da psicodelia; o próximo passo foi a sofisticação do rock progressivo de Pink Floyd e Yes, que já soava redundante. Mesmo os expoentes com proposta mais direta apresentavam sinais de desgaste: o reinado do Led Zeppelin estava nos momentos derradeiros e a fase clássica do Black Sabbath findava com a saída do vocalista Ozzy Osbourne. Os rockstars, figuras com uma aura própria, entravam em decadência pelos excessos tanto musicais quanto pessoais. O Verão do Amor enfim tornara-se inverno. Ninguém esperava que a resposta a essa crise de identidade viesse na forma de quatro nova-iorquino maltrapilhos de semblante apático encostados a um muro.

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Os melhores discos de Outubro/2016

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Matheus Fernandes e Nilo Vieira

Dentre halloween, eleições, shows e fins de semestre, outubro foi realmente um mês macabro. A aura desses últimos trinta e um dias foi tão bizarra que afetou até nossa curadoria mensal, bem divida: um lado selecionou as melhores trevosidades, enquanto o outro trouxe lançamentos mais ensolarados para balancear. Tem para todos os gostos, como você pode conferir abaixo.

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Slayer: 30 anos da epidemia sangrenta

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Nilo Vieira

“O que é a vida? É o princípio da morte. O que é a morte? É o fim da vida. O que é a existência? É a continuidade do sangue. O que é o sangue? É a razão da existência!” – Zé do Caixão

Lançado em outubro de 1986, Reign in Blood é o terceiro disco do Slayer, quarteto californiano de thrash metal. No entanto, apesar de possuir antecessores, é considerado pelo guitarrista Kerry King como o primeiro álbum “legitimamente Slayer”, onde o grupo enfim encontrou sua própria identidade e as influências da New Wave of British Heavy Metal (presentes na estreia Show No Mercy) ou do Mercyful Fate (crucial para as composições de Hell Awaits serem mais longas) não mais transpareciam.

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Joanne: Lady Gaga faz as pazes com o público

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Leonardo Teixeira

Quase uma década se passou desde que Lady Gaga surgiu no cenário musical. Com visual desafiador e produções contagiantes para as pistas, a nova-iorquina foi um sopro de ar fresco na cena pop, que à época encontrava-se saturada pela mistura prolífica de dance e hip hop, encabeçada por produtores como Timbaland e Jermaine Dupri — atualmente considerados datados, apesar de sua grande contribuição à cultura popular — e lugar comum da criação radiofônica da primeira década do século XXI.

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