Elle: a polêmica análise de Verhoeven dos valores da sociedade contemporânea

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Isabelle Huppert em Elle

Luigi da Fonseca Rigoni

O novo filme de Paul Verhoeven, Elle, conta a história de uma mulher que teve sua rotina quebrada pelo ataque de um desconhecido dentro de sua própria casa. O evento, que já parecia ser traumático o suficiente, torna-se ainda pior: o agressor misterioso ainda não desistiu. O longa-metragem transita entre os gêneros suspense e drama, envolvendo o espectador em uma atmosfera pesada, na qual as ações dos personagens, em especial as da protagonista, traçam perfis psicológicos muito mais complexos e problemáticos do que se espera inicialmente.

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Donnie Darko e a esquizofrenia cotidiana

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Elisa Dias

Palavras soltas em uma página em branco não significam nada; porém, quando arranjadas em frases e textos, elas podem ter todos os significados que quisermos. Com Donnie Darko não há muita diferença: numa primeira visão, o filme parece ser composto simplesmente por uma viagem no tempo, esquizofrenia, um coelho gigante e o mínimo de sentido possível. Mas, quando percebemos a atemporalidade e o rico detalhamento da película, nos vemos confrontando uma obra, na pior das hipóteses, intrigante. Continue lendo “Donnie Darko e a esquizofrenia cotidiana”

Paprika: entre a realidade e os sonhos

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Nádia Linhares

Quando se trata de longas de animação japonesa, talvez o nome mais conhecido seja o de Hayao Miyazaki, diretor de A Viagem de Chihiro, O Castelo Animado e Meu Amigo Totoro. O Studio Ghibli é a cara da animação japonesa no ocidente, mas há outro estúdio que, apesar de sua maioria de lançamentos ser de animes seriados, produziu longas que merecem destaque, entre eles os dirigidos por Satoshi Kon. Continue lendo “Paprika: entre a realidade e os sonhos”

Andrei Tarkovsky: 30 anos sem o escultor do tempo

andrei-tarkovsky-cinema-stalkerNilo Vieira

Filho de pai poeta e mãe atriz, o russo Andrei Arsenyevich Tarkovsky conviveu com a arte desde sua infância: ia a recitais, ouvia Bach, admirava quadros de Leonardo Da Vinci. Desse modo, não é surpresa que seu modo de fazer cinema tenha sido de um refinamento artístico raro e, mesmo com apenas sete longas-metragens no currículo, ainda permaneça como um dos mais influentes da história.

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Os melhores filmes de 2016

Melhores filmes de 2016

O senso comum diz que 2016 teve uma escassez de bons filmes. Realmente, muitos dos hollywoodianos tiveram uma recepção morna, mas a lista de melhores do ano do Persona mostra que tivemos sim grandes marcos no cinema. Desde modos inteligentes de se fazer películas comerciais até a surpreendente ascensão de nosso continente. Aqui estão os cinco destaques escolhidos por nós:

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O Labirinto do Fauno: dez anos se passaram, mas o fascínio permanece o mesmo

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Daiane Tadeu

Lançado em 2006 e dirigido pelo mexicano Guillermo del Toro, O Labirinto do Fauno se consagrou como uma grandiosa fábula moderna. Ambientado na Espanha no ano de 1944, o filme se passa logo após o desfecho da guerra civil espanhola. A vitória das tropas Falangistas, lideradas pelo general Francisco Franco, deu origem a um regime ditatorial de extrema direita no país.

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A Chegada: muito além de extraterrestres

Elisa Dias

Relativamente pacata e melancólica: é assim que a vida de Louise parece ser depois de assistir à primeira sequência do filme A Chegada, de Denis Villeneuve. O nascimento e a morte da filha revelam de cara um passado que dificilmente se perderia nas memórias da personagem. Um foco na aliança em seu dedo anelar é um spoiler velado e ao mesmo tempo gritante do fim da história. Uma vida aparentemente comum e trágica – até que surgem os E.T’s.

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Animais Fantásticos e Onde Habitam: Um início promissor para a nova saga

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Guilherme Reis Mantovani

Quando a tela se apagou, as luzes se acenderam e os créditos de Harry Potter e as Relíquias da Morte Parte 2 começaram a subir, um sentimento emocionalmente devastador incidiu sobre a geração que cresceu ao lado de Harry, Rony e Hermione; uma sensação agridoce, que fundia a alegria de ter compartilhado um universo tão rico e encantador, e a tristeza de deixar uma parte preciosa de nossa infância em Hogwarts para sempre. Continue lendo “Animais Fantásticos e Onde Habitam: Um início promissor para a nova saga”

Loveless e Mulholland Drive: a estética moderna do onírico

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Nilo Vieira

A relação de produções artísticas com o onírico é intrínseca desde as primeiras tentativas humanas em se expressar. De lá pra cá, artistas nos mais diversos segmentos marcaram época utilizando a estética dos sonhos em seus trabalhos: o pintor Salvador Dalí, o cineasta Luis Buñuel e o músico Jimi Hendrix são alguns exemplos mais básicos e conhecidos de arte surrealista, mas seria possível ficar meses comentando obras menos conhecidas que também merecem atenção. Por hora, vamos nos ater a duas, aniversariantes recentes: o disco Loveless, da banda My Bloody Valentine, e o filme Mulholland Drive (no Brasil, virou Cidade dos Sonhos), do cineasta David Lynch. Continue lendo “Loveless e Mulholland Drive: a estética moderna do onírico”

O Lar das Crianças Peculiares: quando as mudanças resvalam na superficialidade

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Guilherme Hansen

Tim Burton é um dos diretores mais famosos do cinema atual. Por consequência, todos os seus novos filmes sempre são cercados de grandes expectativas por parte do público. E não seria diferente com o seu mais último trabalho de direção, o longa O Lar das Crianças Peculiares (Miss Peregrine’s Home for Peculiar Children, baseado no livro homônimo de Ransom Riggs), lançado no dia 29 de setembro aqui no Brasil. Continue lendo “O Lar das Crianças Peculiares: quando as mudanças resvalam na superficialidade”