Meu Coração Só Irá Bater Se Você Pedir é um título imenso para um filme maior ainda

O filme de vampirismo millennial faz parte da Competição Novos Diretores da 44ª Mostra de SP (Foto: Reprodução)

Vitor Evangelista

Quando fez história no Emmy 2020, uma emocionada Zendaya foi enfática na mensagem que queria passar: tenham fé na juventude. E é por causa de filmes como Meu Coração Só Irá Bater Se Você Pedir que podemos afirmar a veracidade e relevância do discurso da atriz de Euphoria. Jonathan Cuartas, o diretor e roteirista desse drama de sangue, se formou na faculdade de cinema em 2016, e depois de realizar alguns curtas, trouxe à 44ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo sua estreia no formato de longa metragem e, meu amigo, que estreia!

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Caminhando Contra o Vento é como a nossa juventude vive a vida

A ficção chinesa é parte da seleção da 44ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo e baseia-se na história do próprio diretor e roteirista (Foto: Reprodução)

Raquel Dutra

É impossível ler o título desse filme sem cantá-lo no ritmo de Alegria, Alegria. Quem traduziu o nome da produção chinesa para o português brasileiro com certeza se ligou na semelhança enorme que o enredo de Caminhando Contra o Vento (Ye Ma Fen Zong, no original) tem com o sucesso da MPB. O filme, que integra a Competição Novos Diretores da 44ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, se fundamenta num protagonista perdido na vida, divertidamente irresponsável que só quer aproveitar sua juventude e liberdade, assim como o eu-lírico da canção.

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Blackpink in your area: a realidade do k-pop

No dia 14 de Outubro de 2020, o documentário Blackpink: Light Up the Sky ficou disponível na plataforma de streaming Netflix (Foto: Reprodução)

Lorrana Marino 

O som dos saltos altos das quatro integrantes do grupo musical sul-coreano Blackpink é a primeira música que toca no documentário Blackpink: Light Up the Sky, produzido pela Netflix. Embora seja apenas um caminhar sobre o palco, para os fãs que acompanham mais de perto a trajetória das meninas, a emoção cresce quando percebemos que se trata do dia do debut (estreia) oficial de Jisoo, Jennie, Lisa e Rosé, em agosto de 2016. Em um corte preciso somos levados para a contemporânea realidade de sucesso do quarteto, onde a música que abre o agora é DDU-DU DDU-DU, com mais de 1.3 bilhão de visualizações no Youtube, um verdadeiro contraste.

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Sem Ressentimentos: a liberdade só existe quando é para todos

O primeiro longa do diretor Faraz Shariat faz parte da 44ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo (Foto: Divulgação Imprensa)

Jho Brunhara

É difícil diretores jovens escaparem de realizar pelo menos um projeto do gênero coming-of-age, o famoso longa de amadurecimento, e Faraz Shariat não foge à regra. O diretor de 26 anos traz para Sem Ressentimentos uma semi-biografia, mas também questões muito maiores sobre a configuração política do mundo que conhecemos. O longa alemão, selecionado para a 44ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, faz parte da Competição Novos Diretores. 

A história de Futur Drei, título no idioma original, segue o jovem gay Parvis Joon (Benjamin Radjaipour), filho de iranianos que moram na Alemanha há alguns anos. Após um pequeno crime, o garoto precisa prestar serviço comunitário em um centro de refugiados na Saxônia, e é lá onde conhece Amon (Eidin Jalali), que fugiu do Irã junto de sua irmã, Banafshe (Banafshe Hourmazdi). 

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A melancólica lembrança de 1986

O longa é um dos filmes que fazem parte da Perspectiva Internacional da 44ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo (Foto: Reprodução)

Ana Laura Ferreira

É na diferença entre o ‘ter’ e o ‘querer’ que se constrói a narrativa de 1986. O filme alemão, que fez sua estreia sul-americana na 44ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, se destaca por sua sensibilidade ao tratar da melancolia e das reminiscências do acidente nuclear de Chernobyl. Concentrando-se nas repercussões emocionais e nas marcas que o desastre deixou naqueles que vivem próximos a zona radioativa, o filme tece sua trama na união do passado, do presente e da memória.

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Em As Veias do Mundo, a resistência vem da terra

A “árvore da vida”, que marca o filme presente na 44º Mostra Internacional de Cinema em São Paulo (Foto: Divulgação Imprensa)

Caroline Campos

“Até hoje, um quinto da Mongólia foi delimitado para a mineração. 391 lagos, 344 rios e 760 nascentes secaram e muitos estão envenenados pela mais ativa indústria de mineração do mundo”. É com essa declaração que Byambasuren Davaa decide por encerrar seu novo filme, As Veias do Mundo, exibido na 44ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo. Integrante da Perspectiva Internacional, o longa mongol-alemão é uma ode à resistência das populações nativas contra a tomada de suas terras. 

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Muito é o que parece em O Caminho para Moscou

Exibido na seção Perspectiva Internacional da Mostra de SP, o filme trata com leveza a polarização da Guerra Fria (Foto: Divulgação Imprensa)

João Batista Signorelli

Oriunda de um país com histórico político pouco convencional, a comédia suíça O Caminho para Moscou, exibida na 44ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, não se isenta ao relembrar o vazamento de documentos da polícia que revelavam a invasão à privacidade de 900 mil pessoas. Ainda assim, a História é apenas pano de fundo para a narrativa que se destaca frente a esse cenário. 

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Gatilho: a rejeição irrita tanto quanto o ASMR

O filme, parte da Competição Novos Diretores da Mostra de SP, adora deixar seus personagens num silêncio constrangedor (Foto: Divulgação Imprensa)

Vitor Evangelista

A estreia de Pavel Ganin na direção vem para esclarecer algo: os vídeos ASMR são insuportáveis, independente do idioma. O filme debate outras questões, é claro, mas como alguém que detesta esse tipo de conteúdo, é bom dizer logo de cara. Parte da Competição Novos Diretores, na 44ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, Gatilho (Триггер) foi disponibilizado de graça na plataforma do Spcine Play, em parceria com o Looke

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Os difíceis caminhos do Pequeno Refugiado

A ficção turco-iraniana traz a crise humanitária dos refugiados para a 44ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo e está disponível para ser assistido gratuitamente na plataforma de streaming Looke (Foto: Reprodução)

Raquel Dutra

Em setembro de 2015 o mundo conheceu Aylan Kurdi, um menino de 3 anos que fugiu com a família de uma cidade síria tomada pelo ISIS e morreu numa praia turística da Turquia. Sua situação foi capturada numa imagem que se tornou um símbolo da crise humanitária dos refugiados e fez com que a história da família de Aylan se tornasse internacionalmente conhecida. Mas, mesmo cinco anos depois do ‘despertar’ mundial para essa situação, pouco se sabe sobre os milhares de imigrantes que morrem às margens depois de deixarem seus países buscando condições mínimas de vida. E é exatamente esse ponto que O Pequeno Refugiado, longa exibido na 44ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, busca abordar. 

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A dor separa e consome em Pilatos

A obra, que aborda uma relação conturbada entre mãe e filha, faz parte da 44ª Mostra de SP na seção Novos Diretores (Foto: Reprodução)

Isabella Siqueira

Pilatos, dirigido por Linda Dombrovszky, é um filme que remete principalmente ao luto e as diferenças. O longa, que estreou na 44ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, é a aposta da Hungria para o Oscar 2021. Com sua premissa relativamente simples, ele desdobra perfeitamente relações familiares abaladas. A trama, baseada no romance psicológico de mesmo nome da escritora húngara Magda Szabó, conta a história de uma mãe e de uma filha, estremecidas pela dor e que não se encontram, mesmo morando na mesma casa.

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