A liberdade como sacrifício em O Cão que Não Se Cala

Cena do filme O cão que não se cala. Na foto em preto e branco, há um homem branco com o braço direito levantado, segurando-se em uma fina barra de ferro acima de sua cabeça. Ele possui cabelos curtos e lisos de cor preta, barba de cor preta, e veste uma blusa de cor cinza. Ele está dentro da parte de carga de um pequeno caminhão, coberto por uma lona de cor cinza clara. Atrás dele, há uma mulher branca olhando desconfiada, cuja roupa constitui-se em uma blusa com listras cinzas e uma macacão cinza. Mais ao fundo, há mais dois homens brancos, onde o primeiro, à esquerda, veste uma jaqueta de cor preta e possui cabelo preto, e o segundo, à direita, veste também uma jaqueta preta e utiliza um boné de cor branca.
Compondo a seção Perspectiva Internacional da 45ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, O Cão que Não Se Cala é um retrato fantástico de uma vida comum (Foto: Oh my Gomez)

Bruno Andrade

Pense naquele famoso discurso de paraninfo intitulado Isto é água, proferido por David Foster Wallace aos formandos do Kenyon College em 2005. Nele, lemos que a “verdadeira liberdade requer atenção, consciência, disciplina, esforço e a capacidade de se importar genuinamente com os outros”. Pronto, esse pequeno trecho pode muito bem apresentar a ideia por trás de O Cão que Não Se Cala (El Perro que No Calla, no título original), filme argentino exibido na 45ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, dirigido e co-roteirizado por Ana Katz.

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Em Grave, Julia Ducournau está faminta por você

Cena do filme Grave. Justine (Garance Marillier) está no colo de Adrien (Rabah Nait Oufella), com a cabeça apoiada em seu ombro esquerdo, mordendo fortemente seu próprio braço direito. Justine é caucasiana, de cabelos pretos e longos. Ela está nua, e a câmera captura seu olhar animalesco conforme sangue se acumula em seu braço e escorre para a cama. Adrien é caucasiano, tem o cabelo escuro raspado e sua expressão não é visível, sua cabeça apoiada na cama. Ele gentilmente alisa o cabelo de Justine com a mão esquerda. Atrás deles, o resto do quarto está desfocado, mas podemos identificar alguns livros empilhados e roupas espalhadas.
Sim, você (Foto: Focus Features)

Gabriel Oliveira F. Arruda

Antes de adentrarmos mais uma vez na cabeça da diretora e roteirista Julia Ducournau para falar sobre Titane, vale a pena olhar cinco anos para trás e comentar seu poderoso filme de estreia, Grave. A mistura elegante de drama coming-of-age com terror corporal dá um sabor inteiramente próprio à obra, subvertendo clichês dos dois gêneros e clamando para si seu lugar na cultura cinematográfica como um dos filmes mais perturbadores dos últimos tempos.

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Kings of Leon se vê no espelho em When You See Yourself

Capa do álbum When You See Yourself. Na imagem, duas fotos estão centralizadas em um quadrado branco, e mostram a sombra de Jared Followill, Caleb Followill, Nathan Followill e Matthew Followill. Abaixo das duas fotos está escrito Kings of Leon em fonte de cor preta, e abaixo do nome da banda está escrito When You See Yourself, também em fonte de cor preta.
When You See Yourself é o oitavo disco de Kings of Leon, lançado após cinco anos sem novidades (Foto: RCA Records/Sony Music Entertainment)

Bruno Andrade

Muitos estariam mentindo se não assumissem que gritaram loucamente o refrão de Sex on Fire em alguma ocasião. Mas há tempos que o Kings of Leon se distanciou daquele som envolvente de 2008, e essa distância não ocorre somente pela medida do tempo, ficando evidente em cada novo álbum que se trata de uma escolha. Lançado em março deste ano, When You See Yourself, oitavo disco do grupo, acena para o rock alternativo de seus anos de ouro, mas, diferente dos antecessores, traz o amadurecimento como força motivadora.

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We Are Who We Are, por mais doloroso que seja

Na foto vemos dois jovens numa rua da Itália. Caitlin é uma menina negra, de 14 anos e cabelos raspados. Ela usa uma calça jeans escura e larga, um moletom cinza e uma jaqueta bege por cima. Fraser é um menino branco de 14 anos, ele tem o cabelo descolorido loiro e usa só roupas pretas. Eles se olham, e estão alguns passos distantes.
We Are Who We Are se passa na Itália no período da disputa eleitoral estadunidense entre Donald Trump e Hillary Clinton (Foto: HBO)

Vitor Evangelista

Para alguém que sempre odiou a própria expressão de gênero e a maneira com que se comporta, assistir We Are Who We Are foi um alívio. Quase um fardo sendo descarregado, eu respirava aliviado pelo menos uma hora na semana, momento em que os longos episódios da criação de Luca Guadagnino tomavam parte. Junto dos jovens habitantes de uma base militar italiana, revisitei o Ensino Médio, os julgamentos e as cobranças da adolescência e os corações partidos. Acima de tudo, enxerguei em Fraser (Jack Dylan Grazer) um espelho do que sempre quis ser, ou melhor, assistir.

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Mesmo 25 anos depois, Sussurros do Coração consegue dialogar e emocionar o público atual

“A pedra bruta está dentro de você. É seu dever achar e poli-la. Leva tempo e esforço.” – Shiro (Foto: Reprodução)

Anna Clara Leandro Candido

Os filmes do estúdio Ghibli são bem conhecidos por suas histórias cercadas de detalhes, reflexões sobre a vida e, principalmente, sobre os sentimentos que a compõem. Seja a trama sobre uma guerreira loba, um castelo animado ou o peculiar vizinho de duas garotinhas, é quase certeza de que, ao fim de cada filme, o espectador saia com um sentimento de paz e felicidade dentro de si. Segundo seu cofundador Hayao Miyazaki, o estúdio tem como principal objetivo demonstrar a beleza da vida através das pequenas coisas de nosso cotidiano. É por esse motivo que as obras marcam tão profundamente o espectador e os fazem carregá-las consigo por tantos anos. Com Sussurros do Coração não é diferente. Continue lendo “Mesmo 25 anos depois, Sussurros do Coração consegue dialogar e emocionar o público atual”