“A sorte favorece os corajosos, cara” (Foto: Warner Bros. Pictures)
Larissa Mateus
“Sempre pensávamos que vida alienígena viria das estrelas, mas veio das profundezas do mar“, explica o protagonista Rayleigh nos primeiros segundos do filme sobre a reviravolta que seu mundo sofreu, cuja consequência foi uma guerra contra seres de fora do planeta que durou mais de dez anos. Círculo de Fogo (2013) constrói um plano de fundo que se leva extremamente a sério, mas lava seus elementos realistas com as verdades de sua narrativa: a pura nostalgia e a total admiração por robôs gigantes batendo em alienígenas ainda maiores.
Logo em sua estreia, House of the Dragon bateu o recorde de maior estreia de um produto televisivo na América Latina, com aproximadamente 10 milhões de telespectadores (Foto: HBO Max)
Guilherme Veiga
Se tem uma coisa que George R.R. Martin, DB Weiss, David Benioff e a HBO souberam criar, além de um mundo fantástico, foi uma tradição. Nos anos finais de Game of Thrones, uma religião praticamente nasceu em torno da série, na qual dominicalmente entoávamos o rito de sentar à frente das telas para passar a próxima hora imersos naquele mundo. Não é à toa que GoT se tornou um produto de seu tempo que influenciou e ainda influencia a cultura pop.
Graças ao seu final extremamente duvidável e a procrastinação do autor para finalizar os livros, é natural que a série deixasse alguns órfãos para além Westeros. O que não se esperava era que o próprio HBO Max fosse um desses abandonados. A emissora, dona de obras primas como TheSopranose The Wire, não viu nenhuma produção ascender como a história dos 7 reinos, logo, estar vivendo seu ápice aos poucos coloca na produtora o medo de “como superar isso?”, o que ocasionou uma sombra gigantesca em suas produções. Para espantar essa dúvida, eclodiu do ovo de dragão a primeira série de spin-offs ambientados em Westeros: contando a história dos adorados Targaryen no início do que seria sua derrocada no trono, A Casa do Dragão alçou seu primeiro voo em 2022.
Dirigido pela vencedora do Oscar Chloé Zhao, Eternos é um prato cheio para os famintos por mudanças no mundinho dos heróis (Foto: Marvel Studios)
Vitor Evangelista
O conceito de virgindade é cultural, mas se tem uma coisa que o épico bíblico Eternos faz é deflorar o Marvel Studios. Recheado de barreiras quebradas, a aventura comandada pelas mãos de ouro de Chloé Zhao não apenas ruma as investidas do Universo Cinematográfico para longe do sanduíche dos Vingadores, como também vai de encontro a uma leitura muito mais interessante desses heróis em roupas de látex. Ainda por cima com mais de dez anos de histórias nas costas e a exaustão da fórmula pipoca das narrativas.