The Strokes: nem tão novo, nem tão anormal

(Foto: Reprodução)

Maria Carolina Gonzalez

‘Descongelamos’. Foi dessa forma que Julian Casablancas deu boas vindas a 2020 antes de apresentar ao público do Brooklyn’s Barclays Center a música “Ode to the Mets”, faixa que compõe o novo trabalho do Strokes: The New Abnormal

A escolha do nome foi apropriada para definir este ano. Assim como aconteceu em outubro de 2001, Nova York ainda se recuperava do 11 de setembro quando o Is This It chegou em terras americanas, oferecendo a trilha sonora da década que começava de forma inusitada. Quase 20 anos após a estreia ofegante, o quinteto nova-iorquino mais uma vez dita o ritmo dos novos tempos. Tempos completamente anormais.

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Os melhores discos de Janeiro/2020

(Kevin Mazur/Getty Images Entertainment)

Cezar Augusto, Gabriel Leite Ferreira e Leonardo Teixeira

Como manda a tradição da indústria cultural do Ocidente, o maior fato musical do primeiro mês do ano foi o Grammy. Entre performances burocráticas e premiações previsíveis, os artistas que mais chamaram atenção foram Tyler, The Creator, que ganhou sua primeira estatueta como Melhor Álbum de Rap por IGOR (e a contestou após a cerimônia), e Demi Lovato, em sua primeira e tocante aparição pública após uma overdose em 2018. De resto, a pompa de sempre, que cada vez significa menos, tanto para os artistas, quanto para os fãs.

Nossa curadoria de janeiro dá conta de uma maior variedade do que o Grammy, indo da música eletrônica fora da caixinha à MPB ao pop. Tem pra todo mundo. Confira!

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Selena Gomez ouve a si mesma em Rare

Conceito e atemporalidade: Selena através de uma Polaroid nas gravações do clipe de Rare (Foto: Reprodução)

Giovana Guarizo 

Seguir uma jornada interior, se conhecer, voltar o foco para si mesma e, em algum momento, estar pronta para compartilhar sua verdadeira essência com o mundo. Abrir as asas e voar. Esses são os processos para a transformação de uma borboleta, animal escolhido por Selena Gomez para representar Rare, seu novo álbum. Carregado de mensagens positivas, o disco traz relevância a respeito do empoderamento feminino, saúde mental, autenticidade e superação.

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Fine Line finalmente entrega o que Harry Styles prometeu com seu primeiro álbum

A icônica capa de Fine Line foi fotografada por Tim Walker, um grande amigo do artista (Foto: Reprodução)

Lara Ignezli

Fine Line nos convida a assistir a uma história de amor protagonizada por seu criador, através de uma ótica melancólica e, principalmente, nostálgica. As músicas carregadas de influências do pop, do rock clássico e do marcante R&B psicodélico transparecem em suas letras a vontade desesperadora que Harry Styles tem de estabelecer uma comunicação com o “sentir”. 

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Melhores discos de Novembro e Dezembro/2019

melhores discos novembro taylor
Qual o seu filme de natal preferido? (Warner Bros/Divulgação)

Gabriel Leite Ferreira e Leonardo Santana

O fim do ano se aproxima e, consequentemente, vão rareando os grandes lançamentos musicais. Talvez porque o foco da indústria nessa época seja outro, mas sempre tem boa música sendo lançada na pista. É o que revela a curadoria do último bimestre de 2019. Composta exclusivamente por artistas jovens, alguns em início de carreira, as escolhas demonstradas abaixo sinalizam para o que podemos esperar da música nos próximos anos. Boa leitura!

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Zeca Pagodinho está ainda ‘Mais Feliz’

“Anjo do Samba” foi como sua madrinha Beth Carvalho apelidou o sambista (Foto: Reprodução)

Rayanne Candido

“Nós somos feitos um pro outro de encomenda/ Como a chave e a fenda, como a luva e a mão/ O nosso amor é kama sutra, é juventude/ É demais, parece um grude/ Corpo, alma e coração”. Esse trecho faz parte de Mais Feliz, composição de Toninho Geraes regravada por Zeca e usado na abertura de seu novo álbum. Um lançamento de uma das maiores figuras do Brasil é muito mais do que somente uma coleção de canções, é um convite a relembrar toda a trajetória que marcou o país. É sinônimo da genuína brasilidade.

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Sun Ra Arkestra e convidados distorceram o espaço-tempo no Sesc Bauru

A Sun Ra Arkestra aterrissou em Bauru no dia 5 de outubro. Ao centro, o líder Marshall Allen no alto dos seus 95 anos. Ao seu lado, Knoel Scott (Foto: Gabriel Leite Ferreira)

O saxofonista Marshall Allen começou a tocar com o pianista Sun Ra no fim dos anos 50. E assim segue até hoje, mesmo após a morte do mentor da Arkestra, um dos grupos mais cultuados do jazz de vanguarda, em 1993. Depois do também saxofonista John Gilmore, outro contribuidor fiel à obra de Sun Ra falecido em 1995, Allen mantém a Arkestra na estrada desde então. O espetáculo Outros Espaço: Sintonia Cósmico Sônica, que se deu na quinta-feira passada (3) no auditório do SESC Bauru, sinaliza a vontade de transmitir a ideologia musical e cósmica de Sun Ra para novas gerações de músicos e público.

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K-12 prova que conceito nem sempre é tudo

Foto: Reprodução

Ana Laura Ferreira

Inovação e crítica social. Essa é a mistura feita por Melanie Martinez em seu mais novo projeto: K-12. A obra composta por um álbum com 13 faixas e um filme de uma hora e meia compõe a 2ª parte da história de Cry Baby, personagem idealizada pela cantora em seu primeiro trabalho. Resultado de uma criação abusiva e uma infância tóxica, Baby agora deve encarar uma sociedade deturpada por um falso conceito de certo e errado.

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50 anos de Abbey Road e o fim da estrada dos Beatles como Beatles

(Foto: Iain Macmillan)

Maria Carolina Gonzalez

Em setembro de 1969, John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr encerravam juntos uma jornada que perdurou por sete anos intensos. Abbey Road – último trabalho que os Beatles fizeram, embora não seja o último a ser lançado – nasceu em meio ao caos, às desavenças e às rupturas que os quatro viviam até se reunirem novamente no lendário estúdio. Mesmo com as diferenças, o quarteto de Liverpool mostrou muito entusiasmo para assim completar, de forma brilhante, a longa e sinuosa viagem que transformou os Beatles… em Beatles.

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Taylor Swift quer amar para sempre

Capa do lover
(Divulgação)

Leonardo Teixeira 

“Ás vezes as coisas não se quebram, elas se estilhaçam. Mas quando você deixa a luz entrar, estilhaços de vidro brilham”. A cena da carta do longa Alguém Especial (2019), filme que bombou na Netflix, deve ter emocionado muita gente. Após o término de um relacionamento de 9 anos, a protagonista escreve sobre seu luto e o futuro incerto, sem a pessoa com que ela esperava passar a vida. “Nós somos mágica. Para sempre”.

É uma cena linda e dolorida. “Se cuide, meu querido. Só existe um de você”, Jenny (Gina Rodriguez) conclui. Quando se ama alguém, por tanto tempo, essa pessoa se torna um lugar de conforto. E passa a ser parte essencial da sua vida. A ideia de perder essa pessoa é desesperadora, já que é fácil esquecer como era a vida antes dela. E é exatamente esse vazio que Taylor Swift teme seu novo disco, Lover.

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