A raiz de Minari e suas três germinações

Imagem de divulgação do filme Minari. A imagem é retangular e mostra o personagem David, interpretado por Alan Kim, uma criança asiática de sete anos, de cabelos lisos escuros, ao centro. David veste uma camisa polo de listras em tons de marrom, branco, cinza e laranja, e uma bermuda cinza escura. O menino, fotografado do quadril para cima, olha para a câmera com uma expressão serena e segura um graveto com a mão direita, oferecendo-o para a câmera. Atrás dele, existe uma casinha com uma pintura da bandeira dos Estados Unidos na parede, e ele caminha sob um gramado verde. A imagem é colorida vibrante.
Minari é um dos melhores filmes de 2020 e um dos grandes indicados ao Oscar 2021 (Foto: A24)

Raquel Dutra

A raiz que busca um solo para se firmar, o sonho que busca um meio de se realizar e o Cinema que busca um espaço para se expressar. Assim é Minari: tão belo, suave e poderoso quanto o fenômeno mais fundamental da natureza, tão feliz quanto o processo mais gratificante da experiência humana, e tão transformador quanto o ato de criar seu próprio caminho. O drama familiar dirigido e roteirizado por Lee Isaac Chung se destaca dentre muitos filmes ambiciosos, fechados e maquiados com sua narrativa delicada, representativa e verdadeira. Encantando em absolutamente todos os lugares que passou desde sua estreia no Festival de Sundance em janeiro de 2020, o filme chega em 2021 representando uma série de narrativas e existências que não precisam e nem querem gritar em obras de estruturas grandiosas para serem ouvidas. Apenas desejam encontrar seu espaço para existir.

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O Som do Silêncio nos ensina a olhar para a frente

 Cena de O som do Silêncio. Vemos Riz Ahmed, que interpreta Ruben, dos ombros à cabeça, preenchendo quase totalmente o lado esquerdo e o centro da imagem. Ele é um homem de ascendência paquistanesa, pele marrom, olhos, barba, cabelo e bigode castanhos. Está levemente inclinado para a direita, olhando para a frente, de camiseta branca. Também vemos a sua prótese auditiva, um objeto pequeno em formato de gancho em sua orelha, à esquerda. Ela está conectada a um cabo preto que desaparece atrás da cabeça de Ruben. Podemos ver uma parede branca e o batente marrom desfocados atrás dele.
Riz Ahmed se comprometeu a ter aulas de bateria e ASL, a linguagem de sinais americana, durante a sua preparação para o personagem Ruben (Foto: Reprodução)

Gabriel Fonseca

O Som do Silêncio, da Amazon Prime Video, prega uma inteligência emocional que todos gostaríamos de ter. O longa independente conta a história de um baterista de heavy metal que descobre no meio de uma turnê, que está ficando surdo. Esta premissa já nos faz esperar por um clichê de superação da deficiência, ou de obsessão artística, como em Cisne Negro. Mas, o que torna as coisas interessantes é a oposição do protagonista à própria adaptação.

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A Voz Suprema do Blues é a despedida de um rei

Na imagem, vê-se os dois protagonistas, o trompetista Levee (Chadwick Boseman) e a cantora Ma Rainey (Viola Davis), dividindo os holofotes do palco num concerto de blues.
O longa foi gravado enquanto o astro de Pantera Negra lutava contra um câncer agressivo (Foto: Reprodução)

Vanessa Marques

“O blues é uma forma visceral de rebeldia.” Com raízes africanas, o ritmo melancólico e potente do blues nasceu entre os escravos do sul dos Estados Unidos, a partir do século XIX. Ao longo das margens do Rio Mississipi, os homens e mulheres escravizados cantavam melodias lentas ou soturnas enquanto cumpriam o percurso comum do trabalho árduo no campo. Este legado da cultura negra é honrado em A Voz Suprema do Blues, último filme de Chadwick Boseman, falecido precocemente em 2020, que divide cena com a memorável Viola Davis.

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Mank é uma viagem problemática por Cidadão Kane

A imagem está em preto e branco. À esquerda, Amanda Seyfried segura um cigarro na mão direita. Ela veste um vestido e um casaco por cima. À direita, Gary Oldman veste um paletó. Ambos estão encostado em um poste de madeira e se encaram.
O diretor David Fincher nunca ganhou um Oscar por seus filmes (Foto: Netflix)

Caroline Campos

Se propor a fazer um longa que destrincha os bastidores do que hoje é considerado o maior filme da história do cinema não é um projeto fácil. Conhecendo a filmografia de David Fincher, pode-se dizer que é o exato tipo de trabalho que ele gostaria de se aventurar e assumir – e, de fato, foi o que ele fez. Mank, que se dispõe a nos mostrar a verdade por trás do roteiro de Cidadão Kane, filme de 1941 dirigido por Orson Welles, chegou na Netflix no último mês do fatídico ano de 2020, para tentar, talvez, fechar com chave de ouro os 365 dias mais loucos da sétima arte.

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