Açúcar e violência: Pobres Criaturas é sobre devorar o mundo para experimentá-lo

Cena do filme Pobres Criaturas. A personagem Bella Baxter (branca e com os cabelos pretos e compridos até o quadril e as sobrancelhas cheias) está vestindo ombreiras grandes em azul claro sobre a blusa branca, combinadas com um shorts alto amarelo claro. A personagem olha para cima com um olhar curioso. Atrás dela, a cidade é decorada com o comércio de pães e outros alimentos na rua
Pobres Criaturas prova que histórias livres para imaginar, ousar e ser um pouco estranhas ainda movimentam audiências (Foto: Searchlight Pictures)

Giovanna Freisinger

Eu me aventurei e não encontrei nada além de açúcar e violência”. Essas são as palavras de Bella Baxter em Pobres Criaturas após andar pelas ruas de Lisboa sozinha, vendo o mundo com os próprios olhos pela primeira vez. Adaptado do romance vitoriano Pobres Criaturas de Alasdair Gray, com o roteiro assinado por Tony McNamara, a nova obra de Yorgos Lanthimos é um banquete sensorial. 

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Rua do Medo: 1666 se lambuza nas entranhas do horror

Cena do filme Rua do Medo: 1666 - Parte 3. Na cena, vemos Deena e Sam se beijando. À direita, Deena é negra de pele clara, tem cabelos cacheados e usa uma regata amarela com detalhes listrado em azul, vermelho e amarelo. À esquerda, está Sam, branca e loira, usando jaqueta jeans. Elas estão em uma floresta com flores vermelhas ao redor.
Surfando na onda do horror queer, a retumbante trilogia Rua do Medo chega ao fim (Foto: Netflix)

Vitor Evangelista

A tarefa de finalizar uma franquia é um tanto quanto ingrata. A trilogia-relâmpago Rua do Medo, lançada em doses homeopáticas na Netflix, chega ao ápice revisitando o passado da maldita Sarah Fier, bruxa, áspera, pecadora. Para isso, a diretora Leigh Janiak retorna ao século dezessete, lar do paganismo, da culpa católica e do núcleo base do terror psicológico: o medo do diabo. Entre a prosa arcaica e o ato de revisitar grandes filmes do gênero, a máquina do tempo de Rua do Medo: 1666 funciona à perfeição. O ontem é vital, mas é no hoje que a porrada come. 

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