Mais talentosos que Tom Ripley, só mesmo a direção, produção e o elenco da série

Cena da Série Ripley (2024).Tom Ripley (Andrew Scott) se olha no espelho. A imagem está em preto e branco, Tom é um homem branco de meia idade, veste um paletó e uma camisa branca, ao redor dele há uma mesinha com objetos, acima dela o espelho, e na parede ao lado alguns quadros.
Tom Ripley é um sujeito malandro, porém, não muito sociável (Foto: Netflix)

Guilherme Dias Siqueira

Alguns tipos de pessoas nos chocam pela insensibilidade, por não apresentarem remorso e por causarem mal a qualquer um que não lhes sirva um propósito. Em Ripley, série de suspense neo-noir da Netflix, acabamos hipnotizados por um estranho sujeito que se encaixa nessas categorias. Porém, isso não significa que Thomas Ripley, um contador “difícil de se achar”, que se esgueira pelas ruas sujas de uma Nova York da década de 1960, seja um vilão carismático – para falar a verdade, ele é antipático e amargo de uma forma irremediável.

O que nos captura em Ripley são as situações que se enrolam nas pernas do protagonista, interpretado por Andrew Scott, como teias de aranha. Ele tem que dominar  a situação e o faz com absoluta maestria. Desde quando é abordado por um detetive particular em um bar, Tom consegue dar todas as respostas certas. O problema é que pessoas comuns não dão apenas respostas certas. A falsidade das poucas emoções que o norte-americano consegue simular não convence a todos.

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Eles não são um casal, mas são Companheiros de Viagem

Imagem da série Companheiros de Viagem. Na foto, os atores Jonathan Bailey e Matt Bomer estão nus e deitados em uma cama. Jonathan Bailey faz carícias no cabelo de Matt Bomer.
Matt Bomer e Jonathan Bailey possuem grandes chances de serem indicados ao Emmy 2024 (Foto: Paramount+)

Guilherme Machado Leal

Nos últimos anos, obras audiovisuais que conversam sobre temáticas queers e colocam as pessoas da comunidade como personagens principais têm ganhado espaço na indústria. Do amor puro em Heartstopper ao ‘besteirol’ sarcástico Bottoms, o público tem a possibilidade de acompanhar a comunidade LGBTQIAPN+ sob diversas perspectivas. Em Companheiros de Viagem, por exemplo, há o retrato da época do Macarthismo, em que os políticos americanos perseguiam amplamente os comunistas e aqueles que não se viam como heterossexuais. Com Matt Bomer e Jonathan Bailey interpretando os protagonistas Hawkins e Tim, respectivamente, o amor de dois homens durante quatro décadas é o tema principal na narrativa adaptada pelo produtor Ron Nyswaner.

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Quiz Lady une irmãs com comédia padrão e elenco incrível

Cena do Filme Quiz Lady. A imagem mostra duas mulheres asiáticas no centro. A da esquerda possui brincos rosa, cabelo preto, com franjas e mechas roxas presos no topo da cabeça. Ela veste uma blusa justa rosa com magas bufantes até o cotovelo e uma calça jeans clara com um cinto turqueza. No seu ombro direito se encontra uma bolsa prata e uma garrafinha presa em um cordão. Sua feição é alegre e sorriso largo com a boca aberta. A mulher da direita, possui cabelo preto liso e com franja. Sua feição é relaxada, com os olhos mais fechados e um sorriso largo. Ela veste um moletom tie dye e uma calça na cor creme. No fundo da imagem temos um prédio e uma rua com duas pessoas na calçada. Elas se encontram no meio da rua próximas a um carro prateado sedan localizado a direita da imagem.
A comédia Quiz Lady traz duas irmãs opostas e distantes em um programa de quiz que pode ser a solução dos problemas delas (Foto: Disney+)

Marina Iwashita Canelas

Com elenco de peso, Jessica Yu volta após seis anos desde o seu último longa-metragem com Quiz Lady, que tem como missão unir duas irmãs distantes para pagarem a dívida deixada pela mãe e salvarem o cachorro de Anne, Mr. Linguini. As atrizes Sandra Oh (Jenny) e Awkwafina (Anne) são escaladas nessa trama que dá papel à representatividade asiática, ressignificando e mostrando a força da família e do amor.

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Entre a panela de pressão psicológica e a sutileza humana, The Bear segue longe de queimar

Cena da série The Bear. No canto esquerdo, temos o ator Jeremy Allen White, um homem branco de cabelos loiros escuros. Ele está virado com a cabeça para baixo e os olhos fechados. Ao fundo, temos luzes azuis em neon e outras luzes amareladas, que indicam o cenário de uma conveniência. A cena acontece durante a noite.
O retorno de The Bear ocorreu antes da série ser reconhecida com 10 vitórias no Emmy 2023, por sua primeira temporada (Foto: Star+)

Nathan Nunes

AVISO: Este texto contém spoilers

Beef, episódio que marca o retorno de The Bear, abre com Marcus (Lionel Boyce, de Hap and Leonard) tomando conta da mãe acamada em um hospital. Seus gestos são pequenos, mas simbólicos. Uma toalha molhada na testa da senhora, para abafar o calor. O esforço em contar sua rotina para mantê-la informada. Tudo isso sem obter reações, pois, para o confeiteiro, pouco importa a recompensa. Ele se contenta fazendo o que pode e, dessa forma, encontra um propósito. A cena pode parecer simples, mas carrega as principais temáticas que permeiam toda a segunda temporada: o cuidado, a sutileza e a humanidade. 

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Vermelho, Branco e Sangue Azul tenta fazer história saindo das páginas impressas

Cena do filme Vermelho, Branco e Sangue Azul, na qual Alex (Taylor Zakhar Perez), à direita, e Henry (Nicholas Galitzine), à esquerda, estão no chão, após derrubarem o enorme bolo branco de casamento do irmão de Henry. Ambos estão com as roupas sociais, rosto e cabelos cobertos de bolo, Henry possui a boca aberta esboçando uma feição desacreditada, enquanto Alex permanece estático, com os olhos arregalados ao seu lado. O chão no qual eles se encontram possui uma tapeçaria vermelha, que está coberta pela doce destruído
Quem poderia imaginar que a queda de um bolo milionário seria a responsável por um romance? (Foto: Amazon Prime Video)

Gabriela Bita

O anúncio de adaptação de uma obra literária para as telas é algo que deixa muitos fãs apreensivos. A aposta da Amazon Studios em Vermelho, Branco e Sangue Azul permitiu que os admiradores do livro homônimo – escrito por Casey McQuiston – respirassem, de certa forma, aliviados ao verem seus queridos personagens ganhando vida. Em pouco menos de duas horas, o filme reconta a história de 392 páginas de Alex Claremont-Diaz e o príncipe Henry.

Na trama, Alex (Taylor Zakhar Perez) é filho da presidente dos Estados Unidos e queridinho da mídia americana, enquanto Henry (Nicholas Galitzine) é um dos príncipes da Inglaterra – amado não só por sua nação, mas também pelo mundo todo – e ambos não se suportam. Após um desastre no casamento do irmão mais velho do membro da realeza, que incluiu um bolo milionário sendo destruído, os jovens precisam manter as aparências para o público e fingir que são amigos de longa data. Conforme se aproximam, a mágoa e ressentimento entre os dois dá lugar a um sentimento novo, confuso e intenso, que pode pôr em jogo a reeleição da mãe de Alex e a vida do príncipe britânico na conservadora corte.

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