Aviso: o texto contém spoilers do seriado britânico de ficção científica que finalmente ganhou um orçamento decente
Íris Ítalo Marquezini
Não é surpreendente falar sobre Doctor Who para alguém alheio à série e a pessoa se impressionar com o número de episódios. No ar desde 1963, e com décadas de influência na cultura pop, o seriado televisivo de ficção científica continua a encontrar novos fãs curiosos para saber como uma cabine telefônica policial – a TARDIS – pode ser maior por dentro. Os últimos três especiais da série não são exatamente receptivos para quem desconhece aquele universo transmídia gigantesco, mas com certeza confortam os dois corações dos ‘whovians’ que estavam com saudade das frenéticas e criativas aventuras que só os Senhores e Senhoras do Tempo sabem trazer.
Ohio, 1979. Joe (Joel Courtney), Alice (Elle Fanning), Charles (Riley Griffiths), Cary (Ryan Lee), Martin (Gabriel Basso) e Preston (Zach Mills) deixavam suas casas a caminho de uma estação de trem antiga. Era uma madrugada de verão. Os seis carregavam consigo a euforia da pré-adolescência, o desejo de gravarem um filme independente e uma câmera super 8. O plano do diretor mirim Charles era capturar boas atuações dos amigos. Se tivessem sorte, um trem ao fundo complementaria o cenário. E foi o que aconteceu. Mas, ao invés de sorte, eles ganharam passagens só de ida para uma aventura inesquecível, ao tornarem-se testemunhas de um enigmático acidente envolvendo a locomotiva em questão.
Lançada em agosto de 2011 pela Paramount Pictures, Super 8 é uma produção de ficção científica e mistério que chama a atenção desde os nomes de seus realizadores. Escrita e dirigida por J.J. Abrams, e produzida por ninguém mais, ninguém menos, do que Steven Spielberg, a obra entrega de forma excepcional tudo o que se busca ao assistir um filme do gênero. O nome traduz sua essência, já que Super 8 era uma câmera de 8mm muito utilizada para produções cinematográficas até a década de 80. Assim, o diretor não apenas desejava reproduzir a experiência dos filmes de ficção dos seus tempos de criança, como visava homenagear o inventor de muitos deles, Spielberg.