Em So Close To What, Tate McRae chega muito perto de recriar a magia da década de 2000

Capa do álbum So Close To What, de Tate McRae. A imagem mostra a cantora sentada no chão, de costas para a câmera, usando um vestido branco curto e salto transparente. Seus cabelos longos e soltos caem sobre os ombros enquanto ela olha para uma enorme projeção de si mesma na parede, onde aparece de perfil com expressão intensa e iluminada por tons dourados.
Na capa de So Close To What, Tate McRae está que nem a Billie Eilish na frente do espelho (Foto: RCA Records)

Arthur Caires

Em 2023, Tate McRae lançou THINK LATER, seu segundo álbum de estúdio. Na faixa cut my hair, ela canta: “ser uma garota triste ficou um pouco chato”. Mais do que uma declaração sobre sua própria evolução artística, esse verso reflete o momento atual do pop. Nos últimos anos, o gênero foi dominado por composições confessionais e melancólicas, com artistas como Taylor Swift, Olivia Rodrigo, Billie Eilish e Phoebe Bridgers no centro da cena. Mas, essa atmosfera introspectiva acabou criando uma saturação, despertando no público o desejo por algo mais leve, enérgico e dançante.

Essa guinada ficou evidente em 2024, com o crescimento de nomes como Charli XCX, Sabrina Carpenter e Chappell Roan, que trouxeram frescor ao pop sem abandonar a conexão emocional com suas letras. Assim como essas artistas, Tate McRae entendeu que o zeitgeist precisa de diversão e é isso que ela entrega no seu terceiro disco, So Close To What.

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Bruxas, sáficas e performances teatrais? Certeza que era Agatha Desde Sempre

Cena da série Agatha Desde Sempre. Essa imagem apresenta a atriz Kathryn Hahn, uma mulher branca, no papel de Agatha Harkness. Ela está vestida com uma roupa de tons escuros, predominantemente azul e roxo, com mangas largas e texturas dramáticas. A personagem está em uma pose expressiva e poderosa, com as mãos levantadas em um gesto mágico, sugerindo que está conjurando ou manipulando magia. A cena acontece em um ambiente sombrio e misterioso, com iluminação baixa que realça o tom enigmático da personagem.
Kathryn Hahn brilha performando Agatha Harkness, desde seu movimentos com as mãos até suas expressões faciais (Foto: Disney+)

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Desde sua primeira aparição em WandaVision (2021), Agatha Harkness conquistou o público com seu charme, ironia e carisma, frutos da magistral atuação de Kathryn Hahn. O impacto foi tão grande que a personagem ganhou sua própria série, Agatha Desde Sempre. Criada pela mesma mente por trás da história de Wanda Maximoff  (Elizabeth Olsen), Jac Schaeffer, a produção busca capturar a magia da obra original ao mesmo tempo que apresenta uma narrativa própria e ousada.

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A terceira temporada de Heartstopper é um lembrete de que nunca estamos sozinhos

Cena de Heartstopper com dois adolescentes se encarando de forma carinhosa em um ambiente externo à noite. O menino da esquerda, chamado Nick, tem cabelo liso e veste um moletom cinza com capuz. Ele sorri de maneira suave enquanto olha para o menino da direita, chamado Charlie, que tem cabelo cacheado e veste um casaco verde claro. O fundo está escuro, com leves sombras de árvores e uma cerca.
Demorou três temporadas, mas finalmente Nick e Charlie disseram ‘eu te amo’ um para o outro (Foto: Netflix)

Arthur Caires

A atmosfera positiva e idealizada de Heartstopper é uma marca registrada da série desde a sua estreia, gerando algumas críticas por parte do público. Embora certos momentos possam ser considerados caricatos, a produção tem como objetivo ser uma fuga da adolescência corrompida de obras como Euphoria, focando em ser quase como um ‘manual’ para a nova geração e um acalento para os mais velhos. Na terceira temporada, lançada em Outubro de 2024, o original Netflix segue com o tom adocicado, mas oferece um retrato mais realista e autêntico ao tratar de temas mais maduros.

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Há 5 anos, Norman Fucking Rockwell! consagrava Lana Del Rey como uma das melhores compositoras do século XXI

Na imagem da capa do álbum 'Norman Fucking Rockwell!', vemos a cantora Lana Del Rey ao lado de Duke Nicholson. Ambos estão em um barco com o mar e o céu azul ao fundo. Lana veste uma blusa verde neon e estende a mão para frente, com uma expressão esperançosa olhando para a frente. Duke, vestido com uma camisa preta e calças brancas, está ligeiramente à frente, estendendo o braço em direção ao horizonte, como se estivesse apontando algo à distância. Atrás deles, uma bandeira americana está parcialmente visível, flamulando no vento. Ao fundo, também é possível ver uma cidade em chamas, provavelmente Los Angeles. O título do álbum está posicionado no canto superior esquerdo em um estilo que lembra uma explosão de quadrinhos, e as iniciais 'LDR' (Lana Del Rey) estão no canto inferior direito, em um estilo semelhante.
Na capa de Norman Fucking Rockwell!, Lana Del Rey e Duke Nicholson, neto do ator Jack Nicholson, navegam em direção ao horizonte, fugindo da nostalgia norte-americana em chamas (Foto: Interscope Records)

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Caramba, moleque/Você me fodeu tão gostoso que eu quase disse ‘Eu te amo’” é a primeira frase que Lana Del Rey diz em seu sexto álbum de estúdio, Norman Fucking Rockwell!. A letra faz parte da faixa-homônima do disco, cujo nome é referência ao famoso pintor do século XX, conhecido pela sua representação do American Dream. Em meio a uma bela produção orquestral, Del Rey canta sobre esse homem prepotente, autodepreciativo, tóxico emocionalmente e, bem, um homem. É a forma brilhante que a artista encontra de introduzir a temática que irá se estender: uma reflexão sobre o mundo contemporâneo sob suas lentes melancólicas, ambientalizada na Califórnia da década de 1960.

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Há 20 anos, Meninas Malvadas determinava que às quartas-feiras usamos rosa

Em um cenário composto por árvores de Natal, neve e luzes de LED, da esquerda para a direita, Gretchen, Regina, Cady e Karen estão posicionadas para começar sua dança de Jingle Bell Rock, usando toucas de Papai Noel e vestidos vermelhos com elementos brancos e luvas pretas.
A cena de Jingle Bell Rock em Meninas Malvadas é um marco da cultura pop (Foto: Paramount Pictures)

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São muitas as frases icônicas que poderiam começar esse texto, então: ‘entre no carro, caro leitor, vamos entrar em uma viagem de volta ao começo da década de 2000’. Meninas Malvadas foi lançado em 2004 e dirigido por Mark Waters, um dominador das comédias românticas e adolescentes. Também foi roteirizado pela comediante do Saturday Night Live, Tina Fey, com base no livro Queen Bees and Wannabes (Abelhas-Rainhas e Aspirantes, em tradução literal) de Rosalind Wiseman.  Continue lendo “Há 20 anos, Meninas Malvadas determinava que às quartas-feiras usamos rosa”

Sabrina Carpenter está com os hormônios à flor da pele em Short n’ Sweet

Na imagem da capa do álbum, a cantora Sabrina Carpenter aparece em um fundo azul profundo, olhando sobre o ombro direito em direção à câmera. Ela tem cabelos longos e loiros com franja, e sua pele está levemente iluminada pelo sol. No ombro exposto, há uma marca de beijo em tom vermelho escuro, como se tivesse sido deixada por um batom. A expressão de Sabrina é confiante e suave, com maquiagem destacando os olhos claros e os lábios em um tom nude. A imagem evoca uma estética clássica e sedutor
Para Sabrina Carpenter, se uma experiência é engraçada o suficiente para fazê-la rir, então, também merece uma música (Foto: Island Records)

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O início da nova era de Sabrina Carpenter começou muito antes do lançamento de Espresso. A reação positiva em cadeia se iniciou no lançamento de seu quinto álbum, emails i can’t send (2022), que possui em sua tracklist a faixa Nonsense com seu outro engraçadinho: “Acordei esta manhã pensei em escrever um hit pop/Com que rapidez você consegue tirar a roupa?”. No entanto, a piada não é nada em comparação com o que viria em seguida nos shows da cantora, que criou uma tradição de sempre mudar a letra final de acordo com o local da apresentação.

No ato de abertura da The Eras Tour de Taylor Swift, em Novembro de 2023, no Brasil, a cantora cantou: “Garoto, venha aqui, isso não é um teste/Ele disse ‘Fique por cima’, eu disse ‘Eu vou’/Aí ele me fez gozar no Brasil”. Assim, a construção dessa identidade ‘safadinha’ culminou no lançamento de seu sexto álbum de estúdio, Short n’ Sweet. O título, “Pequeno e Doce” (em tradução livre), além de poder ser uma descrição da própria cantora, reflete sobre os relacionamentos curtos, porém, intensos, que ela vivenciou.

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THE TORTURED POETS DEPARTMENT: o que se passa na cabeça da cantora mais famosa do momento?

Capa do álbum com moldura branca ao redor de uma foto. Na foto, Taylor Swift está deitada em uma cama, com os olhos fora da imagem, mostrando apenas a boca. Ela veste shorts pretos e uma regata preta. No topo da imagem está escrito The Tortured Poets Department.
Para Taylor Swift em THE TORTURED POETS DEPARTMENT: “Tudo é justo no amor e na poesia” (Foto: Republic Records)

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Existem momentos na história em que o mundo se une em torno de um único artista, celebrando seu pico de sucesso com admiração. São instantes marcantes, onde a Música transcende o mero entretenimento e se torna um fenômeno cultural que define gerações. A Beatlemania na década de 1960, o lançamento de Thriller por Michael Jackson em 1982 e a ascensão de Madonna como ‘Rainha do Pop’ na década de 1990 são apenas alguns exemplos dessa catarse coletiva. Em cada um desses casos, a obsessão pela estrela era palpável, dominando conversas, inspirando moda e comportamento, e consolidando seu lugar como ícone cultural inegável.

O mesmo aconteceu com Taylor Swift em 2023. Em Março daquele ano, a cantora iniciou uma das maiores turnês da história, a The Eras Tour. Celebrando todos os seus dez (agora, onze) álbuns, a sequência de shows já ultrapassou a marca de 1 bilhão de dólares de arrecadação, e está bem longe de acabar. Durante esse período, Swift ainda lançou duas regravações – Speak Now (Taylor’s Version) e 1989 (Taylor’s Version) –, quebrou recordes nos cinemas com o lançamento do registro ao vivo da turnê e foi nomeada como Pessoa do Ano pela revista Time. Já no começo de 2024, seguindo a onda de conquistas, a artista se tornou a primeira a ganhar quatro vezes o prêmio de Álbum do Ano no Grammy, sendo o último gramofone pertencente a Midnights.

É logo após esse turbilhão de acontecimentos que Taylor Swift lança seu 11º álbum de estúdio, THE TORTURED POETS DEPARTMENT. O disco vendeu mais de 2,5 milhões de cópias em sua primeira semana nos EUA e debutou com 313 milhões de reproduções no Spotify, sendo a maior estreia da carreira da cantora e da plataforma. Ao longo de suas 16 faixas – na versão standard –, a compositora fala sobre o término de seu relacionamento de seis anos com o ator britânico Joe Alwyn, a breve mas intensa reaproximação com o cantor Matty Healy, vocalista da banda The 1975, e a não muito bem-vinda opinião da mídia e de alguns fãs sobre sua vida pessoal.

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Há cinco anos, Taylor Swift achava que tinha encontrado seu amor dourado em Lover

Imagem da capa do álbum Lover de Taylor Swift. Taylor está vestindo uma camiseta branca, com mechas azuis em seu cabelo loiro. Ela tem um desenho de coração em glitter rosa ao redor de um dos olhos. O fundo é um céu com nuvens em tons de rosa, roxo e azul. A palavra Lover está escrita em glitter rosa no topo da imagem.
Taylor Swift dá adeus à escuridão de reputation e ressurge nas cores pasteis de um dia ensolarado (Foto: Valheria Rocha)

Arthur Caires

Ao contrário do que a era reputation (2017) proclamava, a “antiga Taylor” não estava morta, e ela ressurgiria mais forte do que nunca em Lover, de 2019. Deixando para trás a escuridão, as cobras e os dramas públicos, o sétimo álbum de estúdio de Taylor Swift abraça a luz do dia, borboletas coloridas e o amor em suas várias formas. É um retorno à forma da artista, que focou em lembrar ao público geral que a cantora de All Too Well ainda tinha as características que todos amavam: compositora, sonhadora e verdadeira consigo mesma.

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Estante do Persona – Setembro de 2024

Imergindo no universo literário, o Persona marcou presença na maior edição dos últimos dez anos da Bienal Internacional do Livro de São Paulo (Texto de Abertura: Jamily Rigonatto / Arte: Aryadne Xavier)

Chegando a sua 27ª edição, a Bienal Internacional do Livro de São Paulo –  o maior evento literário da América Latina – ocorreu dos dias 06 a 15 de Setembro de 2024. A editoria do Persona esteve presente no primeiro domingo, 08/09, para conferir lançamentos, estandes e discussões que compuseram a programação do dia. Os integrantes acessaram o espaço credenciados como Imprensa para realizar a cobertura.

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Sex and the City, o poder do streaming e a cultura dos revivals

Na imagem, da esquerda para a direita, estão as personagens Miranda, Samantha, Charlotte e Carrie. Elas estão em uma festa, rindo juntas enquanto seguram copos de coquetel. Miranda está vestida com um vestido vermelho sem mangas, Samantha usa um vestido vermelho com detalhes de acessórios brilhantes, Charlotte está com um vestido preto e uma expressão alegre, e Carrie veste um vestido preto com detalhes brancos, com o cabelo preso em um rabo de cavalo. Ao fundo, outras pessoas participam da festa.
Sex and the City é um dos pilares da cultura da década de 2000 (Foto: HBO)

Arthur Caires

Em Abril de 2024, Sex and the City entrou no catálogo da Netflix e foi novamente popularizada. Originalmente, a série esteve no ar de 1998 a 2004, mas foi com o poder da maior plataforma de streaming do mercado que se tornou, mais uma vez, o assunto do momento. E assim, de uma hora para outra, as redes sociais foram dominadas pelas frases de efeito de Carrie, discussões sobre como a protagonista é uma péssima amiga e vários tutoriais de como fazer o famoso drink Cosmopolitan.

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