A série quase foi cancelada, porém, os direitos foram comprados pela NBC (Foto: NBC)
Marcela Jardim
O gênero das sitcoms policiais ganhou um novo fôlego com Brooklyn Nine-Nine, série criada por Michael Schur e Dan Goor, que conquistou o público ao mesclar humor afiado e críticas sociais relevantes. Estreando sua sétima temporada há cinco anos, em 2020, a produção já havia passado por momentos turbulentos, como o cancelamento pela Fox e o subsequente resgate pela NBC. Esse novo ciclo veio em um momento de transição, trazendo desafios narrativos e estruturais para o seriado, que precisava manter sua identidade ao mesmo tempo em que lidava com mudanças significativas.
O sétimo ano da série traz um esquadrão mais responsável e focado em enfrentar problemas da vida adulta (Foto: Reprodução)
Vitória Silva
Não é fácil inovar no âmbito das sitcoms. O gênero, que é uma abreviação para situation comedy (comédia de situação), se propõe a trazer um tom cômico para situações de um cotidiano qualquer, seja com um grupo de amigos, uma família ou no meio profissional. Sem um roteiro emocionante com reviravoltas bem trabalhadas, se sustentar apenas nesse princípio é um grande desafio. Não à toa, poucas são as séries que conseguem manter o nível de qualidade ao longo de suas temporadas, que, normalmente, são muitas.
Desde seu início em 2013, Brooklyn Nine-Nine utiliza das relações pessoais entre seus personagens principais para ter um desenvolvimento narrativo além das questões do trabalho, a fim de não se estabelecer uma mesmice rotineira. Isso é observado na construção de arcos como a evolução do relacionamento entre Amy (Melissa Fumero) e Jake (Andy Samberg), a estranha relação entre Gina (Chelsea Peretti) e Charles (Joe Lo Truglio), e as descobertas pessoais de Rosa (Stephanie Beatriz). No entanto, a sexta temporada pecou ao manter uma trama que rondava apenas os conflitos policiais, com a vida pessoal do squad beirando a superficialidade.