Motel Destino é o primeiro filme de Aïnouz rodado inteiramente no Ceará desde O Céu de Suely, de 2006 (Foto: Pandora Filmes)
Giovanna Freisinger
Efervescente, colorido e quente, Motel Destino propõe um noir no calor do Ceará. O novo longa do diretor Karim Aïnouz chega aos cinemas após celebrada estreia no Festival de Cannes, onde concorreu à Palma de Ouro. Aïnouz repete a parceria com a diretora de Fotografia francesa Hélène Louvart, que também trabalhou ao seu lado em A Vida Invisível. É o olhar dela que define o tom da história, através das cores saturadas e texturas granuladas que levam ao visual frenético.
Além do retorno da nova equipe, filme tem participação especial dos caça-fantasmas originais (Foto: Sony Pictures)
Leonardo Gimenes
Em uma franquia de filmes, enquanto o primeiro tem a missão de estabelecer um universo e seus personagens, o segundo precisa desenvolvê-los a partir de um novo desafio. Nesse sentido, Ghostbusters: Apocalipse de Gelo (2024) apresenta mais uma ameaça fantasmagórica que precisa ser derrotada pelos caça-fantasmas, que ainda contam com a ajuda de novos rostos.
No entanto, é justamente o acréscimo desses ajudantes para a missão que parece atrapalhar o desenvolvimento da equipe apresentada em Ghostbusters: Mais Além (2021). Isso porque, além de perder tempo com personagens totalmente descartáveis, o roteiro de Gil Kenan e Jason Reitman apresenta problemas desinteressantes para os membros da família Spengler.
Las Mujeres Ya No Lloran obteve mais de 13,4 milhões de streams no Spotify em seu lançamento (Foto: Sony Music Latin)
Vitória Borges
Carinhosamente conhecida como a ‘primeira latina do mundo’ pelo público do X, antigo Twitter, a colombiana Shakira finalmente lançou seu tão aguardado 12º álbum. No intitulado Las Mujeres Ya No Lloran,a artista traz, em suas composições, dores e vivências após o divórcio do ex-marido Gerard Piqué, que ganhou grande repercussão nas redes. A obra possui uma profundidade emocional que ressoa fortemente em cada uma das faixas.
Lançado pela gravadora Sony Music Latin, o sucessor do hipnótico El Dorado – ganhador do Grammy de Melhor Álbum Pop Latino em 2018 – compartilha o recomeço em meio ao caos, combinando sentimentos com a clássica assinatura sonora de Shakira. A produção não foge muito do estilo da cantora, que consegue ‘dar sua cara a tapa’ nas faixas da obra e fazer uma saborosa limonada com os limões que foram jogados em seu colo.
Tom Ripley é um sujeito malandro, porém, não muito sociável (Foto: Netflix)
Guilherme Dias Siqueira
Alguns tipos de pessoas nos chocam pela insensibilidade, por não apresentarem remorso e por causarem mal a qualquer um que não lhes sirva um propósito. Em Ripley, série de suspense neo-noir da Netflix, acabamos hipnotizados por um estranho sujeito que se encaixa nessas categorias. Porém, isso não significa que Thomas Ripley, um contador “difícil de se achar”, que se esgueira pelas ruas sujas de uma Nova York da década de 1960, seja um vilão carismático – para falar a verdade, ele é antipático e amargo de uma forma irremediável.
O que nos captura em Ripley são as situações que se enrolam nas pernas do protagonista, interpretado por Andrew Scott, como teias de aranha. Ele tem que dominar a situação e o faz com absoluta maestria. Desde quando é abordado por um detetive particular em um bar, Tom consegue dar todas as respostas certas. O problema é que pessoas comuns não dão apenas respostas certas. A falsidade das poucas emoções que o norte-americano consegue simular não convence a todos.
Po enfrenta um desafio inédito em Kung Fu Panda 4 ao buscar pelo próximo Dragão Guerreiro (Foto: DreamWorks Animation)
Gabriela Bita
Após 16 anos sendo o Dragão Guerreiro, Po volta às telas com a missão de se tornar Líder Espiritual do Vale da Paz. Em Kung Fu Panda 4, o jovem panda enfrenta uma jornada dupla enquanto busca um sucessor e luta contra a nova vilã da franquia. Divertido para as crianças e para aqueles que cresceram acompanhando a saga do protagonista, o filme é um ótimo acréscimo para o acervo da Sessão da Tarde, mas, infelizmente, não alcança o patamar consolidado por seus predecessores.
Anne Hathaway e Jessica Chastain têm uma química que deveria ter sido ainda mais explorada (Foto: Imagem Filmes)
Ana Clara Archanjo
No primeiro ato de Instinto Materno, que se passa na década de 1960, as casas vizinhas e os filhos da mesma idade são o pano de fundo para a amizade entre Céline (Anne Hathaway) e Alice (Jessica Chastain). Como ponto de tensão, ocorre um acidente que transforma a relação entre as duas e desperta o que há de mais instintivo entre essas mulheres. O desenrolar, em um suspense fraco e previsível, é pautado em desconfiança e inveja, que interferem na amizade entre as protagonistas. Não é um exercício de criatividade muito complexo imaginar o final de Mothers’ Instinct (no original). Então, é preciso se esforçar para capturar os únicos acertos do filme: as atuações.
O novo longa-metragem é uma sequência direta de Godzilla vs Kong, filme lançado em 2021 (Foto: Legendary Entertainment)
Pedro Henrique Vogt
Em meio a tantas apostas questionáveis de Hollywood para a criação de universos ficcionais compartilhados, é surpreendente que o MonsterVerse da produtora Legendary Entertainment tenha sido um acerto tão grande. A mais nova adição para essa narrativa é Godzilla e Kong: O Novo Império e, apesar de não ser livre de defeitos, o longa entrega uma aventura divertida, com cenas de ação monumentais dignas dos dois monstros gigantes mais icônicos da cultura pop.
Aviso: Lisan al Gaib profetiza que haverá spoilers no texto a seguir
O universo de Duna revolucionou a Literatura de ficção científica e, agora, revoluciona o Cinema do gênero (Foto: Warner Bros. Pictures)
Íris Ítalo Marquezini e Nathan Sampaio
Um dos exemplos mais utilizados em escolas para representar o conceito de uma história épica é A Odisseia, de Homero. A trama de voltar para casa, ficar distante da família e reclamar dos sacrifícios que são de heróis por direito fundou muito do que se entende pelo ocidente hoje. Acontece que não só de histórias monumentais viviam os gregos. As tragédias, compostas por pessoas paralisadas pelas teias do destino e de erros fatais irreparáveis, colocavam a audiência na linha tênue entre entretenimento e choque pelo que era representado nos palcos dos teatros.
Ésquilo, em A Casa de Atreus, demonstra um exemplo de como determinadas crenças, ganância e crueldade podem condenar gerações de uma família a sofrer um ciclo de violência interminável. Duna: Parte 2 continua a mostrar a tragédia que acomete essa mesma linhagem dezenas de milhares de anos depois. A graça do filme é o diretor Denis Villeneuve somar o épico e o trágico igualmente, de uma forma que, como alguns diriam anos atrás, seria impossível. Para uma história com tanto peso na religião, Duna: Parte 2 faz a audiência acreditar que é possível ir ao cinema para presenciar um milagre.
Ao longo de 1 hora e quarenta minutos, vemos a história de Guarulhos por diversas perspectivas (Foto: Embaúba Filmes)
Marcela Lavorato
Qual seria o seu sentimento se, ainda criança, tivesse o território invadido, a casa demolida e a vida inteiramente mudada, para sempre, para dar lugar a um aeroporto? O Estranho se apresenta dessa forma, como uma ficção, mas entrega um caráter mais documental pelo motivo de que essa é a história de muitas pessoas que são afetadas pela colonização, seja a de 500 anos atrás ou a de ontem.
Batidão Tropical Vol. 2 obteve 4,7 milhões de streams nas primeiras 24 horas de lançamento (Foto: Gabriel Renne)
Vitória Borges
O Batidão Tropical Vol. 2 está entre nós e a drag queen mais amada do Brasil mais uma vez não nos decepciona. Trazendo suas raízes do forró do Nordeste e Norte do país, Pabllo Vittar faz a releitura de alguns clássicos que marcaram sua vida, além de cantar músicas inéditas. O projeto da artista dá continuidade ao Volume 1 do álbum homônimo, que também conta com regravações de hits, como Zap Zum da Companhia Calypso.