KONGOS: a África do Sul no rock americano

Gabriel Chaves

Esse ano a banda KONGOS completou 10 anos do lançamento de seu primeiro álbum homônimo. De início, foi lançado na África do Sul, um dos países onde cresceram, pois segundo os próprios integrantes eles queriam primeiro testar a qualidade num mercado menor, antes de tentarem o sucesso nos Estados Unidos. Em entrevista, dizem que tinham medo de sofrer o que se vê em shows de talento na TV, onde a banda acredita de verdade ser boa, a família apoia, mas na verdade são horríveis, por isso a precaução do mercado menor. Continue lendo “KONGOS: a África do Sul no rock americano”

Faith: George Michael cresceu

Leonardo Teixeira

Na última noite de Natal, uma triste notícia interrompeu o clima festivo: George Michael morrera em sua casa, aos 53 anos de idade. Fechando um 2016 cheio de enormes perdas na música, o adeus veio amargo depois das tretas que o britânico travou para manter sua imagem nas últimas décadas de vida. O falecimento, no entanto, aconteceu poucos meses antes dos 30 anos de Faith (Columbia Records, 1987), seu primeiro álbum solo. O aniversário nos lembra que o fim complicado pouco importa, considerando o percurso de um artista que já começou próspero. Continue lendo “Faith: George Michael cresceu”

Tonight’s The Night: uma carta de overdose

Gabriel Rodrigues de Mello

No começo do mês, o músico canadense Neil Young disponibilizou toda sua discografia em um serviço de streaming exclusivo, temporariamente gratuito. O site Neil Young Archives conta com mais de 50 álbuns de estúdio, concertos, bootlegs, tudo para ser ouvido em alta qualidade. O veterano, famoso por suas exigências, sempre rejeitando a qualidade do formato mp3, afirma: “não é que o formato digital seja ruim ou inferior, é que a forma como ele está sendo usado não faz jus à arte.”. Desse modo, o site funciona como uma biblioteca de discos virtual para quem quiser ouvir as gravações em sua forma mais pura. Continue lendo “Tonight’s The Night: uma carta de overdose”

Dinosaur Jr., adolescência e autoestima

um jovem tocando guitarra e cantando
Capa estranha, nome esquisito: indies (Foto: Reprodução)

Gabriel Leite Ferreira

Lançado no dia 14 de dezembro de 1987, You’re Living All Over Me é o segundo álbum do Dinosaur Jr., trio de rock alternativo dos Estados Unidos. Não fique paranoico se esse nome não lhe soar familiar: o Dinosaur Jr. é mesmo uma banda obscura. O underground americano da época fervilhava, cenas surgiam em todos os cantos do país, mas a incipiente MTV limitava-se a divulgar o mainstream. O jogo só viraria em 1991, e mesmo que o Dino Jr. nunca tenha conquistado o mesmo status do Nirvana ou do Sonic Youth, seu segundo disco teve papel determinante na chegada do indie rock às massas.

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Neurosis no Brasil: tempos de (des)graça

Gente como a gente: Neurosis no Carioca Club (Foto: Fernando Yakota)

Nilo Vieira

Foi estranho descobrir que os membros do Neurosis têm empregos fora da música. Como é possível? Uma das bandas mais influentes do metal! O disco mais famoso do Sepultura foi influenciado por eles. Mastodon e Converge, dois nomes metálicos celebradíssimos da década passada, têm relações estreitas com o quinteto. Até na música do Slipknot é possível sentir traços do grupo californiano. Continue lendo “Neurosis no Brasil: tempos de (des)graça”

Thriller: o topo ainda pertence a Michael Jackson

Estilera foda: fotografado por Dick Zimmerman, “Thriller” é Michael Jackson em sua mais extravagante forma vista até então (Foto: Divulgação)

Leonardo Teixeira

Escrever sobre Michael Jackson é sempre um desafio. Isso porque, considerando o tamanho do artista, fica difícil não querer abraçar o mundo dentro de uma dezena de parágrafos para fazer jus ao tema. Fugir de clichês é outra tarefa intrincada, considerando que o talento Rei do Pop já foi dissecado e exaltado cerca de um milhão de vezes por cerca de um milhão de pessoas e veículos. Continue lendo “Thriller: o topo ainda pertence a Michael Jackson”

Melhores discos de Novembro/2017

Craque Neto pistola: mesmo após o título do Corinthians, este meme ainda é a melhor tradução de 2017 (Band/Reprodução)

Adriano Arrigo, Leonardo Teixeira, Matheus Fernandes, Nilo Vieira

Em novembro, o mundo perdeu o rapper Lil Peep e o ex-guitarrista do AC/DC, Malcolm Young. Embora de faixas etárias e ritmos diferentes, os dois convergem pelo público cativado por suas músicas, majoritariamente jovem. Também pela situação triste do falecimento: o primeiro morreu de overdose aos 21 anos, enquanto o segundo se encontrava abatido pela demência e se foi aos 64.

Enquanto isso, a curadoria mais bolada da internet brasileira tentou não se abalar e fechar o ano com chave (qualquer uma serve, não precisa ser de ouro). Entre os destaques dos últimos 30 dias e discos que resgatamos para a sua lista de melhores do ano não ficar feia, cá estão nossas escolhas: Continue lendo “Melhores discos de Novembro/2017”

A universalidade do Sigur Rós em São Paulo

(Foto: Fabricio Vianna)

Nilo Vieira

Em entrevista à Folha de S. Paulo, o baixista Georg Hólm afirmou que se surpreende com a popularidade do Sigur Rós. Numa primeira análise, essa incredulidade faz muito sentido: apesar do forte senso melódico, o som do grupo é caracterizado por estruturas longas, que variam entre a melancolia esparsa e crescendos ruidosos no estilo do Godspeed You! Black Emperor. É música de picos extremos, com letras cantadas no idioma nativo da gélida Islândia. Continue lendo “A universalidade do Sigur Rós em São Paulo”

A maturidade do Converge em The Dusk in Us

Nilo Vieira

The Dusk in Us, nono álbum do Converge, não traz novidades à carreira do quarteto de Massachusetts. Os integrantes são os mesmos, design gráfico e produção são novamente assinados, respectivamente, pelo vocalista Jacob Bannon e o guitarrista Kurt Ballou. A dinâmica musical também não mudou: vocais urrados, timbres sujos e controlados, estruturas tortas e dissonâncias. Continue lendo “A maturidade do Converge em The Dusk in Us”

De Janet Jackson a Kelela, o poder da representação negra

Leonardo Teixeira

São muitos os fatores que conferem a um grande artista o status de ícone. Madonna traduziu vanguardas para a linguagem da MTV e as usou para provocar e desconcertar; Prince tirou de sua cabeça genial um terço do que hoje entendemos como música pop; Stevie Wonder oferecia orgulho e excelência negra pra todo mundo que estivesse pronto para ouvir. Continue lendo “De Janet Jackson a Kelela, o poder da representação negra”