Macabro e memorável, A Bruxa completa 5 anos

Fotografia do filme A Bruxa. A foto é retangular e retrata uma floresta escura. No meio da imagem existem três silhuetas de costas. A central pertence a uma mulher e as outras duas pertencem a dois bodes. De frente para essas figuras, há uma fogueira. Sobre essa fogueira, existem sete corpos de mulheres que flutuam formando um arco. A fogueira é a única fonte de luz da imagem e ilumina fracamente algumas árvores ao fundo, dando uma aparência amarelada para o todo.
A Bruxa, ainda que tenha dividido opiniões do público quando lançado, é “tenso” e “instigante”, como definiu o Rei do Terror Stephen King em suas redes sociais (Foto: A24)

Mariana Nicastro

Plena Idade Média. Um casal de camponeses e suas crianças curiosas. Um lenhador. Uma casinha ao lado de um bosque e uma bruxa que o habita. Parece mais um conto de fadas dos Irmãos Grimm, certo? Bom, na verdade trata-se de A Bruxa, lançado no Brasil em março de 2016. Inventivo, misterioso e incômodo, o filme de terror utiliza da temática das bruxas para compor uma trama bem elaborada e assustadora. Com isso, ele tornou-se capaz de se destacar notoriamente no gênero e ainda ser alvo de discussões e elogios 5 anos após sua estreia.

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Rua do Medo: 1978 prova que a barra era bem mais pesada nos anos setenta

Cena do filme Rua do Medo: 1978. Podemos ver a fachada em madeira do acampamento, escrita CAMP NIGHTWING. Ela está no topo da imagem. Abaixo, vemos a entrada do acampamento, uma rua bifurcada e muitas árvores ao redor, e várias crianças andando pelo local.
A diretora Leigh Janiak é novamente bem sucedida ao adaptar as obras infanto-juvenis de R.L. Stine (Foto: Netflix)

Caroline Campos

Há quem diga que qualquer outra época é fichinha perto da década de 70. Com mais sexo, mais drogas e muito mais sangue, alguns dos clássicos indiscutíveis do terror saíram rastejando do inferno setentistaO Exorcista, Halloween, Suspiria, O Massacre da Serra Elétrica, Carrie – A Estranha podem encabeçar a lista. Para quem não superou Michael Myers e Leatherface, nada melhor para, em pleno 2021, reviver todo aquele bando de gente morrendo esfaqueada, desmembrada ou possuída do que com Rua do Medo: 1978, a segunda parte da trilogia lançada em três sextas-feiras pela Netflix.

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O cabaré pega fogo na quarta temporada de Elite

Foto promocional de Elite. Os personagens principais Omar, Rebeka, Guzman, Samuel e Ander estão sentados, nessa ordem, no chão na frente da escola. Todos uniformizados nas cores branco, vinho e azul escuro, eles estão cercados por outros alunos de mesma vestimenta, sentados atrás. O grupo olha para frente com expressões de tédio.
A Netflix abre novamente as portas de Las Encinas (Foto: Netflix)

Mariana Chagas

Romances caóticos, brigas com pais, adolescentes em meio a crises e paixões. Todos esses elementos constituem uma fórmula usada não uma ou duas, mas diversas vezes nos cenários das séries. Desde Gossip Girl, em Nova York, até na cidade fictícia de Riverdale, o dia a dia de um jovem no Ensino Médio parece interessar o público, sendo utilizado como plot em histórias que marcaram gerações. E é exatamente esse método que construiu Elite, que viria a se tornar outro grande feito da Netflix

Lançado em 2018, o seriado surgiu em um momento de ascensão das produções espanholas. Depois do tremendo sucesso de La Casa de Papel, foi a vez de Élite conquistar o seu espaço. Com três temporadas maravilhosas, a série quebrou recordes e se tornou de grande relevância na plataforma, assim como na internet. Mas, depois de seu ápice, a força foi se perdendo. A quarta temporada estreou em 2021, mas deixou muito a desejar. 

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10 anos depois do fim, Harry Potter envelheceu avinagrado

Entre polêmicas de transfobia e discurso de ódio, J. K. Rowling se revela mais nefasta que as figuras vilanescas que escreveu

Cena do filme Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte 2. Na cena, vemos Harry, personagem de Daniel Radcliffe, um homem branco que usa óculos redondos, sujo de terra, olhando Voldemort, personagem de Ralph Fiennes, que está de costas. Eles estão à beira de um precipício.
Uma década depois de As Relíquias da Morte – Parte 2, o legado de Harry Potter definhou como as Horcruxes de Voldemort (Foto: Warner Bros)

Vitor Evangelista

Em 15 de julho de 2011, a cultura pop mudou para sempre. Era o fim da saga do bruxinho mais famoso do pedaço, a conclusão épica, que levou uma década desde o primeiro vestígio da magia de Hogwarts até o adeus choroso na Estação King’s Cross. 10 anos depois da exibição de Harry Potter e as Relíquias da Morte – Parte 2, o mundo não enxerga a aura juvenil da história da mesma maneira que o fazia. E isso se deve a um vilão que os livros de fantasia não deram conta de desmascarar: sua própria autora.

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The Ride: há 5 anos, nos perdíamos com Catfish and the Bottlemen

Capa do álbum The Ride. Mostra a ilustração de um jacaré em branco mordendo a própria cauda. No canto superior esquerdo vemos o nome da banda, Catfish and the Bottlemen, em branco, com o nome do álbum logo abaixo. No canto inferior direito há o aviso de conteúdo explícito. O fundo da imagem é preto.
“Talvez eu não aja da maneira que eu costumava/Porque eu não sinto o mesmo sobre você/Na verdade, isso é uma mentira, eu quero você” (Foto: Universal)

Ana Laura Ferreira

A geração emo dos anos 2000 envelheceu e hoje é responsável por dar as novas rédeas do que influencia o mundo. Não é à toa que o sample de Misery Business do Paramore se tornou um sucesso nas mãos de Olivia Rodrigo em seu single good 4 u, conquistando os ouvintes de todas as idades. Entretanto, quando pensamos em uma evolução um pouco mais madura dessas influências de alguns anos atrás, somos levados até bandas como Catfish and the Bottlemen. Com sua originalidade pautada nas boas memórias da era de ouro do rock feito no início do século, The Ride chegava aos nossos ouvidos há 5 anos, marcando sua presença com hinos que ficarão para sempre.

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A Mulher na Janela nos convida a revisitar um clássico, mas se perde nele

Vemos cinco pessoas olhando para a câmera, em uma cena de A Mulher na Janela. A primeira, ao centro e à frente dos outros, é a atriz Amy Adams, que interpreta Anna Fox, uma mulher branca de cabelo ruivo preso, roupão rosa e camisola verde. Logo atrás, à esquerda vemos a atriz Jennifer Jason Leigh, que interpreta Jane Russell. Ela é uma mulher branca, de cabelo loiro e usa uma roupa social preta. Atrás dela, vemos o ator Brian Tyree Henry, que interpreta o Detetive Little, um homem negro, de cabelo curto, barba e sobretudo marrom. À direita, vemos mais dois atores. Wyatt Russell, que interpreta David, um homem branco, alto, de cabelo comprido loiro, barba, um blazer marrom escuro e calça jeans. Em seguida, Gary Oldman, ator que faz Alistair, outro homem branco, de cabelos grisalhos e um sobretudo preto.
O longa se passa predominantemente em uma locação, a casa de Anna (Foto: Netflix)

Gabriel Fonseca

Filmes são feitos de outros filmes. De músicas, pinturas, e livros também. Como linguagem e expressão artística, o Cinema está constantemente influenciando e sendo influenciado por outras obras. Algumas são referências diretas, como as centenas de easter eggs em Jogador Nº 1. Outras, são fontes de inspiração e resultam em um trabalho único, como a pintura de Edward Hopper que inspirou a casa horripilante de Psicose, um clássico de Alfred Hitchcock. 

Por sua vez, Hitchcock foi uma fonte de referências e inspirações para Joe Wright, que é conhecido por dirigir dramas como Orgulho e Preconceito e O Destino de uma Nação. Wright se aventurou no suspense com A Mulher na Janela, uma adaptação tediosa do romance homônimo de A.J. Finn. Lançado na Netflix em maio, o filme é pura reverência às obras do passado – especialmente às de Hitchcock – e as utiliza como fórmula, sem propor uma experiência própria, ou alcançar o mesmo nível de tais obras.

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O sertão deságua nos conflitos de Acqua Movie

Cena de Acqua Movie. Alessandra Negrini e Antonio Haddad estão dentros de um carro, ela está no volante e ele no passageiro. Alessandra é uma mulher branca, de cabelos castanhos na altura dos ombros. Ela usa uma regata, pulseiras de miçanga no braço esquerdo e possui uma tatuagem de âncora no braço direito. Ela sorri. Antonio a observa. Ele é um menino de 13 anos, branco, de cabelos loiros e lisos. Ele usa uma regata branca. Pela janela do carro, vemos uma paisagem seca, com árvores bem ao fundo.
Lírio Ferreira é diretor de Baile Perfumado, um dos filmes pioneiros na Retomada do Cinema pernambucano (Foto: Chá Cinematográfico)

Caroline Campos

Em 2005, Árido Movie viajou pelas estradas sertanejas com muita maconha, pouca água e informação em excesso. Com Guilherme Weber, Giulia Gam e Selton Mello, o longa do cineasta pernambucano Lírio Ferreira traçou seu caminho até Veneza e ficou marcado com muito afeto na filmografia do diretor. 16 anos depois, chega aos cinemas Acqua Movie, uma espécie de continuação espiritual da história, mas, desta vez, ambientada na liquidez das obras de transposição do Rio São Francisco.

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Rua do Medo: 1994 entrega clichê de terror com poucas brechas para a trilogia

Imagem do filme Rua do Medo: 1994 - Parte 1. Na imagem vemos uma mulher branca deitada de barriga para baixo no chão, sendo puxada por um homem vestido de caveira. Ela usa uma blusa preta de manga comprida e está gritando. A imagem é iluminada por um tom azul e ao fundo vemos embaçado o que seria uma praça de alimentação de um shopping.
A abertura da trilogia da Netflix deixa a desejar quando buscamos ganchos para o resto da história (Foto: Netflix)

Larissa Vieira

Na entrada do verão norte-americano, a maior plataforma de streaming, que vem sofrendo com a concorrência de sucesso ultimamente, Netflix, buscou inovar ao trazer uma trilogia de filmes, lançados em 3 semanas consecutivas. Baseada nos livros de R.L. Stine, Rua do Medo conta a história da pequena cidade Shadyside, que sofre com uma série de massacres, de anos em anos. Mas, até então, ninguém tinha sido nerd o suficiente para enfrentá-los ou até mesmo tentar conectá-los, apenas os ligando, de maneira irônica, a uma antiga lenda de uma bruxa local. 

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10 anos de Regional at Best: o sonho começa aqui

A imagem é a foto da capa do disco Regional at Best, da banda Twenty One Pilots. Nela, há uma fotografia de crianças jogando beisebol em um campo. A esquerda, há um menino posicionado com as pernas abertas, em posição para lançar a bola. Ele veste uma camiseta azul, uma calça branca, tênis pretos e um capacete. Ao fundo é possível ver outras crianças no campo com esse mesmo uniforme, alternando a cor da camiseta entre azul e vermelho. Na parte do superior da foto, há uma faixa branca escrita TWENTY ONE PILOTS diversas vezes embaralhadas em fonte preta. No canto inferior direito da faixa, está escrito Regional at Best em vermelho.
O aniversário do disco também marca o início da parceria entre Tyler Joseph e Josh Dun (Foto: Fueled by Ramen)

Vitória Silva

No dia 8 de julho de 2011, chegava ao mundo o álbum Regional at Best, do duo Twenty One Pilots. Considerado também o primeiro trabalho da banda, pelo menos na formação que conhecemos hoje, com Tyler Joseph e Josh Dun. O disco lançado anteriormente, em 2009, que carrega o mesmo nome do grupo, ainda tinha Chris Salih como baterista e Nick Thomas no baixo. A entrada de Josh assumindo as baquetas se deu quase que juntamente à saída do baixista, iniciando, assim, a dupla imbatível entre ele e Tyler. 

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Sem Carnaval, Bloco do Eu Sozinho completa 20 anos

Capa do disco Bloco do Eu Sozinho. Há uma borda cinza. Dentro do borda o fundo é ocre, como folha de papel reciclado. Na parte superior lê-se LOS HERMANOS em azul. No centro há o desenho de um boneco. Os cabelo, os olhos e a camiseta são verdes, a calça é azul escuro, os sapatos são violetas e há uma sombra azul clara. À esquerda lê-se em preto BLOCO SOZINHO. À esquerda lê-se em preto DO EU.
É com o amor e a alegria, de quem tem o coração como guia, que este bloco se anuncia (Foto: Zoy Anastassakis e Ludmila Ayres)

Ana Júlia Trevisan

Como continuar a carreira após um hit? Como produzir o segundo álbum quando o   primeiro conta com a música que estourou nas rádios e marcou toda a trajetória da discografia? Era nesse embate que os Los Hermanos se encontravam após seu disco de estreia ter emplacado Anna Júlia, a famigerada fim de festa que tirou o Grammy de Chico Buarque e, até hoje, é responsável por registros em cartório (vide a pessoa que vos escreve).

É em meio às brigas da banda, confusão com a gravadora e uma aliança fiel com fãs que, em 2001, nasce Bloco do Eu Sozinho, reforçando ainda mais a parceria musical entre Marcelo Camelo e Rodrigo Amarante, e marcando toda a escola de MPB unida ao rock alternativo construída pelos cariocas. Quebrando os próprios padrões, um dos discos mais importantes da música nacional alternativa foi criado e dita até hoje o rumo do gênero, servindo como fonte, direta ou indiretamente, dos trabalhos nacionais que o sucedem. 

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