Gaslit: 50 anos depois do escândalo Watergate, a política ainda é um homem branco

Foto da série Gaslit. Na imagem, o rosto da atriz Julia Roberts no papel de Martha Mitchell. A personagem tem pele branca com algumas rugas aparentes, seus cabelos são loiros e estão presos em um coque alto com topete na frente. O semblante do rosto é triste, com os olhos cheios de lágrimas. Ela veste um vestido de gola média que aparece só até a altura dos ombros e é coberto de brilhos e pequenos cristais.
Em seu ano de estreia, Gaslit recebeu 4 indicações ao Emmy, mas passou longe de brilhar nas duas primeiras noites da premiação (Foto: STARZ)

Jamily Rigonatto 

Na década de 1970, a política estadunidense foi marcada por burburinhos e manipulação. Durante a reeleição de Richard Nixon, o Partido Republicano tinha a vitória nas mãos com uma larga escala de vantagem, mas ainda assim resolveu usar de artifícios que favorecessem seu representante. A ideia era invadir os escritórios do Partido Democrata no Complexo de Edifícios de Watergate, e grampear telefones para captar informações confidenciais, além de plantar fotos e montagens comprometedoras que seriam usadas  como uma espécie de chantagem para garantir o sucesso na corrida eleitoral.

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The Great: Com elegância e estratégia, Catarina molda seu império

Fotografia da série The Great. A imagem é retangular e mostra a personagem Catherine da cintura para cima, centralizada. Ela está em um salão fechado, com paredes detalhadas e douradas. Catherine é interpretada por Elle Fanning. Elle é uma mulher jovem, loira, branca com um nariz pequeno e traços delicados. Ela usa um vestido dourado, de época. Em sua cabeça há uma coroa grande, de rainha. Ao fundo só há uma parede atrás de si.
I am terrifying” (“Eu sou aterrorizante”) – Catherine, A Grande (Foto: Hulu)

Mariana Nicastro

HUZZAH! A Rússia é de Catherine na segunda temporada de The Great (ou A Grande, em seu título original). Proveniente do Hulu e disponibilizada no Brasil pelo Starzplay, a série chegou de mansinho, sem muito alarde. Porém, basta uma olhadinha na premissa instigante da ascensão do poder feminino na monarquia russa do século dezoito somada a um tom satírico, divertido e muito atual para conquistar o público com um equilíbrio incrível entre Comédia e Drama, e atuações dignas de um Emmy.

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A segunda temporada de Bridgerton mostra que não é preciso utilizar cenas explícitas para fazer um bom romance de época

Imagem de divulgação da temporada. A imagem contempla três personagens lado a lado olhando para frente. Ao centro está Anthony, um homem branco de cabelos e olhos pretos trajando um fraque preto aberto da mesma cor de sua calça; no pescoço tem uma gravata borboleta azul e por baixo do terno um colete cinza; segura na mão direita um bastão de Pall Mall de madeira clara apoiado no ombro do mesmo braço, enquanto a esquerda está na sua cintura. Do seu lado direito, com o corpo virado para o homem, está Kate, uma mulher negra com cabelos castanhos presos em um coque não aparente na imagem, apenas com uma parcela da franja solta e olhos castanhos; a vestimenta é um vestido verde esmeralda de época, da mesma por da luva aparente na sua mão direita que está apoiada na cintura; na mão esquerda segura um bastão de Pall Mall de madeira escura que se apoia no ombro esquerdo. Por último, do lado esquerdo do personagem ao centro está Edwina, uma mulher negra, de olhos pretos como o cabelo, preso em pequenos coques na cabeça, de forma que apenas a franja esteja solta ao lado esquerdo, enfeitado com pequenas flores brancas; veste um vestido de época rosa claro da mesma cor de suas luvas; segura com ambas as mãos um bastão branco de Pall Mall na frente do corpo, na altura da cintura.
O solteiro mais aclamado de toda Londres decide encontrar sua viscondessa em nova temporada (Foto: Netflix)

Lavínia Battoni Ferreira

Após o sucesso da primeira temporada, Bridgerton tem seu segundo ano focado em Anthony Bridgerton (Jonathan Bailey), o primogênito, que decide encontrar uma viscondessa. Ao longo dos oito episódios, é possível acompanhar a trajetória do personagem desde o seu passado até o que virá a se tornar seu futuro. Sem apelação com cenas explícitas, a estreia rendeu para o público, mesmo com algumas ressalvas. A sucessão foi de agrado da crítica, não surpreendendo por mais duas indicações ao Emmy para sua coleção.

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Entre a culpa e o julgamento, a 6ª temporada de Better Call Saul amarra o universo da metanfetamina

A imagem retangular é uma cena de Better Call Saul com um filtro preto e branco por cima. Na foto vemos Jimmy e Kim dentro de uma cela de prisão, vistos de pé um do lado do outro no canto inferior esquerdo. No canto superior direito há uma janela que lança luz na parede ao fundo e no corpo dos dois. Jimmy é um homem adulto, branco, de cabelos escuros, calvo e está usando uma roupa de detento. Kim é uma mulher adulta, branca, de cabelos escuros, longos e com franja, magra e usa uma roupa colada preta.
Jimmy e Kim se despedem da mesma maneira que são introduzidos: dividindo um cigarro (Foto: Netflix)

Vitor Tenca

Convergir o que há muito tempo está fragmentado nunca seria uma tarefa fácil. Saul Goodman embarca em um capítulo de desafios contra vilões-heróis já consolidados para provar que uma mente do crime e da justiça pode precisar de uma mesma qualidade: saber cortar caminhos. Na sexta temporada de Better Call Saul, olhamos para os detalhes finais que constroem a narrativa ressentida e desenfreada da vida de um ex-advogado. 

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Crime e castigo são o veredito da 3ª temporada de Barry

Indicada ao Emmy 2022, Barry se distancia ainda mais da Comédia em seu terceiro ano (Foto: HBO Max)

Bruno Andrade

É sempre curioso observar a forma como a violência é veiculada no Audiovisual. Historicamente, a ideia de um assassino de aluguel deprimido não é tão inovadora; na realidade, continua explorada após décadas de representação em videogames e filmes de adaptação. A bem da verdade, é algo sempre deixado nas entrelinhas dos roteiros do gênero, cujas cenas finais giram em torno das redenções platônicas e apaixonadas dos frios matadores, que se rendem ao sentimentalismo e à reivindicação das próprias condições individuais (O Justiceiro [2004], Hitman [2007], Max Payne [2008]).

Parece estar imposta, de forma silenciosa, uma condição depressiva na qual o sentido reside na incansável busca pela “justiça” – improvável, abstrata, distante e egoísta. Mas é aqui que Barry se distancia de todas essas realizações: a condição melancólica do protagonista se estabelece, desde o princípio, como o mote para suas ações, e o ato de cometer os crimes visa, na verdade, preencher seus dias para que ele não pense nos problemas que envolvem sua condição existencial.

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Em Love, Death + Robots, o homem é o robô do homem

Cena do primeiro episódio do volume 3 de Love, Death + Robots. Nele vemos três robôs em um balcão de bar abandonado. Da esquerda para a direita, temos um robozinho menor de cabeça quadrada e na cor laranja. Em sua cara um visor forma um emoticon sorrindo. No meio, um robô branco com formas mais humanas. Ele veste um chapéu de marinheiro, seu olho direito é amarelo e o esquerdo azul. Por último, há um robô em um formato que se assemelha a um triângulo na cor cinza. Ele tem uma espécie de câmera que emite uma luz azul
Mais assustador que o futuro é o caminho até ele (Foto: Netflix)

Guilherme Veiga

Pensar na revolta das máquinas é naturalmente evocar elementos da Skynet, passando pelos andróides da saga Alien, a destruição estroboscópica da Família Mitchell e chegando nas ficções de Interstellar e 2001 – Uma Odisséia no Espaço. Por mais que essas produções de certa forma tratem também da condição humana, comum de toda boa ficção científica, muitas vezes a vilania da história está voltada aos seres formados por compostos eletrônicos. Em Love, Death + Robots, a carcaça metálica e (às vezes não tão) bem polida, reflete uma humanidade vilã, que, por falta de disputa na cadeia alimentar do poder, arranja um jeito de se voltar contra si própria.

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Tico e Teco estão de volta defendendo a lei e a Arte da Animação

Cena do filme Tico e Teco: Defensores da Lei. No centro da imagem, temos o personagem Tico, um esquilo 2D cujo topo da cabeça e orelhas é marrom escuro e a região das bochechas e ao redor dos olhos é marrom clara. Tico possui grandes olhos pretos, focinho preto, região da boca branca. Está vestindo um terno azul, camisa social branca e tem patas marrons escuras. Ao seu lado esquerdo, temos o personagem Teco, um esquilo inteiramente marrom claro com grandes olhos azuis, vestindo um terno também azul com uma camisa vermelha florida junto. No canto direito da imagem, temos uma personagem não identificada que é uma rata inteiramente branca de cabelos pretos e boca vermelha. A cena acontece em um ambiente noturno.
Indicados ao Emmy 2022, Tico e Teco estão de volta no novo filme do Disney+ (Foto: Disney+)

Nathan Nunes

Em 1988, o diretor Robert Zemeckis (De Volta para o Futuro, Náufrago) e o lendário animador Richard Williams (Um Conto de Natal) lançaram ao mundo Uma Cilada para Roger Rabbit, filme que fez sucesso ao convencer o público de que humanos poderiam interagir de maneira convincente com personagens de animação. No ano seguinte, a Disney se preparava para estrear em seu canal a série Tico e Teco e os Defensores da Lei, uma revitalização da marca dos dois esquilos – existente desde os anos 40 – em forma de desenho animado, que também gerou bons resultados de audiência para a casa do Mickey. 

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Pacificador redime o anti-herói com muito humor ácido, ação e abraços reconfortantes de águias

A imagem é uma cena da abertura da série e mostra o elenco de Pacificador reunido em pose em um estúdio escuro com luzes neon. A câmera os retrata em um ângulo distante e de baixo para cima. Todos usam os trajes da série e permanecem ao fundo. No centro, em destaque, está o Pacificador, interpretado por John Cena. John é um homem branco, alto e musculoso, na casa dos quarenta anos. Ele usa uma calça branca e uma camiseta justa vermelha: seu uniforme. Além disso, usa botas pretas, luvas azuis e um capacete prateado que cobre seus olhos. Ele está com uma expressão séria e carrega em um dos ombros o personagem Judomaster, interpretado por Nhut Le. Nhut tem descendência asiática, uma aparência jovem, é baixo, magro e usa um uniforme inteiramente verde, da cabeça aos pés. Ele também usa um capuz verde sobre a cabeça, que só não cobre a boca e seus olhos. Um pouco a frente dos dois está Eagly, a águia de estimação do Pacificador.
A trilha sonora marcante de Clint Mansell e Kevin Kiner é um dos grandes destaques de Pacificador, que recebeu uma indicação ao Emmy 2022 (Foto: HBO Max)

Mariana Nicastro 

Após décadas de filmes de super-heróis, obras subversivas desse tema nascem como algo novo, diferente das fórmulas surreais representadas sob o véu puro e íntegro das produções Disney. Porém, mais interessante do que assistir à jornada já conhecida de heróis quase perfeitos, de super-homens, é acompanhar o desenvolvimento, conflitos e contrastes de um anti-herói, sem pudor, honra ou valores e objetivos generosos. Afinal, dualidades e fortes conflitos internos os fazem mais humanos e reais.

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Para Andy Warhol, com amor.

Com quatro indicações no Emmy 2022, The Andy Warhol Diaries concorre na categoria de Melhor Série Documental ou de Não-Ficção (Foto: Netflix)

Enzo Caramori

As máquinas têm menos problemas. Eu gostaria de ser uma máquina, e você?                                                                                                                                       – Andy Warhol

Entre retratos formais da teoria da Arte, colunas em páginas de fofoca e imagens em threads explicativas, sempre existiu o dilema de quem era Andy Warhol. Para muitos, a resposta pode ser simples e se resumir nos símbolos que ele construiu a si mesmo – como a famosa e espalhafatosa peruca branca. Essa era a pretensão de um homem que se tornou um ícone, que, diante da mídia, não abria espaço para nada além de uma leitura superficial de sua obra – uma ilustração aparentemente objetiva da sociedade de consumo – e de sua excêntrica personalidade. 

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