Há 20 anos, O Grinch nos apresentava um monstro

A imagem mostra o personagem Grinch usando um gorro vermelho com a base de pêlos brancos. O personagem é verde, possui um nariz arrebitado e olhos grandes. Ele é peludo e está na frente de um fundo azul. A sua esquerda aparece o nome original do filme em inglês: Dr. Seuss How the Grinch Stole Christmas
“O Grinch não é um Quem, ele é um O Que que não gosta de natal” (Foto: Reprodução)

Carol Dalla Vecchia

Dezembro está de volta, o que significa que os filmes de natal também vão dar as caras o mais rápido possível. Prepare-se para maratonar comédias românticas cheias de neve e pinheiros, animações contando sobre o Papai Noel e seus filhos, ou produções que retratam grandes ceias natalinas. Não é de hoje que os produtores aproveitam essa data para criar e vender histórias emocionantes, afinal, todo mundo parece gostar do natal. Só há uma criatura descontente com esse dia: é o Grinch.

O Grinch é um personagem verde, peludo e mal-humorado que odeia o natal e os Quem. Ele vive em uma caverna nas montanhas apenas com a companhia de seu fiel cão, Max. Lá eles recebem todo o lixo produzido pela vila na base da encosta e o Grinch se alimenta desses dejetos para não precisar comprar alimentos ou socializar. A interação com a vizinhança só é permitida quando ele busca entretenimento em alguma travessura. As histórias desse anti-herói já ganharam várias adaptações, como um especial televisivo em 1966 e uma animação em 2018,  mas aqui focaremos no filme de 2000, que está completando seu aniversário de 20 anos.

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A fictícia Kubanacan dos anos 50 diz muito sobre o atual Brasil

À esquerda a atriz Nair Bello e, à direita, o ator Marcos Pasquim.
Afinal, quem é Esteban Maroto? A novela de 2003 com Nair Bello, Marcos Pasquim e grande elenco retorna na íntegra na Globoplay (Foto: Gianne Carvalho)

Rubens Júnior

Um presidente ligado ao exército, uma primeira-dama com um passado duvidoso, um parrudo de passado polêmico que faz oposição ao governo e a maior cantora do país, além de muito sensual, canta em espanhol. Quem lê pode imaginar que isso seja um texto sobre o Brasil de 2020, mas na verdade são as personagens principais de Kubanacan, uma novela de Carlos Lombardi exibida pela Rede Globo entre 2003 e 2004 que retornou com seus longevos e instigantes! 227 capítulos na íntegra na Globoplay. A trama de dezessete anos atrás pode servir como esperança para os dias atuais ou uma grande retrospectiva da nossa história recente… o melhor é que se pode rir sem culpa!

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After Hours é a lamentação noturna de The Weeknd

Capa do álbum After Hours. O cantor The Weeknd aparece olhando para a câmera e sorrindo, com sangue escorrendo no nariz e nos dentes. Ele é um homem negro perto dos 30 anos, com cabelo estilo blackpower e um brinco de brilhante em cada orelha, ele usa um terno vermelho
Além da versão padrão com 14 faixas, o artista também lançou um Deluxe totalizando 17 músicas (Foto: Reprodução)

Giovana Guarizo

Diferente da solitude, a solidão não é uma escolha. Muito pelo contrário, a solidão é inevitavelmente assombrosa e dolorosa, carregada de frustrações e angústias. Então como lidar com ela? The Weeknd resolveu pegá-la pela mão e transformá-la em arte. A atração principal de todos os seus trabalhos não poderia ser diferente em 2020: é no deslocamento que ele encontra a fonte de inspiração para seus trabalhos geniosos. Solidão, loucura, incompreensão e sofrimento amoroso são os protagonistas do álbum After Hours, o maior dos acertos do canadense. 

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Persona Entrevista: Dani Rosenberg

Diretor de “A Morte do Cinema e do Meu Pai Também” destrincha o caráter biográfico da obra

Arte vermelha retangular. No canto superior direito, há o nome do entrevistado, Dani Rosenberg. A foto dele está na parte inferior central da arte e ele é um homem branco, com cabelo curto e barba. Ele está vestindo uma jaqueta jeans e a fotografia está em preto e branco. Ao lado direito dele, o pôster de seu filme, A Morte do Cinema e do Meu Pai Também, que mostra dois homens no chão, um está deitado e outro sentado, olhando para ele. Do lado esquerdo da imagem, foi adicionado o texto "Persona Entrevista" várias vezes, de forma perpendicular à orientação da imagem.
O Persona entrevista Dani Rosenberg, diretor e roteirista de A Morte do Cinema e do Meu Pai Também (Foto: Reprodução)

João Batista Signorelli 

Dando continuidade à série de entrevistas realizadas pelo Persona durante a cobertura da 44ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, o entrevistado da vez é o diretor israelense Dani Rosenberg. Rodando festivais ao redor do mundo com seu seu segundo longa A Morte do Cinema e do meu Pai também, e inclusive marcando presença na Seleção Oficial do Festival de Cannes, o diretor compartilhou um pouco do seu processo de criação, que mistura documentário e realidade para construir um relato pessoal sobre perda e memória familiar. 

O diretor narrou sua trajetória desde sua graduação na Jerusalem Film School, passando pela produção e circulação de seu filme, chegando às dificuldades criativas decorrentes do momento atual de pandemia. De maneira muito simpática e empolgada, ele se abriu para falar tanto sobre as questões familiares pessoais retratadas no filme, quanto sobre sua paixão e influências no cinema. 

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No auge da maturidade, McFly ainda mostra ‘emoções jovens e idiotas’ em Young Dumb Thrills

Da esquerda para a direita: Dougie Poynter, Harry Judd, Danny Jones e Tom Fletcher
Dougie Poynter, Harry Judd, Danny Jones e Tom Fletcher, em photoshoot para o novo álbum (Foto: Reprodução)

Rafaela Martuscelli

O tão esperado sexto álbum da banda McFly finalmente chegou. No dia 13 de novembro de 2020, o Young Dumb Thrills, foi enfim lançado em todas as plataformas de streaming ao redor do mundo. Foi assim que o hiato de 10 anos, motivo de tristeza para muitos fãs ao redor do mundo, se findou. Donos dos eternos sucessos 5 Colours In Her Hair, All About You e Falling In Love, os ingleses voltaram com a força que sempre tiveram, mas que eles mesmos não lembravam que tinham. 

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20 anos de Gilmore Girls: uma série para recordar

A foto contém todos os personagens da séries enfileirados, com Rory e Lorelai no centro.
O elenco de Gilmore Girls, 2000 (Foto: Reprodução)

Humberto Lopes

No dia 05 de outubro de 2000, há 20 anos, ia ao ar no canal The WB o primeiro episódio da série norte-americana Gilmore Girls, uma comédia familiar carregada com dramas e referências da cultura pop que pipocavam nas telas em meio a diálogos rápidos e muitas xícaras de café. A série ambientada na cidade fictícia de Stars Hollow, em Connecticut, foi criada por Amy Sherman-Palladino e conta a história da mãe solteira Lorelai Gilmore (Lauren Graham) e sua filha Rory (Alexis Bledel). Na produção mãe e filha são extremamente amigas e possuem gostos muito parecidos, e talvez não a toa o canal SBT tenha se aproveitado disso para traduzir o nome da série para Tal Mãe, Tal Filha, forma que grande parte do público brasileiro teve contato com a trama.

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40 anos em um Caso Sério com o Lança Perfume de Rita Lee

Capa do álbum Rita Lee, de 1980. A artista esta ao centro da imagem, de frente, e aparece do quadril para cima. Ela está com as mãos na cintura, usando um vestido fluido de mangas bufantes que marca a cintura numa cor creme. Rita Lee esboça um leve sorriso e seus cabelos ruivos estão num comprimento médio. Ela usa uma maquiagem leve e sua franja característica. A imagem é monocromática, trabalhada em tons avermelhados/alaranjados, e no lado inferior, na mesma altura das mãos de Rita, o nome da artista está escrito em um tom de laranja queimado numa fonte cursiva com todas as letras maiúsculas.
Com mais de 800 mil cópias, o disco Rita Lee (1980) é um dos mais vendidos do país (Foto: Reprodução)

Ana Júlia Trevisan

Cantora, compositora, multi-instrumentista e escritora, Rita Lee nunca foi um bom exemplo, mas é gente fina. A Rainha do Rock Brasileiro emplacou vários hits durante sua carreira e é a mulher que mais vendeu discos no território nacional, passando das 50 milhões de cópias em toda sua carreira e conquistando dezenas de discos de ouro, alguns de platina e até de diamante. Sendo sua estreia solo em 1979 um marco na música brasileira, o sucesso do seu primeiro disco se repetiu no segundo. O clássico Rita Lee (1980) foi precursor da aventura em estilos musicais para além do rock, escancarando os tons da cantora, e em 2020, em celebração aos 40 anos desse sucesso, o trabalho foi relançado em vinil.

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Emily em Paris é uma futilidade necessária

A imagem é uma foto de uma cena da série. Na imagem, a personagem Emily está posicionada com o corpo virado de lado, para a esquerda, e seu rosto virado para a direita. A personagem usa um vestido preto, está com os cabelos longos semi-presos e segura uma taça em suas mãos. Atrás de Emily, há uma mesa com várias bebidas, o que parece ser um bar. Ao fundo da imagem, é possível ver parte da Torre Eiffel iluminada.
Emily é a nova fashionista da cidade luz (Foto: Reprodução)

Mauê Salina Duarte

Perambulando pelo mundo publicitário em mais um clichê americano, Emily em Paris chegou causando à Netflix. Em poucos dias, a série de comédia romântica  já estava entre as mais assistidas da plataforma, despertando a atenção até mesmo da crítica francesa, que, por sinal, não curtiu muito os estereótipos parisienses dos personagens. A trama é uma fuga de tudo que envolve a pandemia atual, ou seja, é exatamente o que estávamos precisando. Para completar, é dirigida por Darren Star, conhecido por Sex and the City.

Emily em Paris foi coproduzida pela Jax Media e MTV Studios, e desenvolvida originalmente para a Paramount Network, encomendada dois anos atrás. Entretanto, em 2020, a produção passou para a Netflix. Interpretada por Lily Collins, a protagonista Emily é uma jovem executiva de marketing que deixa os Estados Unidos para trabalhar em uma empresa na França, passando por um choque cultural. Acontece que a moça mal sabe falar francês, e ainda encara outras barras, como a não aprovação de sua nova equipe e o término de um namoro. Com o intuito de mostrar seu dia a dia na nova cidade, a estadunidense ataca como blogueira e cria um perfil no Instagram.

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O Gambito da Rainha: até o jogo da velha pode ser interessante se quem joga é a Anya Taylor-Joy

Beth Harmon, possui cabelo curto e laranja e veste um casaco azul, encara a câmera.
Criada pelo roteirista escocês Allan Scott, a série conta a história fictícia da talentosa enxadrista Beth Harmon (Foto: Reprodução)

Isabella Siqueira

Não é surpresa para ninguém que Anya Taylor-Joy é uma das atrizes mais promissoras da nossa época desde que estrelou A Bruxa. Uma das séries queridinhas de 2020, O Gambito da Rainha reafirma o talento da jovem que conquistou o público e a crítica, assim, a semelhança entre a protagonista da minissérie e de sua intérprete está justamente na característica de prodígio que ambas possuem. Com a implacável Beth Harmon nos mostrando como os jogos de xadrez podem ser tão interessantes quanto as lutas em Rocky (1976) ou Karate Kid (1984).

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40 anos sem Cartola: deixe-me ir, preciso andar

Cartola em desfile pela Mangueira, 1978 (Foto: Aníbal Philot)

Caroline Campos

Ainda era cedo, amor, quando, em 30 de novembro de 1980, nos deixava Angenor de Oliveira, o nosso Cartola. Com apenas 72 anos, a maior referência do samba brasileiro e fundador da Estação Primeira de Mangueira perdeu a batalha contra o câncer, deixando apenas quatro discos-solo e um legado repleto de poesia. “Cartola não existiu. Cartola foi um sonho bom que a gente teve”, reflete Nelson Sargento, parceiro musical do cantor. E, mesmo 40 anos depois do seu falecimento, o sonho ainda vive fresco na memória da Música Popular Brasileira, como se nunca tivéssemos acordado.

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