Ariana Grande é dona da própria história

‘thank u, next’ é o quinto álbum de estúdio da cantora e o seu segundo em 6 meses (Reprodução/Twitter)

Leonardo Teixeira

O ditado diz que não se mexe em time que está ganhando, mas Ariana Grande não segue máximas pré-concebidas. Sweetener (2018) é cheio de vida, mas já tem um sucessor. “Eu só quero falar com os meus fãs e cantar e escrever músicas e lançá-las do jeito que os caras fazem”, ela disse à Rolling Stone no fim do ano passado. E a atual crescente de sua carreira não deixa mentir: ela tem esse poder. thank u, next nos apresenta mais um capítulo da montanha-russa artística e emocional de Ariana.

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Os 10 anos de Lady Gaga e como ela mudou a cultura pop para sempre

(Foto: Divulgação)

Jho Brunhara

Em 2018, ano que marca 10 anos de carreira da cantora Lady Gaga, o sucesso de crítica e público do filme Nasce Uma Estrela e da trilha sonora – especialmente da música Shallow –, provam que Gaga termina sua primeira década como uma artista completa: duas indicações ao Globo de Ouro, cinco ao Grammy e quase 11 semanas no topo do iTunes Mundial.

Colhendo ainda frutos do seu primeiro álbum, The Fame, que completou uma década, e comemorando 5 anos do lançamento do ARTPOP, Gaga acaba de iniciar seus shows fixos de residência em Las Vegas com um contrato milionário. Mas nem só do presente se faz uma artista: o que torna Lady Gaga tão memorável, mesmo com tantos altos e baixos na carreira? A resposta está em toda sua construção artística: o impacto na cultura pop.

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Você acredita em vida após o pop? E o excelente El Mal Querer de Rosalía

Feita em parceria com o artista visual Filip Custic, a capa brinca com o Sagrado Feminino e revela o papel da música pop de corromper e prestar homenagem à tradição na mesma medida (Reprodução)

Carlos Botelho

Não, você não leu errado. O pop enquanto entidade onipresente das principais paradas mundiais está morrendo. Vemos artistas, principalmente as famosas divas do gênero, tendo dificuldades em emplacar hits repetindo fórmulas que eram imbatíveis alguns anos atrás.

Aonde quero chegar com tudo isso é que, se por um lado estamos assistindo gigantes falhando dentro do próprio nicho, por outro há liberdade de experimentação quando a demanda por trabalhos de alto apelo comercial perde força. Esse processo de transição é o responsável por grandes registros que vem surgindo.
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Não Para, Pabllo Vittar!

Pabllo não põe título nem seu nome na capa do álbum. Já sabe que sua imagem é o suficiente pra impactar (Foto: Divulgação)

Guilherme Luis e Cezar Augusto

Pabllo Vittar chega de cara nova com Não Para Não, seu novo álbum. Explorando ritmos como o brega e o tecnobrega, as novas música são uma junção da regionalidade do norte e nordeste brasileiros.  O novo projeto foi gravado nos Estados Unidos e contou com artistas como Ludmilla, Dilsinho, Diplo e Urias. Aqui, Pabllo evolui e mostra versatilidade nos mais variados estilos musicais.

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A volta de Twenty One Pilots e o misterioso mundo de Trench

Josh Dun e Tyler Joseph em photoshoot para divulgação do Trench (Foto: Fueled By Ramen)

Rafaela Martuscelli

Em 6 de julho de 2017, a banda Twenty One Pilots se calou. Como tudo o que envolve a banda, a despedida não seria simples e direta. Algumas imagens em preto, branco e vermelho – que faziam referência direta ao álbum Blurryface – com partes de músicas que falavam sobre escuridão, noite e solidão, foram postadas.

O vermelho da imagem, que começou em formato de um grande círculo, foi se fechando como se fosse um exausto olho após um dia agitado, até o total silêncio e a escuridão ganhasse forma na figura que se formava. Até que a multidão tivesse sumido. E esse foi o último sinal do duo por um ano.

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Bloom: Troye Sivan floresceu

A quebra expectativas em Bloom (Reprodução)

Fellipe Gualberto

O primeiro single de Bloom, My My My!, foi lançado na madrugada de 10 de janeiro de 2018 e os fãs de Troye Sivan reagiram de uma maneira muito positiva, rasgando elogios ao cantor nas redes sociais. Mas o choque, com certeza, aconteceu.

O segundo álbum do cantor australiano tem muito pouco de Blue Neigborhood, sua estreia. No primeiro trabalho encontramos um garoto tímido, ainda muito inseguro com a sua homossexualidade, praticamente pedindo desculpas a todos por ser gay e perguntando a si mesmo se, após sua morte, irá para o Céu.
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Sweetener: doce ou amargo?

(Foto: Reprodução)

Guilherme Luis

“Sweetener”, o quarto álbum de Ariana Grande foi lançado em agosto envolto em muita expectativa, seja dos fãs ou da crítica. Isso porque o disco prometia muito por todo o material que fora lançado até então. Além disso, soma-se o fato de que esse é o primeiro trabalho da cantora após o atentado terrorista em seu show em Manchester e as entrevistas que ela mesmo deu afirmando de que esse seria seu disco mais pessoal… não deu outra: as esperanças e as pré-afirmações de que esse seria o melhor CD pop do ano não eram poucas. No que será que isso deu?

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Em High as Hope, Florence traz seus pés de volta ao chão

Jho Brunhara

Revisitar as memórias problemáticas e traumáticas da adolescência não é um trabalho psicológico fácil, mas existem certas feridas que só podem ser curadas através de um coração aberto. Florence Welch está de volta, acompanhada de fantasmas da adolescência e seus sentimentos do agora, amadurecidos e transformados em música. Com um trabalho muito mais curto que os anteriores, a cantora escreve e coproduz as 10 faixas de High as Hope, trazendo elementos sonoros que dialogam com outros momentos de sua carreira.

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Hard Candy: a doce pitada egóica de Madonna

Leandro Gonçalves e Leonardo Oliveira

De beleza estonteante e orgulho não comedido, Narciso encontrou sua ruína na admiração exagerada pela própria imagem. Ao ver a si mesmo refletido nas águas de um bosque, o jovem filho do deus Cefiso apaixonou-se pelo seu respectivo eu e, hipnotizado, definhou diante da representação de seu rosto.

Em Hard Candy (2008), Madonna encarna a figura narcisista exemplificada pela fábula grega. Porém, diferentemente do pobre menino que sequer conhecia a si próprio, a material girl comprova ter completo domínio sobre a personagem que construiu durante sua carreira. Não intimidada pelo próprio poder, Madonna canta sobre ainda ser a melhor.
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Ray of Light: Madonna de alma lavada

Leonardo Teixeira

“Troquei fama por amor sem pensar duas vezes”, é como Madonna abre os trabalhos aqui. Anos-luz longe da material girl que se tornara onipresente nas rádios na década anterior, em 1998 a Rainha do Pop não se contentava apenas com o êxito comercial. Aventuras da cantora por terrenos desconhecidos, como o teatro musical e gêneros que emergiam do underground, indicavam que seu tato artístico amadurecia.

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