A adaptação da peça Ubu Rei, distribuída pela Medeia Filmes Cinemas,chegou sem muito alarde na 48ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo como parte da seção Perspectiva Internacional, captando poucas pessoas para suas sessões. No entanto, aqueles que deram a chance para a obra de Paulo Abreu viram um dos filmes mais divertidos do evento. Ubu fez a sessão gargalhar com a teatralidade cômica satírica e escrachada, que flerta com o teatro Shakespeariano.
Submerso nas águas de uma piscina qualquer, Pedro Miguel (Nuno Nolasco) abre os olhos e enxerga um azul sem fim. A vastidão do desconhecido é iluminada por feixes de luzes brilhantes vindas de um mundo acima do seu, enquanto as bolhas de seu oxigênio flutuam ao redor e ele só está ali, existindo. Não há como imaginar que esse momento é mais uma tentativa do protagonista em enfrentar sua aquafobia, mas sim que o mesmo estaria tão intrinsecamente conectado com a premissa de Mar Infinito. O longa estreou na Competição Novos Diretores na 45ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo como um filme de ficção intergalático em que um jovem luta por um lugar com a humanidade fora do planeta, mas é, na verdade, a solidão de uma geração sem rumo, afogada por uma incerteza esmagadora.