Como Narcos superou Pablo Escobar

Os chefões, da esquerda para direita: Chepe, Pacho, Miguel e Gilberto Martínez Orejuela (Divulgação/Netflix)

Guilherme Sette

Um dos grandes sucessos do Netflix, Narcos foi renovado para sua terceira e quarta temporada para algum estranhamento do público – a grande estrela deste show, Pablo Escobar, morreu no final da segunda temporada. Como contam os produtores, o nome é Narcos e não Pablo Escobar, e o grande espaço no mercado da cocaína deixado pelo Patron foi preenchido pelo Cartel de Cali, “vilões” já introduzidos nas temporadas anteriores. Continue lendo “Como Narcos superou Pablo Escobar”

30 anos depois, Bad ainda é pesadíssimo

Capa

Leonardo Teixeira

Pioneiro em quase tudo o que diz respeito à música que pop que consumimos hoje, Michael Jackson aparentemente ainda tinha muito o que provar ao mundo em 1987: o sucesso violento que Thriller (até hoje o álbum mais vendido da história da música) havia feito com público e crítica era intimidador, e ninguém acreditava que o ex-Jackson 5 seria capaz de novamente alcançar o altíssimo parâmetro que ele mesmo estabelecera. No entanto, o que ficou óbvio com o lançamento de Bad (1987, Epic Records), sétimo álbum de estúdio do cantor, foi que nem a indústria da música e nem o mundo estavam preparados para o artista que Michael foi. Continue lendo “30 anos depois, Bad ainda é pesadíssimo”

Dunkirk: a mãe da esperança é a provação

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Guilherme Reis Mantovani

Christopher Nolan é um dos cineastas mais aclamados da atualidade. Não apenas por seu talento indiscutível e reincidente, mas por sua versatilidade em abordar temáticas diferentes em filmes que mantêm um nível de excelência considerável. Por uma década e meia, uma legião de fãs fervorosos chegou a duvidar de sua capacidade de falhar, sobretudo após obras-primas como Amnésia (2000), A Origem (2010) e Interestelar (2014). Continue lendo “Dunkirk: a mãe da esperança é a provação”

Em Homecoming, o Homem-Aranha volta a empolgar

O novo traje do Homem Aranha traz a tecnologia a serviço do herói/ Marvel Studios/Sony Pictures
O novo traje do Homem Aranha traz a tecnologia a serviço do herói/ Marvel Studios/Sony Pictures

Guilherme Sette

Uma dos super heróis mais populares que existem, o Homem-Aranha retorna aos cinemas pela sexta vez com um título próprio. É o segundo reboot do aranha desde a trilogia de Sam Raimi, os primeiros blockbusters de super-heróis modernos a levarem milhões aos cinemas, e novamente, os produtores encaram uma árdua tarefa de substituir – ou ao menos conquistar algum espaço – no imaginário dos fãs que assistiram ao Peter Parker interpretado como Tobey Maguire. Continue lendo “Em Homecoming, o Homem-Aranha volta a empolgar”

A primeira viagem do Pink Floyd completa 50 anos

O primeiro dos prismas do Pink Floyd
O primeiro dos prismas do Pink Floyd

Guilherme Sette

A estreia do Pink Floyd, lançada há 50 anos, tem o mesmo título de um dos capítulos de um livro infantil, The Wind in The Willows (1908) de Keneth Grahame. O episódio em questão conta a história de uma topeira e de um rato, que saem a noite pela floresta em busca de um bebê lontra, que estava desaparecido.

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A Castlevania de Netflix é um brinde de sangue às séries animadas

netflix castlevania logo

Adriano Arrigo

Existe uma linha de desenhos animados que foram esquecidos na virada do século mas que parecem ter sido recuperados em Castlevania, a nova série do Netflix, baseada na série homônima de games iniciada em 1986. Tratam-se de obras televisas vindas principalmente do Japão, como Angel Cop (1989) e Gynocyder (1993). Nesses desenhos, qualquer deslize besta da protagonista é motivo para que seu cérebro possivelmente exploda e espirre em uma parede banhada com seu próprio sangue. Continue lendo “A Castlevania de Netflix é um brinde de sangue às séries animadas”

Pavement e o impulso para seguir em frente

screw the RIAA (não fui eu que botei isso aí mas concordo)

Nilo Vieira

Discutir música é um negócio complicado, seja pelo nível de abstração da arte ou pelo quão obsessivo (tradução: mala) você seja em relação ao assunto; “música é difícil de explicar porque ela é muito fácil de se entender”. Não sei se é uma citação real, mas faz sentido o suficiente: às vezes, exercícios solitários acerca da arte são mais proveitosos do que discussões coletivas. Se divertir com as próprias interpretações é um belo alimento pro ego e divertidíssimo, afinal. Continue lendo “Pavement e o impulso para seguir em frente”

Em Melodrama, Lorde dança com a tristeza

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Lorde cresceu e está cheia de histórias tristes, eufóricas e coloridas pra contar: que Melodrama seja só a primeira de muitas outras (Foto: Universal Music New Zealand Limited)

Leonardo Teixeira

Na madrugada de seu aniversário de 20 anos, Lorde publicou uma carta aberta para seus fãs. Matando a jovem introvertida e quase blasé que surgiu em 2013 e pondo-a num “mausoléu adolescente”, Ella Marija Lani Yelich-O’Connor descrevia os últimos tempos como cruciais para a novíssima pessoa que o mundo estava prestes a conhecer. “Pure Heroine foi o meu jeito de consagrar a nossa glória adolescente, iluminando-a para sempre para que essa parte de mim nunca morra, e esse álbum — bem, este é sobre o que vem depois”. Continue lendo “Em Melodrama, Lorde dança com a tristeza”

Is This the Life We Really Want?: nostalgia com imposição

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Victor Pinheiro

No dia 20 de maio, Roger Waters surpreendeu os fãs brasileiros ao postar em seu perfil oficial no Facebook uma foto do presidente Michel Temer acompanhada da escrita: “essa é a vida que realmente queremos?”. A publicação atingiu 32 mil reações na rede social e causou discussões de cunho político nos comentários. Embora tenha sido uma estratégia de marketing, o episódio reflete características do músico e de seu novo álbum solo, Is This The Life We Really Want?. Continue lendo “Is This the Life We Really Want?: nostalgia com imposição”

Sepultura Endurance é um exercício de autoafirmação pela metade

O Sepultura do presente: orgulho e resistência
O Sepultura do presente: orgulho e resistência

Gabriel Leite Ferreira

Manter-se relevante por mais de três décadas no show business é proeza para poucos. O Sepultura, mais do que ninguém, tem plena noção disso. Do início precário em Minas Gerais ao posto de uma das maiores bandas de heavy metal do mundo e os atritos posteriores, a banda fundada pelos irmãos Cavalera superou barreiras até então intransponíveis – e ainda hoje, sob a batuta do guitarrista Andreas Kisser, não pode se dar ao luxo de se acomodar como outras bandas do segmento. Logo, batizar um documentário sobre a trajetória do grupo como Sepultura Endurance (do inglês “resistência”) é, no mínimo, adequado; o problema é que o material não faz jus à carreira do Sepultura do Brasil.  Continue lendo “Sepultura Endurance é um exercício de autoafirmação pela metade”