Se você encontrasse uma coisa de sua infância que guardava como um tesouro, como se sentiria? Feliz? Triste? Nostálgico?
Estamos no dia 31 de agosto de 1997, em Paris. Em um antigo apartamento do bairro Montmartre, Amélie Poulain (Audrey Tautou) não sabe que sua vida está prestes a mudar. Retirada de um esconderijo na parede, em suas mãos há uma antiga caixa de perfume, que armazena todos os restos de uma vivência. Admirada com aqueles tesouros – inestimáveis apenas a quem pertence – Amélie faz uma promessa: devolverá a recordação ao dono e, caso ele se emocione, começará a resolver a vida dos outros.
Pilar nº1: a boa esposa é, antes de tudo, a companheira do marido. Pilar nº 2: uma verdadeira dona de casa deve cumprir suas tarefas cotidianas. Pilar nº 3: ser uma boa dona de casa é saber manter seu orçamento, sempre de olho em uma constante economia. Pilar nº 4: ser dona de casa é ser guardiã da higiene corporal e doméstica de todos na casa. Pilar nº 5: primeira a se levantar, última a se deitar. Pilar nº 6: a boa dona de casa não consome bebida alcoólica. Pilar nº 7: saber que o trabalho representa para o homem, às vezes uma alegria, em geral uma obrigação.
Parece algo saído diretamente do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos de Damares Alves, não é? Na verdade, essa é a base curricular da Escola de Moças Van der Beck, internato no interior da França administrado pelo senhor Robert Van der Beck e sua belíssima esposa, Paulette. De lá, saem apenas jovens moldadas para se tornarem donas de casa esplêndidas e dedicadas exclusivamente à suas famílias; a verdadeira nata da sociedade. Direto da Alsácia para a Cidade Maravilhosa, A Boa Esposafoi o décimo filme exibido no Festival do Rio 2021.