Difícil é não perder o fôlego em Black Bird

Cena da série Black Bird. Dois homens se encaram separados por uma mesa de madeira com seis pássaros esculpidos em madeira e alguns itens de carpintaria em cima dela. Atrás deles estão janelas com grades. O homem à esquerda é branco, forte e possui um topete loiro escuro e penteado. O homem à direita é branco, gordo, possui barba e costeletas castanhas, um cabelo também castanho penteado para baixo com aparência úmida. Ambos usam o uniforme azul da prisão.
Nada prepara alguém para estar na pele de Jimmy Keene (Foto: Apple TV+)

Agata Bueno

Às vezes, o rumo de uma história leva um personagem comum do céu ao inferno, transformando-o num mocinho ou num bandido. Em certos enredos, dois passados ordinários podem se cruzar e dar lugar a um único e excruciante presente, que vai além do maniqueísmo dos livros de faz de conta. Em Black Bird, por sua vez, a angústia que acompanha cada indivíduo da trama não foca em heróis ou vilões, mas deixa claro o que é certo e o que é errado; e como os caminhos se cruzam, independentemente do seu passado. Uma percepção que ultrapassa as ideias de bem e mal – se é que é possível separá-las -, e questiona o quão ingênuo ou arrogante alguém pode ser.

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