Melhores discos de Agosto/2017

"emoji pensando", uma pintura de Matheus "Copa" e retrato da incredulidade na Internet em 2017.
“emoji pensando”, uma pintura de Matheus “Copa” e retrato da incredulidade na Internet em 2017.

Leonardo Teixeira, Matheus Fernandes e Nilo Vieira

Em 1987, a saudosa Kátia bradava não está sendo fácil. Trinta anos depois, é triste ver o quanto a canção ainda permanece atual: entre passeatas nazistas, políticos recebidos com ovada e problemas pessoais em pleno recesso, o mundo continua marcado pelo caos generalizado em 2017.

Mas como os trabalhos não podem parar, cá vão nossas escolhas para trilha sonora em meio à toda essa discórdia: Continue lendo “Melhores discos de Agosto/2017”

A Castlevania de Netflix é um brinde de sangue às séries animadas

netflix castlevania logo

Adriano Arrigo

Existe uma linha de desenhos animados que foram esquecidos na virada do século mas que parecem ter sido recuperados em Castlevania, a nova série do Netflix, baseada na série homônima de games iniciada em 1986. Tratam-se de obras televisas vindas principalmente do Japão, como Angel Cop (1989) e Gynocyder (1993). Nesses desenhos, qualquer deslize besta da protagonista é motivo para que seu cérebro possivelmente exploda e espirre em uma parede banhada com seu próprio sangue. Continue lendo “A Castlevania de Netflix é um brinde de sangue às séries animadas”

American Gods e a fantasia possível do mundo contemporâneo

American-Gods-Key-Art-PicAdriano Arrigo

Numa arena de octógono de MMA, o pastor-treinador Roberto Pedroso, mais conhecido como pastor Giraia, ajuda jovens que um dia já foram usuários de drogas a competirem pelo “Reborn Team”, o novo time de lutas marciais da Igreja Apostólica Renascer, tradicional instituição evangélica neopentecostal brasileira. “Muitas vezes você convida as pessoas a uma igreja e elas não vão, mas a uma noite de lutas elas vão”, conta o pastor à BBC Brasil.

Continue lendo “American Gods e a fantasia possível do mundo contemporâneo”

House of Cards: “Nós criamos o terror!”

frank underwood house of cards temer

Na nova temporada, o casal Underwood vai ainda mais longe na busca pelo poder em trama recheada de paralelos com a política nacional e internacional.

Guilherme Hansen e Heloísa Manduca

Atenção! Daqui a duas semanas haverão novas eleições para a presidência dos Estados Unidos. De um lado, está o articuloso atual presidente Francis Underwood (Kevin Spacey). Do outro, o governador de Nova York e típico pai de família americana, Will Conway (Joel Kinnaman). Jovem, carismático, tem experiência militar e está em busca do poder máximo. E aí, já escolheu para quem vai seu voto? Continue lendo “House of Cards: “Nós criamos o terror!””

The Get Down parte 2: do Bronx ao mundo

Imagem The Get Down

Matheus Rodrigo

Atualmente, o enfoque da indústria de entretenimento é atingir todos e todas. O plano é incluir, mas, às vezes, não necessariamente incluir representatividade. No momento da produção de conteúdo, procura-se atingir todos os nichos, ter demanda, falar com o público sobre assuntos complexos de forma simples. The Get Down é uma das séries da Netflix que aposta nisso. Continue lendo “The Get Down parte 2: do Bronx ao mundo”

A terceira temporada de Twin Peaks: Muito além da pequena cidade

dale-cooper-2017Bárbara Alcântara

Mistério, assassinato, violência e uma dose de nudez desnecessariamente explícita – tudo isso coroado por cenas que transitam entre o sonho, o pesadelo e uma bad trip de LSD. Esses foram os dois primeiros episódios da terceira temporada de Twin Peaks: muito Lynch e pouca nostalgia. Continue lendo “A terceira temporada de Twin Peaks: Muito além da pequena cidade”

Segunda temporada de Master of None: quando o amor é um ato político

Uma das poucas imagens de Dev com Sara
Uma das poucas imagens de Dev com Sara

Bárbara Alcântara

(Atenção: texto contém spoilers!)

Dirigida, produzida e protagonizada pelo comediante indiano Aziz Ansari, Master of None coloca o dedo nas várias feridas da sociedade. Mas ao invés de machucar, faz cócegas: assim como o “Everybody Hates Chris” de Chris Rock, usa o humor para fazer uma crítica social leve e quase didática. Na segunda temporada, lançada no dia 12 de maio, esta característica foi ainda mais explorada: as risadas arrancadas do público dialogam com questões atuais como o racismo, o sexismo e a homofobia. Continue lendo “Segunda temporada de Master of None: quando o amor é um ato político”

A maravilhosa e estranha Twin Peaks

twin peaks angelo badalamenti david lynch laura palmer

Gabriel Rodrigues de Mello

É inimaginável pensar no atual cenário de seriados de televisão sem considerar a influência que sobre ele teve Twin Peaks. Lançada em 1990, a série assinada por David Lynch (Eraserhead, Veludo Azul) e Mark Frost (Hill Street Blues) enfeitiçou milhares de pessoas ao redor do mundo com a sua originalidade, mescla de gêneros e muito café. Continue lendo “A maravilhosa e estranha Twin Peaks”

13 Reasons Why: os abusos sistemáticos a uma adolescente

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Gabriela Abreu e Camila Rodero

(Essa crítica contém spoilers!)

Se você frequentou redes sociais nos primeiros dias depois do lançamento de 13 Reasons Why, é possível que você tenha visto mais alertas de gatilho nesse período do que em uma vida de programas policiais sensacionalistas. O motivo, e na verdade é importante que isso esteja claro, são as temáticas de suicídio na adolescência e estupro.
Continue lendo “13 Reasons Why: os abusos sistemáticos a uma adolescente”

Dissecando estereótipos: Dear White People e a vivência negra

Poster

Leonardo Teixeira e Matheus Dias

“Eles estão pouco se fodendo para a Harriet Tubman!”, grita Coco Conners (Antoinette Robertson) na desesperadora cena de abertura de Cara Gente Branca (Dear White People), produção da Netflix concebida por Justin Siemen e lançada em abril deste ano. A referência à importante figura do ativismo negro é apenas um exemplo do alerta importante que a série faz: temos medo de tocar nos assuntos espinhentos. Uma festa de blackface (em que se pinta o rosto de preto, numa tentativa infeliz de incorporar uma identidade visual negra) é o ponto de partida da obra para dissecar o racismo institucional nas universidades, a militância negra e, por tabela, a sociedade pós-moderna. Continue lendo “Dissecando estereótipos: Dear White People e a vivência negra”