American Gods e a fantasia possível do mundo contemporâneo

American-Gods-Key-Art-PicAdriano Arrigo

Numa arena de octógono de MMA, o pastor-treinador Roberto Pedroso, mais conhecido como pastor Giraia, ajuda jovens que um dia já foram usuários de drogas a competirem pelo “Reborn Team”, o novo time de lutas marciais da Igreja Apostólica Renascer, tradicional instituição evangélica neopentecostal brasileira. “Muitas vezes você convida as pessoas a uma igreja e elas não vão, mas a uma noite de lutas elas vão”, conta o pastor à BBC Brasil.

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House of Cards: “Nós criamos o terror!”

frank underwood house of cards temer

Na nova temporada, o casal Underwood vai ainda mais longe na busca pelo poder em trama recheada de paralelos com a política nacional e internacional.

Guilherme Hansen e Heloísa Manduca

Atenção! Daqui a duas semanas haverão novas eleições para a presidência dos Estados Unidos. De um lado, está o articuloso atual presidente Francis Underwood (Kevin Spacey). Do outro, o governador de Nova York e típico pai de família americana, Will Conway (Joel Kinnaman). Jovem, carismático, tem experiência militar e está em busca do poder máximo. E aí, já escolheu para quem vai seu voto? Continue lendo “House of Cards: “Nós criamos o terror!””

The Get Down parte 2: do Bronx ao mundo

Imagem The Get Down

Matheus Rodrigo

Atualmente, o enfoque da indústria de entretenimento é atingir todos e todas. O plano é incluir, mas, às vezes, não necessariamente incluir representatividade. No momento da produção de conteúdo, procura-se atingir todos os nichos, ter demanda, falar com o público sobre assuntos complexos de forma simples. The Get Down é uma das séries da Netflix que aposta nisso. Continue lendo “The Get Down parte 2: do Bronx ao mundo”

A terceira temporada de Twin Peaks: Muito além da pequena cidade

dale-cooper-2017Bárbara Alcântara

Mistério, assassinato, violência e uma dose de nudez desnecessariamente explícita – tudo isso coroado por cenas que transitam entre o sonho, o pesadelo e uma bad trip de LSD. Esses foram os dois primeiros episódios da terceira temporada de Twin Peaks: muito Lynch e pouca nostalgia. Continue lendo “A terceira temporada de Twin Peaks: Muito além da pequena cidade”

Segunda temporada de Master of None: quando o amor é um ato político

Uma das poucas imagens de Dev com Sara
Uma das poucas imagens de Dev com Sara

Bárbara Alcântara

(Atenção: texto contém spoilers!)

Dirigida, produzida e protagonizada pelo comediante indiano Aziz Ansari, Master of None coloca o dedo nas várias feridas da sociedade. Mas ao invés de machucar, faz cócegas: assim como o “Everybody Hates Chris” de Chris Rock, usa o humor para fazer uma crítica social leve e quase didática. Na segunda temporada, lançada no dia 12 de maio, esta característica foi ainda mais explorada: as risadas arrancadas do público dialogam com questões atuais como o racismo, o sexismo e a homofobia. Continue lendo “Segunda temporada de Master of None: quando o amor é um ato político”

A maravilhosa e estranha Twin Peaks

twin peaks angelo badalamenti david lynch laura palmer

Gabriel Rodrigues de Mello

É inimaginável pensar no atual cenário de seriados de televisão sem considerar a influência que sobre ele teve Twin Peaks. Lançada em 1990, a série assinada por David Lynch (Eraserhead, Veludo Azul) e Mark Frost (Hill Street Blues) enfeitiçou milhares de pessoas ao redor do mundo com a sua originalidade, mescla de gêneros e muito café. Continue lendo “A maravilhosa e estranha Twin Peaks”

13 Reasons Why: os abusos sistemáticos a uma adolescente

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Gabriela Abreu e Camila Rodero

(Essa crítica contém spoilers!)

Se você frequentou redes sociais nos primeiros dias depois do lançamento de 13 Reasons Why, é possível que você tenha visto mais alertas de gatilho nesse período do que em uma vida de programas policiais sensacionalistas. O motivo, e na verdade é importante que isso esteja claro, são as temáticas de suicídio na adolescência e estupro.
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Dissecando estereótipos: Dear White People e a vivência negra

Poster

Leonardo Teixeira e Matheus Dias

“Eles estão pouco se fodendo para a Harriet Tubman!”, grita Coco Conners (Antoinette Robertson) na desesperadora cena de abertura de Cara Gente Branca (Dear White People), produção da Netflix concebida por Justin Siemen e lançada em abril deste ano. A referência à importante figura do ativismo negro é apenas um exemplo do alerta importante que a série faz: temos medo de tocar nos assuntos espinhentos. Uma festa de blackface (em que se pinta o rosto de preto, numa tentativa infeliz de incorporar uma identidade visual negra) é o ponto de partida da obra para dissecar o racismo institucional nas universidades, a militância negra e, por tabela, a sociedade pós-moderna. Continue lendo “Dissecando estereótipos: Dear White People e a vivência negra”

Falta um herói para o Punho de Ferro

iron fist netflix marvel

João Pedro Fávero

A série Punho de Ferro é a quarta empreitada feita pela Netflix em conjunto com a Marvel Studios. Aqui, mais um novo herói que participará de Os Defensores, futura série que unirá os personagens donos de cada título lançado pela parceria, nos é apresentado. Continue lendo “Falta um herói para o Punho de Ferro”

Sick Sad World: Como Daria e Enid mostraram o quão fantasmagórico o nosso mundo é

Daria (ao centro) e a serenidade no olhar de quem não tem baixa auto-estima e, sim, baixa estima por todas as outras pessoas.
Daria (ao centro) e a serenidade no olhar de quem não tem baixa auto-estima e, sim, baixa estima por todas as outras pessoas

Bárbara Alcântara

É difícil de acreditar, mas houve uma época em que a MTV gastava os seus minutos com programas muito mais interessantes que Jersey Shore e My Super Sweet 16. Um exemplo é a série animada Daria, lançada em março de 1997 como um spin-off da queridinha da Era Dourada do canal, Beavis and Butt-Head. A protagonista era uma antítese da dupla de amigos sem noção que fez tanto sucesso: uma jovem inteligente, sarcástica e antissocial, que arrancava boas risadas do público ao tecer críticas ácidas ao estereótipo do americano “médio” – tudo isso sem esboçar um sorriso sequer. Continue lendo “Sick Sad World: Como Daria e Enid mostraram o quão fantasmagórico o nosso mundo é”