A nova empreitada da Marvel Studios não mostra nada de estranho em comparação aos outros filmes da produtora, apesar do título do filme. O enredo de Dr. Estranho mantém o padrão de uma história de origem de um super-herói, mas se encontra nos efeitos visuais e nas atuações de Tilda Swinton e Benedict Cumberbatch. Continue lendo “Dr. Estranho, mas nem tanto”
Lucas Lombardi, estudante de Jornalismo da Unesp Bauru
“Nunca pergunte ‘quem está aí?’, você não assiste a filmes de terror? É uma sentença de morte.”, diz o assassino do outro lado da linha telefônica. Se você já assistiu a um slasher movie, o clássico filme de assassino, tem ideia dos clichês e elementos que vivem se repetindo. É sempre um maníaco mascarado perseguindo uma adolescente, que se esconde dentro da casa ao invés de sair e correr pela porta da frente, evitando o perseguidor. Esse tipo de filme teve seu auge de popularidade nos anos 80, gerando alto lucro para os estúdios, que faziam sequências e mais sequências, todo o ano. Continue lendo “Irônico e autoconsciente: como Pânico mudou para sempre o gênero do terror”
O vampirismo está intrinsecamente ligado à história do cinema, desde o Drácula impressionista de Murnau em Nosferatu, de 1922. Daí pra frente, nenhum outro personagem foi tema de tantos filmes, indo do essencial, em Vampyr, de Dreyer, o remake de Nosferatu, por Herzog, e o primeiro Drácula da série de interpretações de Cristopher Lee, ao ofensivamente ruim, em desastres como Dracula 3D, de Dario Argento.
Bárbara Alcântara, estudante de Jornalismo da Unesp Bauru
No ano em que foi lançado, 1975, The Rocky Horror Picture Show foi um fracasso de bilheteria. Para os críticos, era um filme de difícil classificação: terror? Comédia? Musical? Sátira? Para o público em geral, o roteiro era confuso e, principalmente, polêmico. Talvez por conter uma enorme quantidade de referências que iam desde os cultuados filmes de ficção científica e terror, até cantores e estilos musicais da época. Ou então por praticamente pregar a liberação sexual. Fosse qual fosse o motivo do fiasco, o que ninguém esperava era que, nos anos seguintes, o longa deixaria de ser um desastre para se tornar um clássico cult. Passaria a ser exibido regularmente em sessões especiais de cinemas espalhados pelos Estados Unidos e ganharia, além de uma legião de fãs, um remake televisivo quatro décadas depois. Continue lendo “Vamos fazer o Time Warp novamente: The Rocky Horror Picture Show”
Uma década depois de seu lançamento, a viagem continua.
Luis Felipe Silva
Depois de viajar cerca de 1.300 km, chegava ao Brasil, há dez anos, uma Kombi amarela caindo aos pedaços. Dentro dela, uma família pouco convencional que, mesmo somadas as diferenças, se uniu em torno do sonho de ganhar um concurso de beleza da pequena Olive interpretada por Abigail Breslin.
Nenhum pôster é grande o suficiente pra esse filme
Nilo Vieira
De modo bastante rudimentar e generalizante, pode-se apresentar a obra do cineasta sueco Ingmar Bergman a um leigo como um “surrealismo cáustico do cotidiano”. Seus filmes propõem reflexões existencialistas através de metáforas incômodas e por vezes demoníacas, e a capacidade de extrair e expandir as mais diversas hipóteses sobre determinado tema em diálogos ásperos ou mesmo aparentemente banais (sempre retradados com fluência assustadora) é a espinha dorsal de seu trabalho.
Adriano Arrigo, estudante de jornalismo da Unesp Bauru
Há de se frutarem as pessoas que forem ao cinema assistir Aquarius e não verem o nascer da nova Esquerda Brasileira a partir do cruzamento entre Lula e Sônia Braga. Ora, o borbulho foi tanto em torno do filme (“o dever das pessoas de bem é boicotar Aquarius”, disse o amargurado jornalista Reinaldo Azevedo) que se criou expectativas que ultrapassam o senso lógico de interpretação de um filme. Continue lendo “Vislumbrando um futuro além das águas claras de Aquarius”
O quase continente chamado Brasil é objeto fílmico de toda a sorte. Sorte, nesse sentido, cai lhe bem, já que a quantidade de produções nacionais que tenta recriá-lo através dos vários estilhaços que lhe compõem às vezes consegue retratá-lo fielmente; porém, é grande a frequência de projetos que distorcem a realidade e, quando não, mentem para o espectador, seja por interesses econômicos ou por padronização estética do mercado. Continue lendo “As disruptivas associações de Boi Neon e o Brasil que não conhecemos”
Quando Charlie Parker morreu, em 12 de março de 1955, aos 34 anos, o médico legista testemunhou que seu corpo parecia o de um homem de 65, resultado de sua adição em heroína. Quando Chet Baker caiu da janela de um hotel em Amsterdam em 13 de maio de 1988, aos 58 anos, seu corpo aparentava ser de um homem de 80 anos, efeito da mesma devastação provocada por essa que foi a droga mais associada à história do jazz. Continue lendo “Born to be Blue: O Jazz e a Heroína”
Miles Ahead não segue o modelo de “cinebiografia hagiográfica”, característica de algumas produções cinematográficas que retratam vidas de artistas. Tampouco segue o padrão histórico-cronológico, que sintetiza os momentos mais expressivos da carreira de um artista tendo como pano de fundo um panorama sociocultural. Essas produções geralmente se baseiam em um retrato das dificuldades que o artista enfrentou até chegar ao estrelato, ressaltando as condições desfavoráveis de sua origem em contraste com o poder transformador de seu talento. Continue lendo “Miles Ahead: muito pouco sobre o Dark Magus do jazz.”