[12:00]: LOONA entra em órbita com o festival da meia-noite

Arte de divulgação do álbum de LOONA. Uma escada ocupa os dois terços inferiores da imagem, e possui um tapete vermelho no centro. A escada tem a perspectiva de subida. As integrantes do grupo LOONA estão espalhadas pela escada, de pé, usando vestidos longos azuis. Elas olham para a câmera por cima do ombro. Atrás da escada, foi adicionado um fundo de um céu estrelado com uma lua brilhante. Foi adicionado na parte superior central o nome do álbum em coreano e o texto "12:00" dentro de um círculo.
Com Midnight, LOONA constrói uma atmosfera cheia de sensações diversas (Foto: Reprodução)

Giovanne Ramos

2016 foi um ano marcado por diversos acontecimentos no K-pop. Enquanto Twice se consolidava com Cheer Up, BTS conquistava o público com Blood, Sweat and Tears e Blackpink estreava com Square One, LOONA dava seus primeiros passos, discretos, mas ambiciosos. O grupo surgiu da ideia da empresa novata Blockberry Creative em parceria com o diretor criativo e produtor musical Jaden Jeong e tinha como proposta um grupo trabalhado antes mesmo de estrear. A cada mês, uma integrante seria promovida ao público com um single solo e conforme o decorrer do tempo, sub-units eram construídas e promovidas com as integrantes já conhecidas até o grupo inteiro finalmente ser revelado com todas as integrantes. 

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A espera não foi em vão: Blackpink está na área com O Álbum

Logo quando foi anunciado, The Album se tornou um dos lançamentos mais esperados do ano (Foto: Reprodução)

Giovanne Ramos

Em 29 de junho de 2016 a empresa sul-coreana de entretenimento YG Entertainment – responsável pelos veteranos e bem sucedidos Big Bang, PSY2NE1 – anunciou a formação completa do novo grupo feminino que passaria a representar a companhia no mercado do K-Pop. Reveladas ao público pelo nome Blackpink, as integrantes Jennie, Jisoo, Lisa e Rosé estrearam com as faixas Boombayah e Whistle, ambas presentes no single Square One. Juntando o EDM já conhecido do pop ocidental com o hip hop característico da YG, logo alcançaram o topo das paradas e caíram nas graças do público local e internacional. O esperado do histórico da empresa que é uma das maiores no quesito de vendas digitais em território sul-coreano.

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A ressaca do Climão em Letrux Aos Prantos

Capa do álbum Letrux Aos Prantos (Foto: Ana Alexandrino com arte de Pedro Colombo)

Marina Ferreira

A cabeça cheia de bebidas e problemas, a vibração sensual da noite e as luzes rápidas refletidas no globo espelhado do teto de alguma boate decadente do Centro do Rio de Janeiro (ou de qualquer outro centro decadente de qualquer outra cidade do mundo). É essa a visão e o sabor que o Letrux em Noite de Climão deixou ao se encerrar após 2 anos de uma era bem sucedida que lançou Letícia Novaes em sua carreira solo, após 9 anos de parceria com Lucas Vasconcellos no duo Letuce. O sentimento de confusão explosiva e embriaguez desvairada parece reger esse primeiro trabalho, assim como se apresenta de ponto de partida para o seu sucessor, Letrux Aos Prantos. Nos levando à uma espiral de sensações remetentes à uma belíssima ressaca física e moral dividida em lado A e lado B, o álbum é um dos indicados à categoria de Melhor Álbum de Rock ou de Música Alternativa em Língua Portuguesa no Grammy Latino 2020. 

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Positions: Ariana Grande se vira do avesso

Ela não para: Positions chegou antes mesmo de thank u, next completar dois anos de vida (Foto: Dave Meyers)

Vitor Evangelista

Os trabalhos recentes de Ariana Grande ajudaram a consolidá-la como uma titã do ramo musical, tudo que ela toca vira ouro. Se não ouro, suas canções explodem, e garantir o lugar no topo das paradas virou rotina na vida da canceriana de 27 anos. A quantidade de lançamentos, porém, nem sempre se alinha à qualidade deles. Em 2020, Ariana assume o teor sexual de Positions, vendendo-o como uma libertação da imagem fragilizada do bem-sucedido thank u, next. O que Ariana não assumiu, todavia, foi que seu sexto álbum de estúdio era recheado de repetições do passado, o que não costuma ser bom sinal.

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Para Carne Doce, o Interior tem o sabor de pequi

“Para fora ou para dentro, no corpo ou no espaço, como no meio ou fim, o interior sempre foi o território da Carne Doce”, disse a banda em seu perfil no Instagram (Foto: Rogério Watanabe)

Jamily Rigonatto

Estabelecida na cena do alternativo nacional, a Carne Doce costuma tratar de temas polêmicos, com melodias dominadas pelo estilo indie rock e certos toques de psicodelia cantados nos vocais fortes e reconhecíveis  da líder e vocalista Salma Jô. Mas no seu mais recente trabalho de estúdio, a banda, que divide sua origem goiana com sucessos como Boogarins, mostra uma outra face sem perder a autenticidade. Dedicando seu quarto álbum exatamente a essa origem, Interior é uma obra sobre conexão e raízes.  

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Blackpink in your area: a realidade do k-pop

No dia 14 de Outubro de 2020, o documentário Blackpink: Light Up the Sky ficou disponível na plataforma de streaming Netflix (Foto: Reprodução)

Lorrana Marino 

O som dos saltos altos das quatro integrantes do grupo musical sul-coreano Blackpink é a primeira música que toca no documentário Blackpink: Light Up the Sky, produzido pela Netflix. Embora seja apenas um caminhar sobre o palco, para os fãs que acompanham mais de perto a trajetória das meninas, a emoção cresce quando percebemos que se trata do dia do debut (estreia) oficial de Jisoo, Jennie, Lisa e Rosé, em agosto de 2016. Em um corte preciso somos levados para a contemporânea realidade de sucesso do quarteto, onde a música que abre o agora é DDU-DU DDU-DU, com mais de 1.3 bilhão de visualizações no Youtube, um verdadeiro contraste.

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Taylor Swift não é a Miss Americana

“Eu me tornei a garota que todos queriam que eu fosse” (Foto: Republic Records)

Ana Laura Ferreira

O que significa ser mulher no mundo de hoje? O que significa ter seu corpo e suas ações a mercê do olhar e da opinião alheia? E se todas nós já sofremos as pressões que respondem tais perguntas, o que isso significa em um nível maior?

Viva uma narrativa que os entretenha, mas não os deixe desconfortáveis”. Talvez essa seja a resposta que a sociedade impõe às mulheres, em especial aquelas que fazem parte da indústria do entretenimento. E é destrinchando as camadas encobertas pela mídia e explorando o lado bom, e o ruim, de ser uma figura pública que acompanhamos alguns anos da vida de uma das maiores estrelas pop da década, Taylor Swift. Produzido pela Netflix, o documentário Miss Americana embarca em uma viagem pelo emocional e criativo da cantora e abre margem para discussões políticas que transcendem suas músicas românticas.

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Tiê nos acalenta no abraço de Kudra

“Você consegue me ver? Você me ouve? Eu estou chamando”

Foto de divulgação do novo álbum de Tiê, Kudra (Foto: Reprodução)

Carol Dalla Vecchia

Em 2014, a paulista Tiê lançava A Noite, canção que seria uma de suas mais bem sucedidas. A música tornou-se parte da trilha sonora da novela I Love Paraisópolis e fez com que o nome da cantora fosse reconhecido no território nacional. Mas em 2020, é possível afirmar que Tiê não é mais a mesma mulher que cantava sobre a noite em seu disco Esmeraldas (2014)

Após quatro álbuns de estúdio, Tiê lança Kudra em 2 de outubro, um EP com seis músicas inéditas produzidas durante o distanciamento social, que trazem reflexões místicas que prometem rever conceitos simples da vida. O próprio nome do álbum reforça esse conceito transcendental. Em entrevista ao jornal A Tribuna a cantora comentou que Kudra é a união de vários mistérios: é o nome de uma cidade na Índia, é um sobrenome de origem árabe, é um nome que significa amor e representa a família que esteve ao seu lado no desenvolvimento das canções.

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After School: saindo da escola e explorando a vida adulta com Melanie Martinez

Capa do mais recente trabalho de Melanie Martinez lançado dia 25 de setembro, o EP After School (Foto: Atlantic Records)

Ettory Jacob

Desde sua primeira apresentação na televisão aberta estadunidense no programa The Voice, Melanie Adele Martinez ganhou fãs e espaço na comunidade indie. Performando  a música Toxic de Britney Spears com um ritmo mais lento, a jovem de 17 anos mostrou-se uma futura aposta para o sucessos (apesar de ter sido eliminada do programa logo nas primeiras fases). Hoje, oito anos depois, a artista já conta com dois álbuns extremamente bem avaliados pela crítica e público e agora com o lançamento do novo EP After School traz mais histórias.

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Tambor, o Senhor da Alegria de Marcelo D2

Capa de Assim Tocam os MEUS TAMBORES (Foto: Ronaldo Land)

Marina Ferreira

“Os mais velhos dizem que um dia, cansado da solidão do poder, Zambiapungo, o Ser Supremo dos cultos angolo-congoleses, foi tomado pela tristeza e cogitou desistir da criação do mundo.” 

Essas são as primeiras frases da sexta faixa do lado A de Assim tocam os MEUS TAMBORES, o novo trabalho revolucionário de Marcelo D2, gravado durante o período de isolamento social com sua família. Os versos podem ser entendidos como a síntese da trajetória do disco, que é o mais ousado da carreira do rapper carioca.

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