40 anos sem Cartola: deixe-me ir, preciso andar

Cartola em desfile pela Mangueira, 1978 (Foto: Aníbal Philot)

Caroline Campos

Ainda era cedo, amor, quando, em 30 de novembro de 1980, nos deixava Angenor de Oliveira, o nosso Cartola. Com apenas 72 anos, a maior referência do samba brasileiro e fundador da Estação Primeira de Mangueira perdeu a batalha contra o câncer, deixando apenas quatro discos-solo e um legado repleto de poesia. “Cartola não existiu. Cartola foi um sonho bom que a gente teve”, reflete Nelson Sargento, parceiro musical do cantor. E, mesmo 40 anos depois do seu falecimento, o sonho ainda vive fresco na memória da Música Popular Brasileira, como se nunca tivéssemos acordado.

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Deus salve a rainha: 45 de A Night At The Opera

Imagem com o fundo branco. Ao centro a figura de dois leões colocados em pé, um de cada lado da letra q em azul. Em cima da letra a figura de um caranguejo em chamas, colocado a frente de uma fênix branca. Um círculo azul e rosa está ao fundo das figuras. Na parte inferior da imagem aparece o nome da banda, Queen, e o nome do disco, A Night At The Opera.
Bohemian Rhapsody, 11ª música do álbum, foi a primeira canção do século XX a atingir 1 bilhão de streams no Spotify (Foto: Reprodução)

Ana Laura Ferreira

A genialidade é algo difícil de ser dimensionada. Por vezes críticos e especialistas rotulam o valor artístico de uma produção, que sendo arte transcende qualquer medida estipulada e impacta de forma única em cada um que tenha acesso a ela. O equívoco desta etiqueta é eventualmente julgar uma obra como ruim, quando na verdade ela só está à frente de seu tempo. E foi assim, dividindo a crítica da época, que a banda Queen lançou seu quarto álbum em estúdio no ano de 1975. A Night At The Opera é considerado, hoje, como uma das obras primas da história da música, mas a excêntrica genialidade de seus ingredientes a fez ser questionada na conservadora década de 70.

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5 anos de 25 e da jornada interna de Adele

Capa de 25, o terceiro álbum da cantora inglesa Adele Laurie Blue Adkins (Foto: XL Recordings)

Vinícius Santos

“Hello. How Are You?” – ok, é um tremendo clichê, você está certo. Porém, um texto que fale sobre a era 25 de Adele não poderia começar de outro jeito. Considerado um dos álbuns mais aguardados do ano de 2015, 25 completa, nesse novembro de 2020, cinco anos. Data que poderia não ser comemorada, pois, constantemente, a cantora pensa em interromper sua carreira na indústria musical. Bem, todos nós temos delírios, e com Adele não poderia ser diferente. 

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O Bloco na Rua de Ney Matogrosso e o grito de resistência da música brasileira

Capa do álbum "Bloco Na Rua" de Ney Matogrosso. A imagem tem um fundo preto e Ney está alinhado à direita e o lado esquerdo de seu corpo está levemente virado para a câmera. Ney veste uma roupa dourada que cobre seus ombros e seu rosto, mas não totalmente, pois o tecido possui uma transparência que nos permite enxergar ligeiramente sua expressão. Ele está olhando para a câmera, com uma expressão séria, e maquiagem preta ao redor dos olhos. A roupa possui alguns adereços pendurados, todos dourados, assim como toda a roupa.
Capa do álbum Bloco na Rua (Foto: Marcos Hermes)

Marina Ferreira

O instrumental misterioso, de um crescendo de guitarras e sintetizadores, com um quê de bateria ao fundo nos coloca sentados na plateia do teatro vazio, de olhos fixos no palco, na expectativa pulsante do abrir das cortinas para o espetáculo audiovisual, personificado na figura mística e quase mítica de Ney Matogrosso. Ele surge sob um único holofote, sua silhueta é viva e dançante em frente à um painel de luzes hipnóticas, vestindo seu figurino dourado e nada convencional e seu olhar faminto em busca de seu público, enquanto outras tantas luzes iluminam o palco e sua banda. 

Essa poderia ser apenas uma descrição de visões criadas ao apertar o play do trabalho mais recente do cantor. Mas é de fato a primeira imagem que nos surge ao nos depararmos com o registro visual da grande obra de Ney, Bloco na Rua, que lhe rendeu a indicação ao Grammy Latino 2020 na categoria Melhor Álbum de Música Popular Brasileira. 

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Reviver Elis é melhor que sonhar

Na imagem Andréia Horta está caracterizada como Elis Regina. Ela está de lado, com a mão esquerda sobre um microfone, o qual encosta na lateral do seu rosto. Sua face está virada para a câmera e ela tem um largo sorriso estampado, olhos fechados e os cabelos castanhos escuros cortados bem curtos.
“Porque liberdade e ar são duas coisas que a gente sente que são essenciais para a vida. Sobretudo quando fazem falta” (Foto: TV Globo)

Ana Laura Ferreira e Raquel Dutra

A trajetória da música brasileira transpassa a história do país. Os fatos, a política e o social moldaram a forma e o conteúdo dos nossos produtos culturais, que muitas vezes combateram na linha de frente os regimes abusivos, denunciaram e registraram as experiências de cada período. No nascimento de um dos gêneros musicais mais brasileiros dentre os nascidos em terras tupiniquins não seria diferente, como ilustra a minissérie Elis – Viver é Melhor que Sonhar e seu retrato da origem da Música Popular Brasileira protagonizada pela Pimentinha Elis Regina. A produção indicada a Melhor Minissérie/Telefilme no Emmy Internacional 2020 mergulha no cenário efervescente da música nacional entre os anos de 1960 e 1980 ao mesmo tempo em que fragmenta a gaúcha, mãe da MPB, em muitas mulheres para além da artista.

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APKÁ! é um reflexo

Capa do álbum "APKÁ" da artista Maria do Céu. A imagem é composta por de uma fotografia muito próxima do rosto da artista que se sobrepõe três vezes e se alinha no canto superior direito. Céu tem a pele branca e usa uma maquiagem azul clara nos olhos e um brilho labial suave. Numa posição quase no centro mas levemente ajustada à esquerda e ao lado inferior da imagem, está escrito "CÉU" e depois, na mesma linha, "APKÁ!", numa fonte meio tribal em caixa alta e colorida num tom de branco levemente rosado.
Capa de APKÁ! (Foto: Reprodução)

Yasmin Moscoski

A cantora e compositora Maria do Céu abre seu quinto álbum de estúdio, APKÁ! (2019), com uma saudação melódica e acolhedora. O “Olá, como vai você?” de Off (Sad Siri) é um verdadeiro convite para o mergulho interior da artista. Vindo de Tropix (2016), Céu nos introduz à sua nova obra de forma tênue, mesclando sintetizadores e baterias contadas como em um reencontro. Com o repertório versátil que transita com harmonia entre os gêneros, o álbum tem três indicações no Grammy Latino 2020: Melhor Canção em Língua Portuguesa, Melhor Álbum de Engenharia de Gravação e Melhor Álbum de Pop Contemporâneo em Língua Portuguesa.

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Em Planeta Fome, Elza Soares serve um banquete

Foto de Elza Soares. Ela está ao centro da imagem, seus cabelos são cacheados e loiros. Elza veste uma roupa preta brilhante e suas mãos estão entrelaçadas, apoiando o seu queixo.
Todos os últimos trabalhos de Elza foram reconhecidos no Grammy Latino e este ano não é diferente: a artista é indicada a Melhor Álbum de Música Popular Brasileira com seu disco mais recente, lançado em setembro de 2019 (Foto: Reprodução)

Raquel Dutra

A primeira vez que Elza Soares cantou em público foi em 1953. Na época, com apenas 23 anos, a artista já enfrentava a dureza da vida e viúva de um casamento que aconteceu quando ela tinha apenas 11 anos, lutava pela sua sobrevivência e a de seus filhos. Movida pelo desespero de ver um deles doente e sem dinheiro para o tratamento, ela decidiu participar de um programa de calouros da Rádio Tupi, apresentado por Ary Barroso. Naquele dia, com suas vestimentas humildes, Elza encarou os risos da plateia quando foi se apresentar e foi questionada em tom de chacota pelo apresentador: “De que planeta você vem, minha filha?”. O público gargalhou e logo foi cortado e constrangido pela resposta de direta de Elza, que mesmo ainda revestida de humildade, não deixou-se intimidar e disparou: “Do mesmo planeta que você, seu Ary. Do planeta fome”. 

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15 anos de Confessions: o lar que Madonna construiu

Capa do álbum Confessions on a Dance Floor, de Madonna. A cantora é uma mulher branca e usa um vestido curto rosa. Ela está no centro da imagem, de costas, com os joelhos e a mão direita apoiada no chão. A mão esquerda no ar apontada para a esquerda. A cantora olha para cima. Foi adicionado um fundo preto com bolinhas coloridas, o texto "MADONNA" em rosa e azul. O desenho de um globo de espelhos substitui a letra O da palavra MADONNA. Abaixo, foi adicionado "Confessions on a Dance Floor" em letra cursiva.
Capa do álbum (Foto: Reprodução)

Leonardo Teixeira

Uma sirene corta a noite, enquanto carros buzinam no que parece ser uma rua movimentada. Mas não é só o ruído urbano que se ouve. Vem vindo um compasso, seco e sintetizado, que se aproxima aos poucos. Logo, a cidade é engolida pela batida eletrônica. Estamos na pista de dança. É assim que é introduzida I Love New York, faixa 5 do décimo disco de estúdio de Madonna, Confessions on a Dance Floor (2005). A música homenageia não só a cidade que acolheu a aspirante a dançarina, quando ali ela desembarcou – com apenas 35 dólares no bolso, reza a lenda -, mas também o tipo de estado de espírito noturno e eufórico que resiste nas ruas e explode sob a luz de estrobo. 

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N é uma homenagem de Anavitória a Nando Reis e também ao Amor

Ana comentou que trabalhar com Nando foi uma “intervenção divina” (Foto: Reprodução)

Ana Beatriz Rodrigues

O duo Anavitória vem entregando grandes presentes para o público mesmo durante a quarentena. A música Me conta da tua janela, lançada em abril deste ano, é uma poesia melancólica sobre esses dias sombrios e a valorização do nosso antigo modo de vida. Entretanto, mesmo antes da era das lives, as cantoras não erraram e prestaram uma bela homenagem ao cantor, e amigo próximo, Nando Reis. Intitulado de N (2019), o álbum conta com a regravação de músicas compostas por Nando que são consideradas sucessos da Música Popular Brasileira e também foi indicado a Melhor Álbum de Rock ou Música Alternativa no Grammy Latino 2020

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5 anos de Made In The A.M. e o amadurecimento de novas direções

Capa do álbum MADE IN THE A.M. da banda One Direction. Na imagem, Niall e Harry estão sentados em um sofá e Louis e Liam estão sentados no chão. Louis e Harry olham para a câmera, Niall e Liam olham para o lado.
(Foto: Reprodução)

Beatriz Bianchi

Com impressionantes números de vendas, o álbum Made In The A.M. da boyband britânica formada por Niall Horan, Liam Payne, Louis Tomlinson e Harry Styles, a One Direction, estava sendo lançado há 5 anos atrás, em 13 de novembro de 2015. Estreou em primeiro lugar na parada de álbuns do Reino Unido com mais de 90 mil cópias físicas vendidas na primeira semana, tornando-se seu quarto álbum no topo dos charts e o álbum mais vendido de 2015 até aquele momento.

A One Direction é uma das bandas que acompanho desde 2010, o ano de sua formação. Sempre fui muito ativa no fandom e fiquei muito ansiosa para o lançamento do Made In The A.M.. Eu me perguntava o tempo todo: como será sem o Zayn?

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