Nem o tapa na cara deu conta de energizar a latência do Oscar 2022

Quando deixou que seus vencedores discursassem, a premiação resgatou a essência do que deveria representar

Arte retangular de fundo preto. No lado esquerdo, foi adicionada uma imagem do momento em que Will Smith bate com sua mão em Chris Rock na cerimônia do Oscar 2022. Ao centro, foi adicionada uma imagem do ator Troy Kotsur e da atriz Yuh-Jung Youn. Ao lado direito, foi adicionada uma imagem do personagem Flash do filme Zack Snyder's Justice League.
Da vitória histórica de CODA ao filme Zack Snyder reconhecido pelos fãs e o tapa na cara que Will Smith deu em Chris Rock, a cerimônia do Oscar 2022 teve de tudo (Arte: Ana Clara Abbate)

Vitor Evangelista

O Oscar 2022 foi marcado por controvérsias muito antes dos famosos pisarem no tapete vermelho. Com a decisão de realizar um pré-show para a entrega de oito prêmios, a fim de poupar tempo e dinamizar a transmissão, os produtores já revelaram que não sabiam o que fazer com o produto em mãos. Dito e feito, os protestos em favor do movimento #PresentAll23 não deram em nada e, uma hora antes do início oficial, os curtas e Duna foram prestigiados. Mas não adianta, não tem imagem mais marcante da 94ª edição do Oscar que não o tapa de Will Smith em Chris Rock. Então, comecemos com ele.

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O Som do Silêncio nos ensina a olhar para a frente

 Cena de O som do Silêncio. Vemos Riz Ahmed, que interpreta Ruben, dos ombros à cabeça, preenchendo quase totalmente o lado esquerdo e o centro da imagem. Ele é um homem de ascendência paquistanesa, pele marrom, olhos, barba, cabelo e bigode castanhos. Está levemente inclinado para a direita, olhando para a frente, de camiseta branca. Também vemos a sua prótese auditiva, um objeto pequeno em formato de gancho em sua orelha, à esquerda. Ela está conectada a um cabo preto que desaparece atrás da cabeça de Ruben. Podemos ver uma parede branca e o batente marrom desfocados atrás dele.
Riz Ahmed se comprometeu a ter aulas de bateria e ASL, a linguagem de sinais americana, durante a sua preparação para o personagem Ruben (Foto: Reprodução)

Gabriel Fonseca

O Som do Silêncio, da Amazon Prime Video, prega uma inteligência emocional que todos gostaríamos de ter. O longa independente conta a história de um baterista de heavy metal que descobre no meio de uma turnê, que está ficando surdo. Esta premissa já nos faz esperar por um clichê de superação da deficiência, ou de obsessão artística, como em Cisne Negro. Mas, o que torna as coisas interessantes é a oposição do protagonista à própria adaptação.

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Venom: um filme perdido no tempo

Num nebuloso narrativo e visual, Venom não enriquece o gênero de heróis e termina se mostrando mais do mesmo (Foto: Reprodução)

Vitor Evangelista

Onze anos já se passaram desde que o mundo assistiu à finalização da trilogia do Homem-Aranha, dirigida por Sam Raimi, e foi apresentado ao alienígena parasita que antagoniza as aventuras do Amigão da Vizinhança. Agora, Venom rouba o holofote para si, protagonizando uma aventura solo cinematograficamente dispensável. Numa sucessão de blocos narrativos sem consistência no roteiro frágil e na direção caduca de Ruben Fleischer, a coprodução Sony e Marvel patina ao tentar contar a história de origem do (anti-herói?) vilão do Homem-Aranha. Herói, inclusive, que nem citado é. Venom funcionaria perfeitamente como um derivado dos filmes de Sam Raimi, quinze anos atrás.

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